Copa do Mundo de Futebol

Catar, 2022

A primeira Copa no Oriente Médio.
A primeira disputada no final do ano.
Nossos cronistas comentam, de primeira.

Trote tricampeão

Era aproximadamente 16 horas em Buenos Aires, domingo, 18 de dezembro de 2022. A cidade explodia em lágrimas, urros e risos incontidos. Milhares de pessoas abandonavam seus lares, seus bares, suas tarefas e se encaminhavam rumo ao Obelisco. Dios olhava por todos. À beira da porta, Hector, vestindo a camisa albiceleste, despedia-se da mamá, ainda em prantos, quando teve a

Leia o texto completo »

O REI MU–DANÇA NA COPA

A Copa do Deserto será sempre lembrada pelo protagonismo de Lionel Messi, finalmente alçado aos píncaros de sua carreira vitoriosa. O título coroa a carreira, cereja do bolo, sem dúvida, apesar de provavelmente não fazer diferença em sua conta bancária. A citação que lembra a música do Gil poderia ser de um tango ou de uma milonga. Ou mesmo um

Leia o texto completo »

Vamos falar de Brasil – Capítulo Final

Foram 17 textos no pré, durante e pós Copa do Mundo 2022. Destes, 05 foram publicados apenas no Instagram e antes de eu fazer parte do time do “Crônicas da Copa”. Logo após, a escrita amadureceu e (imagino!?) construí uma história com mais 12 crônicas publicadas por aqui. Pensar além das análises dos fatos, trazer interpretações pessoais com olhares poéticos,

Leia o texto completo »

A ESSA ALTURA DO CAMPEONATO

“Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola. A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakesperiana.” Assim falou a Flor de Obsessão chamada Nelson Rodrigues. E essa misteriosa complexidade continua mesmo com a Copa acabada e decidida. Neymar, por exemplo, já se aproxima de sua última queda: cair no esquecimento. Com a derrota do Brasil,

Leia o texto completo »

Nós e os hermanos

Eles têm Evita A gente tem Anita Garibaldi Eles têm Che A gente, o Lamarca Eles têm Gardel A gente, João Gilberto Eles têm Piazzolla A gente, Tom Jobim Eles têm Mercedes Sosa A gente, a Elis Eles têm Borges A gente tem Rosa Eles têm Bioy Casares A gente, Machado de Assis Eles têm Papa Francisco A gente, padre

Leia o texto completo »

Vamos falar de Brasil – Capítulo 01

Acabou a Copa dos contrastes, Argentina tricampeã mundial, coroando o tal do Messi como melhor jogador de futebol masculino do século do XXI. Por aqui, sobrou uma terra arrasada como sempre. Culpar as dancinhas, cabelos pintados, erros do Tite, inteligência tática do Fred ou pênaltis mal batidos é um ponto inicial, mas não podem servir como válvula de escape para

Leia o texto completo »

Uma história minúscula sobre a grande final.

tudo grandioso demais. ROLAVA UM JOGAÇO. DOIS TIMAÇOS. Que Copa. Que partida. Que Messi. Que Mbappé. Que tudo. No estádio principal de Doha o mundo só tinha olhos para o que acontecia em cima do gramado. Mas ( ) e dentro do gramado? Interrogação implícita, agora. Dentro do gramado a história era pequena. Minúscula. Menor que a altura de uma

Leia o texto completo »

(Não) Era um domingo como qualquer outro

Pedro, mais uma vez, resolveu dormir na sala, estirado no sofá. Era a terceira vez após o começo das férias escolares. Brinquedos para lá, almofadas para cá, travesseiros e cobertor, enquanto os primeiros raios solares raiavam pelos vidros da sacada, iluminando a decoração de Natal. Para ele, era um domingo como qualquer outro. Como sempre, acordei cedo. No caminho até

Leia o texto completo »

A FINAL

A Final da Copa do Catar entre França e Argentina, indesejável duplamente para nós brasileiros, atingiu uma dimensão que acelera e ultrapassa todos os motivos comezinhos que a principio nos motivavam: porque não foi uma final de Copa do Mundo, foi uma obra de arte. Uma obra de arte curiosamente ocorrida num dos cenários mais improváveis: num deserto, onde prospera

Leia o texto completo »

Desencontro

Se os jogadores brasileiros morassem no Brasil e tivessem sentido, minimamente que fosse, a dor e a distopia desses quatro anos do governo de saída, teriam feito outra Copa? Se mesmo morando fora, como a maioria, e não fossem alienados, como a maioria, teriam feito outra Copa? Não sei como você responderá. O que sei é que não é possível

Leia o texto completo »

Ave Di Maria

A Copa do Mundo é de Messi. Tá certo, não se discute. O troféu mais importante do futebol nas mãos do craque que encantou o mundo tantas vezes jogando pela seleção e, principalmente, pelo Barcelona. Com a 10 herdada de Maradona e discípulo de Ronaldinho Gaúcho, deu no que deu. Uma final de arrepiar, já chamada de a “mais emocionante/dramática/épica

Leia o texto completo »

É futebol, meu caro

Vamos torcer para Messi, um sul-americano, conseguir sua Copa, mas e o Mbappé um jovem fenômeno afrodescendente. Torcer pelos Hermanos , nossos vizinhos do cone sul, mas e a seleção de euro-africanos que cala a boca dos ultra-direitistas franceses. E os números do Pelé e da nossa seleção que o Mbappé e a França podem alcançar. Sim, mas tem a

Leia o texto completo »

TODOS OS JOGOS O JOGO

TODOS OS JOGOS O JOGO Não adianta convocar Pascal, Descartes, Rousseau, Sartre e o diabo a quatro: o futebol, além de ter reações que a própria razão desconhece, é, como diria Borges, um labirinto de surpresas e num só jogo, para cortar o azar, há todos os jogos. * Um jogo de amarelinha em que se vai do inferno ao

Leia o texto completo »

QUE FINAL.

Nunca, em nenhum torneio, vi uma final como essa. Um jogo eletrizante, cada seleção dominando um tempo e ambos empatando na prorrogação. De um lado, um artilheiro nato, forte, dominador, um atacante completo. Do outro, um mestre com a bola no pé, um gênio como seu antecessor da camisa !0 da seleção argentina. Os dois, por si só, já são

Leia o texto completo »

Somos hermanos, ganhamos todos

Modestamente, tinha acabado de comentar que esta era a melhor final de Copa do Mundo que já tinha visto quando recebi o comentário do meu primo Cláudio Arreguy dizendo a mesma coisa. Depois vi o PVC e outros bam-bam-bans da crônica esportiva concordarem com a magnitude da partida deste domingo, 18 de dezembro de 2022, empatada em 3 x 3

Leia o texto completo »

A tenda de milagres

A Copa é uma tenda de milagres, como provaram os pés de Emiliano Martínez, a poucos minutos do fim da prorrogação, e como também fizeram as suas mãos, nas cobranças de pênalti. É uma tenda de milagres, como provou Lionel Messi, jogando, aos 35 anos, a melhor Copa de sua história, fazendo uma final digna de sua carreira e se

Leia o texto completo »

TODA VERDADE E TODA MENTIRA SOBRE A COPA

Todo homem possui o sagrado direito de torcer pelo Vasco na arquibancada do Flamengo. Este mandamento, que devia ser o primeiro do futebol e do mundo, foi escrito por Deus, ou seja: Millôr Fernandes. Mas quase nunca é seguido, como quase todo mandamento. Ele manda, manda bem, mas ninguém segue. E enquanto alguns bilhões de pessoas assistem Argentina x França

Leia o texto completo »

Fim de jogo, senhoras e senhores…

Que jogo foi esse! Passamos o tempo todo achando que a copa já era da Argentina e fomos surpreendidos com dois gols de empate da França, nos dez minutos finais da partida. Depois, com a Argentina novamente na frente, voltamos a vislumbrar sua vitória, para logo depois, nos surpreendermos com a recuperação francesa. Por mais que tenha sido sofrido, com

Leia o texto completo »

20 máximas catadas sobre a Copa do Catar

– Conclusão sobre a participação do Brasil na Copa do Catar: se convocassem o time do Santos, no lugar da seleção, seríamos campeões. – Estamos vingados. Numa Copa, a Alemanha perder de 2X1 para o Japão equivale àquele 7X1 no Brasil. – Primeiro, aqui acabou a F-1. Depois o tênis, o vôlei, o futebol. Agora, só falta acabar o jogo

Leia o texto completo »

vuvuzélia

Copa de respeito tem que deixar algo na memória. Algo que complete a frase “foi a Copa em que…”, você sabe. Às vezes, um fato na competição entra para a história tanto quanto quem levantou a taça no final. Já tivemos o gol de mão do Maradona, a comemoração embala-neném do Bebeto, o cabelo Cascão do Ronaldo, o soco no

Leia o texto completo »

SOFIA FEZ SUA ESCOLHA

Uma final de Copa do Mundo entre França e Argentina é o pior dos mundos para o torcedor brasileiro. Mundo cruel! O justo seria existir uma terceira alternativa, onde os dois perdessem! Sobre nossos Hermanos vizinhos, deve existir algo além da histórica e ancestral rivalidade entre países com destinos de certo modo parecidos – temos mais em comum do que

Leia o texto completo »

Bendito futebol, maldito racismo

O Brasil ia participar do campeonato sul-americano na Argentina em 1921. Membro de honra da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), e presidente da República, Epitácio Pessoa, teria ordenado um time só de brancos para representar o país. Lima Barreto então escreveu um artigo na revista Careta, no dia 1º de outubro daquele ano. O título: Bendito football. Como é um texto bem longo para

Leia o texto completo »

O FILHOTE DAS COPAS

O FILHOTE DAS COPAS A primeira Copa do Mundo a gente sempre se esquece: ele só tinha três anos e não há de se lembar de 1974, quando o Brasil foi despachado por 2×0 daquela fenomenal Holanda. * Em 1978, já crescidinho, ele ganhou de seu tio um time de futebol de mesa do Brasil. E começou a prestar atenção

Leia o texto completo »

Eis os porquês

Pode parecer inacreditável, mas tenho algumas lembranças da Copa do Mundo de 1982 e das Olimpíadas de 1984. Assisti com plenitude à Copa do Mundo de 1986 e, depois disso, não parei mais. Foram Olimpíadas, Copas do Mundo, Campeonatos Paulistas, Brasileiros, todos os Esportes. Se tem uma TV ligada com alguma transmissão esportiva, lá estaria com os olhos atentos como

Leia o texto completo »

OBRIGADO TITE – POR NADA

O revolucionário conservador Adenor Bachi, conhecido por Tite, ex volante de quem não me lembro, ficou 6 anos no comando da Seleção Brasileira e as estatísticas que nunca mentem dizem que teve um aproveitamento de 80%. Aproveitamento de campeão, incontestável. Mas igualmente revela o quanto os números podem ser enganadores. Ou o quanto as aparências enganam. Não me lembro de

Leia o texto completo »

França x Argentina - Sonho ou Pesadelo?

Era para ter sido a Copa do Hexa na Copa dos Contrastes. Era para termos enfrentado a Argentina nas semis e depois a França na final. Apenas era para ter sido. Nosso devaneio virou um pesadelo, mas para alguns se trata de um verdadeiro sonho, pois as duas melhores seleções disputarão a hegemonia no futebol. No final, na final, teremos

Leia o texto completo »

Palpites

Muito já se disse sobre o desempenho do Brasil nesta copa do mundo. Já culparam o Neymar, o Tite, o calor, o gato etc. Nem sei se há muito mais o que escrever sobre. Em relação à nossa equipe saio decepcionada, porque via neles grandes possibilidades, mas também conformada, por não ter havido uma grande derrota, como nos malfadados 7

Leia o texto completo »

Duelo de gigantes

As semifinais foram coalhadas de emoções, com os duelos entre Croácia e Argentina e entre Marrocos e França. Era possível, por isso torci, que não houvesse um europeu na final. Mas era sabido também que a tarefa dos marroquinos, de eliminar os atuais campeões, seria hercúlea, por isso não seria nenhum vexame ficarem pra decisão do terceiro lugar. Primeira africana

Leia o texto completo »

Perdas e Vitórias

Perdas e Vitórias – Mamma, corre, se arruma, a copa vai começar! Cadê uma camiseta da seleção? Você tem uma né?! – Mamma, essa é azul… cadê a que todo mundo tem, em verde e amarelo? – Mamma, hoje eu saio mais cedo da escola porque tem jogo do Brasil. – Mammaaaa… onde vamos assistir o jogo? – Mamma, olha

Leia o texto completo »

ESCOLHAS DE SOFIA

O que é mais doloroso? Perder a vaga nas semifinais da Copa do Deserto para um adversário meia boca ou ver a Argentina golear esse mesmo adversário meia boca? Só encontro outro dilema igualmente impossível de digerir: é quando, na politica, o pobre eleitor é confrontado a escolher entre dois candidatos com os quais não se identifica. São as armadilhas

Leia o texto completo »

Bateram na gente, chamamos os hermanos.

Vingança é um prato que se come cru, como não dizia minha avó, que também era da paz, embora tenha usado um cabo de vassoura para defender minha irmã certa vez. Foi muito triste perder da Croácia e ver a nossa seleção ser eliminada da Copa. Assim como foi triste aguentar todo mundo falando mal do Neymar, mesmo após aquele

Leia o texto completo »

FINALMENTE OS CERTINHOS CAIRAM.

Imagem de gstudioimagen1 no Freepik Messi acabou com a zaga croata e deu um presente para o atacante argentino marcar 3 x 0 em cima dos chatos e certinhos do time que derrubou o Brasil nos pênaltis. Nada melhor do que ver esses caras caírem para um futebol vistoso e talentoso como o apresentado pela seleção argentina a partir do

Leia o texto completo »

O BORRA BOTAS DESLUMBRADO

O Colonialismo é uma praga. Não basta a dominação de um país sobre outro. Tudo o que signifique manifestar superioridade de um grupo sobre outro são formas de colonialismos e nem se dão ao trabalho de disfarçar. Xenofobia, racismo, imperialismo, são formas de colonialismo. E ainda tem a indisfarçável colonização interna, submissão passiva e voluntária. O agora ex técnico da

Leia o texto completo »

FUTEBOL, ESSA SURPRESA DE CAIXINHA

“Qualquer jogador pode deixar-se surpreender. Menos o que está lá, debaixo dos três paus, para agarrar tudo. No dicionário do goleiro, a surpresa chama-se gol.” E a surpresa da crônica esportiva chama-se Nelson Rodrigues, autor dessa frase e de tantas outras frases e histórias. Foi o homem que, num terreno baldio, me deu de presente o Feola, meu cachorro vira-latas

Leia o texto completo »

Uma grande fogueira

Queria respostas definitivas para as perguntas que me fiz depois do jogo contra a Croácia. Li e acompanhei inúmeras explicações antes de tentar escrever alguma coisa. Queria alguém mais especializado que pudesse reduzir o meu trabalho de pensar. Mais prático, tão prático como são as decisões que envolvem patrocínio e muito dinheiro no futebol. Não achei resposta nem nos assuntos

Leia o texto completo »

O relógio do tempo – Um conto de Natal

Final de tarde, começo da noite do fatídico nove de dezembro. Só precisávamos segurar mais cinco minutos, entretanto a eternidade quis que trezentos segundos se tornassem quatro anos. Tive que trabalhar após o jogo. De bico, assistindo à uma ata de audiência gravada na Justiça Trabalhista. “Que testemunha mentirosa!”, eu pensava; “mas eram só mais cinco minutos”, eu lembrava; “Ai,

Leia o texto completo »

O Odisseu marroquino

No jogo do Marrocos a defesa é uma arte que encontra no meia Sofyan Amrabat seu exímio mestre. À frente de uma linha de quatro ou cinco defensores, Amrabat descreve um contínuo vai-e-vem de um lado a outro do campo, ao mesmo tempo em que levemente arqueado lança seu olhar atento para as jogadas que se desenrolam nos espaços próximos.

Leia o texto completo »

A bola, o menino da mãe e o beijo

Se olharmos o mapa veremos o beijo. Ali onde se convencionou chamar Estreito de Gibraltar se situa o que poderia ser um beijo entre o continente europeu e o africano. Os lábios se estendem, mas são separados por treze quilômetros de mar. O beijo que selaria o reencontro da terra permite apenas a troca de fluidos entre o mediterrâneo e

Leia o texto completo »

Copa em Santo Amaro

Reunidos numa ciranda, com o celular ao centro, foco dos nossos olhares e atenção, acompanhamos pela telinha mais uma partida do Brasil na Copa do Mundo. O aparelho é a única opção para que nós, os internados, vejamos o futebol. As macas-camas da enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Recife, hospital no bairro de Santo Amaro, são a nossa

Leia o texto completo »

INFELIZMENTE, HOLANDA

INFELIZMENTE, HOLANDA (Em homenagem ao artista cubano Pablo Milanés e à seleção da Holanda, vai aqui uma crônica em ritmo de paródia, para cantar com a canção Yolanda) Isso não pode ser mais do que um jogo Eu gostaria que fosse sua classificação dramática independentemente de tantas zebras Isso acaba com o que sinto agora em decepção pois joguem pois

Leia o texto completo »

NORMALIDADES

Ganhar ou perder é normal. Ficar triste é normal. Xingar o Tite, o Neymar, a CBF é normal. Se indignar com o bife de ouro é normal. Achar que o bife de ouro é direito de fazer o que quiser com o próprio dinheiro é normal. Como é normal considerar ostensivo o ato dourado e sangrento diante de uma sociedade

Leia o texto completo »

POLICARPO QUARESMA PARA TÉCNICO DO BRASIL

O Brasil não se qualificou para as rodadas finais da Copa do Deserto e o pior de tudo é que não temos um culpado direto. A coisa ficou tão feia que nem um pobre judas nos restou para malhar… Podemos cobrar essa ou aquela atitude de um jogador ou outro, um equivoco ou mais nas convocações, mas nada determinante… Não

Leia o texto completo »

Tragédia à brasileira

Tragédia à brasileira A Copa não trata do Sublime, do ponto de vista clássico, daquilo que possui intervenção divina. Mas vamos combinar que, na contemporaneidade, nada se aproxima de forma tão visível de uma narrativa do convívio entre deuses e homens. As grandes estrelas do futebol usufruem de toda glória, como heróis, ou semideuses, mas padecem da vaidade e do

Leia o texto completo »

Derrota no deserto

Acordei apreensivo na sexta-feira, 9 de dezembro, dia do embate entre Brasil e nada menos que a vice-campeã da Copa do Mundo de 2018, a encruada Croácia. A mesma que já fez parte da Iugoslávia, um ‘patchwork’ de nações e etnias reunidas sob a regência do marechal Josip Broz Tito. O retrospecto nos mostrava que a Iugoslávia tinha eliminado o

Leia o texto completo »

De repente, do riso fez-se o pranto

Bastaram alguns minutos para os torcedores brasileiros ficarem tristes. Quando vi meu vizinho e seus filhos chorando sentados na calçada, entendi melhor o que é ser torcedor. O garoto menor não se conformava. Acho que pensava: como pode ser isso? De repente, assim sem mais nem menos, o time do Brasil vai voltar pra casa? Acabou o campeonato? E a

Leia o texto completo »

O XADREZ DA CROÁCIA 

A seleção croata derrotou o Brasil nos pênaltis e passou para a semifinal.  Em uma partida com alternâncias na dinâmica do jogo da seleção brasileira, os croatas parecem ter vencido mais por sua concentração e resistência mental do que propriamente por um jogo vistoso ou muito superior ao Brasil. O que parece ter faltado aos jogadores brasileiros, sobrou aos croatas,

Leia o texto completo »

Por que perdemos?

Porque a bola não é quadrada. Porque a Croácia se tornou um país independente. Porque faltou alguém ali naquele canto. Porque chutaram um gato. Porque o título não poderia chegar ainda sob o atual governo. Porque quem come ouro arrota capim. Porque deu-se um drible a mais. Porque a Croácia jogou com um goleiro. Porque as chuteiras foram feitas na

Leia o texto completo »

O moto perpétuo e o mito de Sísifo

É uma coisa tão velha quanto andar para a frente: se repetimos sempre os mesmos erros, como poderemos acertar finalmente? Eu sei, você sabe, todos sabemos. Todos? Bem, não parece. Fácil ser profeta do passado, mas desde o começo a coisa não cheirava bem. Um técnico discutível, no mínimo, refém (voluntário ou não) das muitas maquinações sinistras da CBF. Sinistra

Leia o texto completo »

Viva sua glória: se o milagre vier, você merecerá desfrutá-lo

Com os lábios lívidos de um pranto reprimido, minha filha de onze anos, que assistira à partida da seleção contra a Croácia no salão de jogos do prédio com a irmã e as amigas, entrou na sala do nosso apartamento e emendou: “Que decepção!”. Na TV, Neymar, depois de manter por uma eternidade perturbadora a expressão de incredulidade, desfez-se em

Leia o texto completo »

Quinto jogo: A batalha contra os “ses” croatas

E se Zico tivesse feito aquele pênalti em 1986? Se o Alemão tivesse feito a falta em Maradona em 1990? Se Zidane não usasse a 10 da França em 1998 e 2006? E se Dunga tivesse convocado aquelas joias do Santos em 2010? Se Zuñiga não tivesse quebrado o Neymar em 2014 (ou Borny, Camilla e Pedroca no “buxo” estivessem

Leia o texto completo »

O AVÊSSO DO COMPLEXO DE VIRALATAS

Dizem que a história nunca se repete, exceto como farsa. Diante da máquina de escrever, pretendia escrever sobre a volta do complexo de vira-latas que assolava o futebol brasileiro antes da Copa de 1958, quando ganhamos a primeira Copa do Mundo. Éramos conhecidos como os mais vistosos futebolistas do mundo, os mais técnicos, que esbanjavam categoria, mas nunca ganhava nada.

Leia o texto completo »

Procura-se um time

De um lado, como descreveu meu sobrinho-neto de três anos, um “desastre terrível”. De outro, uma vitória dramática, épica. Falo do Brasil de Neymar e da Argentina de Messi, claro. Se formos analisar seriamente, veremos que a seleção brasileira vinha de campanha invicta nas eliminatórias sem enfrentar nenhum adversário de peso. Não treinou contra Portugal, Espanha, Holanda, Bélgica, Itália, Inglaterra,

Leia o texto completo »

Diários do Castelo na Copa – 4

Cativeiro, teu nome é surpresa. Pois não é que um dia após eu escrever que o sequestro estava em compasso de espera, nos soltaram? Na verdade, não foi bem uma libertação. Ao sairmos da tenda para lavar o rosto, não havia mais ninguém no acampamento. Os terroristas tinham se escafedido. Imagino que souberam de algo e puxaram a pick-up. Comecei

Leia o texto completo »

Nunca se desfaça de um gato

Gosto do Adenor, um cara que não se rebaixou a Bolsonaro. Acho o Titês, o idioma criado por ele, bobo e desnecessário, mas respeito e gostei de ele ter levado pra Copa um grupo de qualidade, tirando o Danny babá do menino Ney, óbvio. O Brasil tem técnica, mas hoje faltou um Técnico pra nós. Vamos aos fatos, faltou um

Leia o texto completo »

O FUTEBOL TEM RAÇÕES QUE A PRÓPRIA RAZÃO DESCONHECE

O FUTEBOL TEM RAÇÕES QUE A PRÓPRIA RAZÃO DESCONHECE Então é isto: ganha quem merece. Messi merece ganhar uma Copa. Cristiano Ronaldo merece ganhar uma Copa. Não sei se Modric merece, nem Mbappé, ou talvez Kane. Só sei que era demais da conta num mesmo ano a gente ser campeão mundial e ter vencido ferrenha disputa eleitoral. Perdemos pra Croácia

Leia o texto completo »

Ainda a dança

Na crônica anterior disse que esse senão que estrangeiros – europeus, sejamos sinceros – fazem à comemoração dançante me dava gastura, e dá mesmo. Com todos os problemas existentes em nosso país, o samba, a dança, o drible são, e sempre foram, formas de resistência e não à toa nascem ou ganham força entre os negros. Assim, um garoto ou

Leia o texto completo »

FUTEBOL TODO PROSA E TODO POESIA

“Em futebol há momentos que são exclusivamente poéticos: são os momentos do gol. Cada gol é sempre uma invenção, é sempre uma perturbação do código: todo gol é inelutabilidade, fulguração, espanto e irreversibilidade. Precisamente como a palavra poética. O melhor goleador de um campeonato é sempre o melhor poeta do ano.” Quem escreveu essas palavras era um apaixonado pelo futebol.

Leia o texto completo »

Lições portuguesas

Cristiano Ronaldo foi para o banco de reservas da seleção portuguesa. Claro, foi uma surpresa para todos. A seleção fez um jogo impecável e venceu a Suíça por 6×1. Seu substituto marcou três gols. Ele permanecerá no banco? É possível que Cristiano esteja descontente. Mas não deu nenhuma declaração pública reclamado protagonismo. Também não o vi de cara amarrada. Quando

Leia o texto completo »

Zebra africana no Catar

Enquanto temos dois dias de folga para respirar e preparar os nervos para as quartas de final da Copa no Catar, aproveito para alinhavar algumas reflexões e constatações ociosas. Agora, restam apenas os grandes em cena: Pindorama, Argentina, França, Inglaterra, Holanda, Portugal, a combativa Croácia e a marrenta seleção marroquina, que fez a Espanha cair do salto alto — olé!

Leia o texto completo »

Filé de ouro e outra bola na trave

No Rio de Janeiro, existe um restaurante chamado Filé de Ouro. Sempre imaginei que o nome indicasse produtos de alta qualidade, carnes saborosíssimas e de boa procedência, mas aprendo que existem filés ornamentados de ouro — não posso afirmar se o restaurante carioca prepara a iguaria, pois nunca estive lá. De fato, o ouro, passado sobre a carne como uma

Leia o texto completo »

Clássico é clássico

A verdade é uma só: não dá para ser campeão de nada – de futebol a curling – sem disputar o clássico. E na Copa do Mundo, já nas quartas de final, surge o clássico regional Inglaterra versus França. Sim, regional e com mais tensões históricas de fora do campo do que dentro dele. Por isso é regional. O clássico

Leia o texto completo »

Birimbola na Rede

Pronto! Acordei! O Brasil fez 4 a 1 na Coreia do Sul e eu não dei nem uma pescadinha. Dois gols logo de cara, no comecinho do primeiro tempo, era tudo que eu e o Brasil precisávamos para dar aquela animada. Até a Heineken zero bateu com Vini Jr., Neymar, Richarlison e Paquetá balançando a rede (do gol, se fosse

Leia o texto completo »

A METRALHA NOS MATRAQUILHOS

A METRALHA NOS MATRAQUILHOS O Brasil ganhou de 1×0 da Suíça. Um português trocadilharia: só isso? Pois o jornal luso “A Bola” hoje estampa em sua parangona, aliás, manchete: “Chocolate para os quartos”, enquanto o diário esportivo “Record” propaga: “Ramos faz história”. É, ontem foi a procissão de Ramos em Portugal, cuja equipa fez seis golos numa oitava de final.

Leia o texto completo »

Nova batalha de Alcácer-Quibir

O bom de morar com irmão historiador é não ter que procurar muito uma ideia pra crônica. Ela já vem de mão beijada. Mas com crédito: obrigada, Ricardo. As quartas de final do lado de lá vão reeditar a célebre batalha de Alcácer-Quibir, em que desapareceu o rei D. Sebastião, fato que ainda hoje mantém vivo o culto sebastianista que

Leia o texto completo »

FLASHES NO DESERTO

Se criticamos ferozmente os erros da Seleção Brasileira e do técnico, significa que nós, brasileiros, somos mal acostumados. Desde sempre. Somos mal acostumados porque não somos obrigados a torcer pela seleção espanhola. No jogo contra Marrocos, foi de ficar espantado com tanta ruindade. Sofrível a equipe que um dia foi chamada “Armada Espanhola”. Dificil acreditar que a Espanha de Casillas,

Leia o texto completo »

Coisa de gringo

Minha vizinhança comemora gol 20 segundos na minha frente. É como se eu estivesse no cinema e a pessoa ao meu lado antecipasse o desfecho das cenas seguintes. Perde a graça. Por 20 segundos eu espero o gol já comemorado. Alguns vizinhos sopram vuvuzelas por esse tempo. Quando é gol para mim, eles param. É um alívio. O futebol combina

Leia o texto completo »

MEUS DEUSES

Ontem chorei. Não pela exibição empolgante da Seleção Brasileira no primeiro tempo contra a Coréia do Sul. Não pela recuperação do Neymar ou pela alegria do primeiro gol do Vini Jr. numa Copa do Mundo. Não pela jogada do Richarlyson que precedeu mais uma pintura de gol, não pela dancinha do time inteiro, inclusive o Tite, a mais perfeita tradução

Leia o texto completo »

TUDO BEM NAS OITAVAS

A primeira Copa que acompanhei, aos 11 anos, foi a Copa 70. Morava na zona rural de uma distante cidade do interior paulista, Junqueirópolis. O futebol naqueles idos ocupava a maior parte de nossa imaginação e da vida cotidiana. Hoje em dia recordo quase com ares de incredulidade, o quanto o futebol fazia parte de nossas vidas. Acompanhamos pelo rádio

Leia o texto completo »

Quarto jogo: A batalha contra o mascarado coreano

Em época de Copa do Mundo, os chatos espalhados por todas e quaisquer esquinas deste Brasil gostam de aparecer. Alguns chatos históricos; novos chatos; chatos de plantão; o chato supersticioso; aqueles que são tão legais, mas se tornam chatos. Tem o chato do contra. Tudo está errado para ele, não concorda com ninguém, um verdadeiro negacionista. Se deixar, torce até

Leia o texto completo »

Ecos do que ouvi por aí

Ouvi falar que, na Coreia, quem não for bonito o suficiente pra protagonizar “doramas” vai cantar no K-pop ou jogar futebol. Deu no que deu. Jogo amistoso, 6×1 pra nós. Valendo, 4×1. Assim mesmo jogando só um tempo, porque o Tite pode se dar ao luxo de não escalar o Pedro e botar em campo só seus amiguinhos. Foi uma

Leia o texto completo »

Sou brasileiro, sou coreano

Meu pai, que era do Recife, filho de pai potiguar e de mãe guarani desposada por africano de Angola, conheceu minha mãe que, em Lisboa, viu o mundo pela primeira vez com os dois grandes olhos azuis herdados do pai suíço de Genebra. Fui concebido no pós-guerra arrasado pelos escombros, mas prenhe de esperança, em Hiroshima (mon amour) e vindo

Leia o texto completo »

Campeonato de Fifa

Sou um perna de pau quando o assunto é futebol, mas graças ao bom pai, nasci no século XXI, quando as possibilidades são infinitas, até mesmo quando o corpo físico não limita a nossa vontade. Ao juntarmos os amigos, os primos, ou algum conhecido que tem videogame, normalmente é para jogarmos um Fifa no PS4. Com o avanço da tecnologia,

Leia o texto completo »

O BOBO DE ALBION

O BOBO DE ALBION Estão dizendo aí que não há mais bobo no futebol. Mas vejo um tolo na colina que vê o mundo girar feito uma bola. A bola, jogada com os pés, brotou lá na velha Albion. Aliás, encontro numa passagem de Rei Lear, de Shakespeare, um trecho em que, em seu delírio, o Bobo afirma: “Quando os

Leia o texto completo »

Futebol com código de barras

Não é de hoje que a venda precoce dos craques brazucas pra Europa é um tema preocupante. Muitos acreditam que essa lógica tira a identidade da seleção e torna certo jogadores desimportantes. Há quem diga que isso deixa a seleção mais fraca e menos comprometida com a torcida. Logo depois da conquista da Copa de 1958, Nelson Rodrigues criticou o

Leia o texto completo »

Mbappé: difícil de pronunciar, fácil de amar

Saltei a crônica de ontem devido à falta de graça dos jogos vencidos por Argentina e Holanda, que provavelmente farão uma quarta de final mais emocionante do que foram as partidas contra Austrália e Estados Unidos. Ontem foi devagar quase parando. Enquanto hoje o bicho pegou, e tudo afinal aconteceu. Claro que estou falando de Mbappé, mas também dos gols

Leia o texto completo »

Comer ouro, cortar prego

Ver nossos jogadores ostentando ouro sobre carne em restaurante da moda em plena Copa me deu a impressão de que não iremos muito longe no Qatar. Tite se mostrou fraco nesse episódio. Agrobusiness, garimpo, neoliberalismo e escravagismo: tudo de ruim numa mesma foto, que possui muitas camadas de estupidez. Nem me refiro mais à fome que assola o país pra

Leia o texto completo »

Pelé Eterno

Não vi Pelé jogar, mas falaram que ele foi o melhor. Vi Michael Jordan, mas falaram que Pelé foi o melhor atleta do século XXI. Vi Messi, mas posso falar que Pelé é maior que ele. Se tivesse nascido em Wakanda, Pelé seria o Pantera Negra, adorado por todos. Como nasceu no Brasil, é Pelé. O Pelé amado pelo mundo

Leia o texto completo »

País dos bordões

A crônica esportiva brasileira trabalha com uma série deliciosa de clichês adoráveis, nosso patrimônio simbólico, ancorado nas antigas transmissões radiofônicas de Fiori Gigliotti, “o tempo passa, torcida brasileira”, Osmar “pimba na gorduchinha” Santos e nas crônicas rodrigueanas de Mário e Nelson, para citar apenas os mais icônicos. Pois bem, a Argentina fez o segundo gol e agora precisa “valorizar a

Leia o texto completo »

Sexta-Feira, 02 de Dezembro

Preciso cuidar da saúde, fazer exames médicos, mandar lavar o carro, fazer compras, tocar a vida cotidiana, mas hoje é sexta-feira, é o Dia do Samba, tem jogo do Brasil. Suspeito que há uma conjunção universal em defesa da preguiça, da irresponsabilidade. O problema é que o calendário está fixado na parede, já sem a foto de Rose de Primo,

Leia o texto completo »

UMA TARDE DE MERDA.

Imagem de wirestock no Freepik Tomei coragem, coloquei minha camiseta verde e amarela e fui todo serelepe para o boteco. Eu estava tão animado que cheguei antes dos donos do bar, tudo bem, sentei na mureta e fiquei aguardando. Resolvi não beber porque estava muito concentrado na partida. Começou com o Brasil tocando a bola, estudando o adversário, como todo

Leia o texto completo »

A HORA É DA ONÇA PINTADA OU DO TIGRE?

Acabou a primeira fase e as cenas dramáticas e de alegria festivas se multiplicam. Ao apito final de cada jogo decisivo, é como se o mundo inteiro escorresse por entre os dedos, como se a sorte tivesse sido decidida numa roleta russa: anos de preparação, tudo se torna irreversível com a classificação ou desclassificação. Surpresas? Muitas! A recuperação da Argentina

Leia o texto completo »

Torcedor comprometido

Torço pelo Brasil, com ou sem Neymar, bom de pé, ruim de cachola. Mas a Copa não são apenas os jogos do escrete canarinho, são 64 entre 32 seleções. Não é possível ser isento nessa profusão de disputas. Normalmente, estou com os mais fracos. Jogam Catar e Holanda, torço para o anfitrião. Isso obviamente me traz alguns inconvenientes, como o

Leia o texto completo »

Camarões indigestos

Tite não tem nenhum lateral esquerdo para enfrentar a Coreia do Sul. Ao menos enquanto escrevo essas palavras. E tem um lateral direito de ofício, Daniel Alves, que perdeu potência para defender e atacar. Seus cruzamentos, antes precisos, não chegam mais aonde deveriam. A falta que bateu próxima da área não teve força, precisão, perigo, assinatura. Espero que Alexsandro e

Leia o texto completo »

A Copa e o silêncio

Como toda Copa, depois de um jogo importante, ligo para meu pai: – Oi, pai. Tudo bem aí? Você, mamãe? Viu só esse Espanha e Alemanha? Que loucura! Não deu pra respirar, cada lance era um enfarte. Incrível. Tive que esperar o intervalo para ir ao banheiro, juro: achei que, se saísse da frente da TV, ia perder uma bela

Leia o texto completo »

Uma derrota é uma derrota é uma derrota…

Chamar Camarões de Tubarões pode ser um trocadilho ruim, mas o jogo contra os crustáceos era, na verdade, contra peixe perigoso e Tite levou os meninos pra pular ondas no mar. Não era brincadeira e a seleção morreu na praia. Alex Telles saiu machucado e os outros todos meio perdidos. Houve um esforço, não vamos negar. Gabriel Martinelli quase fez

Leia o texto completo »

Terceiro jogo: A batalha além de Camarões

Nosso famoso Joãozinho acordou cedo. Na verdade, mal dormiu diante da ansiedade. Escolheu sua camisa amarela no armário, tomou café e partiu para a escola. A camisa era a mesma dos outros jogos, afinal tinha dado sorte. Já tinha a piada do dia pronta para fazer com sua professora. Zé Adamastor acordou cedo. Na verdade, mal dormiu diante da ansiedade.

Leia o texto completo »

Do tamanho da telinha do celular

Acordo antes das 4h da manhã pra pegar um voo pra Campinas, outro pra Vitória, uma van pra locadora onde o carro nos levará pra Iriri, litoral capixaba dos verões da infância e adolescência. A saga termina por volta das 14h, prazo suficiente pra comer uma moqueca e correr pra casa a tempo de ver o jogo do Brasil. O

Leia o texto completo »

Reserva

Você quer um lugar naquele restaurante famoso? Reserva. Viu a roupa dos seu sonhos naquela loja chiquérrima? Reserva. Ficou sabendo do novo show do seu artista preferido? Reserva. Aquela peça que faz o maior sucesso na Broadway tá vindo para sua cidade? Reserva. Um novo modelo do seu carro vai ser lançado em breve? Reserva. Vai ter a avant-première daquele

Leia o texto completo »

O sósia

– No meu time você não joga mais! – o grito assustou os jogadores, mesmo aqueles que estavam acostumados aos rompantes de mau humor de Tite, técnico da seleção brasileira na Copa do mundo do Catar. Olhares atônitos seguidos por um silêncio sepulcral. O vocativo, ou seja, o sujeito receptor da ira do técnico era justamente a sua maior estrela:

Leia o texto completo »

Quem sai, quem fica e o marido sentado no sofá.

A última rodada da fase de grupos da Copa tem disso, quem fica e quem sai, qual zebra vai derrubar qual grande time. E quando não é o nosso time que está na disputa por uma vaga – o Brasil se classificou logo na segunda rodada -, a gente fica brincando na frente da tevê, torcendo para a bola entrar

Leia o texto completo »

BOTARAM A BRAÇADEIRA NO HOMEM!

Tenho lá minhas implicâncias com o Adenor. Seu jeitão de coach-palestrante de autoajuda, seu caminhar pela beirada do campo que me lembra um marreco manco e, mais do que tudo, as suas escalações. Mas hoje, confesso, fui agradado. A coragem de, não só escalar, mas botar a fixa de capitão no braço do Dani Alves me caiu como um recado

Leia o texto completo »

COPOS E COPAS: GOLES E GOLEADAS

COPOS NAS COPAS: DE GOLES E GOLEADAS Há em Belo Horizonte um bar chamado Ali Ba-bar onde eu costumar ir ali beber. Uns quarenta litrões… Não, não eu, que não tive ali meu fígado afogado, mas o Cassim, um assim daqueles velhos boêmios, amante de futebol, que era também metido a poeta, gostava de levar um livro para o boteco

Leia o texto completo »

Não dá para rir

Ontem estive em uma apresentação de stand up comedy. Estava atrás de me divertir. O comediante falou por uma hora e meia. Mas eu não ri. Nem por dentro. Nem antes, com os dois que abriram o show. Nem depois. Azar. Passado algum tempo, que para mim era muito tempo, minha filha me perguntou sobre as horas. Respondi que era

Leia o texto completo »

Bola na rede e xixi no pijama

Mês de frio e de festa. De fogueira e de bola. Numa noite junina de 1970 vi o maior balão de minha vida. Com folha dupla, bucha redonda, infinitas lanternas feitas à mão. Era dois de junho e a rua assistiu o que não consigo reproduzir com palavras. As que encontro são tímidas, opacas diante do esplendor daquele monumento de

Leia o texto completo »

Sobrou pro Doku

Os últimos dias têm sido um turbilhão de atividades e emoções, a começar pelas questões pessoais, que não vêm ao caso, e culminando nesta tarde de decisões envolvendo os grupos E e F. Um desfile de zebrelos sem fim, com o Japão derrubando a Alemanha e uma legião de apostadores, enquanto o Marrocos fazia o mesmo com a Bélgica e

Leia o texto completo »

A Copa das Sete Mulheres

As mulheres saíram para a luta nesta Copa do Mundo 2022, desafiando todos os preconceitos. Renata Silveira, primeira narradora numa Copa do Mundo na TV Aberta; Ana Thais Matos, dividindo a telinha com o Galvão e o Júnior durante os jogos do Brasil; Barbara Coelho, dando um baile nos comentaristas de bancada; Karine Alves, arrebentando na cobertura da Seleção; sem

Leia o texto completo »

O cabelo do CR7

Achei que ia passar a Copa do Mundo como mero espectador. Depois do jogo de Portugal e Uruguai não vai dar. A rápida polêmica sobre a autoria do primeiro gol foi resolvida na consulta à bola. Isso mesmo “perguntaram” à pelota quem havia tocado nela por último e ela não pensou duas vezes em apontar o Bruno Fernandes como o

Leia o texto completo »

Sonhando com o Hexa

Sim, a Copa no Catar não estreou lá muito animada. Denúncias de maus tratos aos trabalhadores na construção dos estádios e a cultura machista e homofóbica do país, somados à festa de abertura sem graça e ao conservadorismo extremo dos anfitriões contribuíram para jogar ainda mais água na cerveja (que, aliás, foi vetada). A impressão que dava é de que

Leia o texto completo »

A Falta que Ele Não Fez

Foi um dia de esperas e expectativas, a segunda-feira, 28 de novembro. Ainda dá tempo de falar nesse dia. A excepcionalidade estava no fato do Brasil entrar em campo, precisando garantir a vaga para próxima fase da Copa, sem Neymar, sequer no banco. Já às sete da manhã, as emoções acenderam-se entre Camarões e Sérvia, cada um buscando seu espaço

Leia o texto completo »

OVERDOSE SADIA

Época de Copa do Mundo é tempo de empaturrar-se de futebol. Quem pode, mergulha na orgia desmedida, entrega-se à gulodice luxuriante, mete o pé na jaca. São futebóis, pátrias de chuteiras, apoteoses múltiplas por mais evidentes que sejam as distorções e interesses escusos que normalmente solapam as relações. No momento em que escrevo essas linhas, metade das Oitavas de Final

Leia o texto completo »

Por que amamos odiar Neymar Jr?

No meio da insensatez humana que vivemos, teve gente torcendo para que Neymar se machucasse. Outros, comemorando a lesão como se fosse gol. Odiamos tanto o Neymar, porque ele é cai-cai. Porque ele declarou voto. Num cenário político polarizado, ele é fruto de tudo que vivemos nos últimos 30 anos de Democracia. Dos impeachments, da reeleição, do mensalão, das rachadinhas,

Leia o texto completo »

Esporte ou arte

Como entender vinte e duas pessoas correndo atrás de uma bola, numa competição que pode acabar empatada, às vezes sem gol? Que maldita regra é o impedimento, que pune o artilheiro quando a situação é mais propícia ao seu sucesso? Por que só um jogador de cada time pode botar as mãos na bola, já que, se isso fosse um

Leia o texto completo »

Par ou ímpar?

Até por volta dos meus 17 anos, eu achava que os anos ímpares me favoreciam. Nascera em 1969, minha irmã em 1975, o Corinthians foi campeão paulista em 1977, 79 e 83 e o Flamengo venceu o mundial em 1981, mesmo ano em que, jogando futsal, ganhei os meus primeiros campeonatos e terminei como artilheiro com 113 gols. Como se

Leia o texto completo »

EMBATES INTERIORES

De todas as dezessete Copas para quais fui convocado, talvez seja essa a que tenha mais cara de sensações antagônicas. A começar pela sede. O Catar, pelas circunstância que “convenceu” a FIFA e pelas violações dos direitos humanos explícita merecia tamanho holofote? Por outro lado, não é importante saber que existem – e como existem – mundos diferentes do nosso,

Leia o texto completo »

Segundo jogo: A batalha contra o relógio Suíço

Queríamos um chocolate suíço, mas novamente o ferrolho se colocou na frente do goleiro Sommer. Os Alpes postados, bloqueando os caminhos dos jogadores verde-amarelos. O tempo passava. Os segundos do relógio Suíço se moviam pontualmente pelo campo de batalha. O tempo passava. Angústia, um lance aqui, uma pressão ali, o tempo passava, alterações – Rodrygo + Bruno Guimarães, um gol

Leia o texto completo »

Nada há de ser pleno nesta vida: nem o bem nem o amor

A plenitude é uma utopia. Nada haverá de ser pleno, pelo menos não nessa existência. Talvez por um milésimo de segundo se possa sentir o hálito da plenitude de um sentimento como a alegria, mas a precisão de sua lembrança é tão frágil e evanescente quanto a de um sonho bom. Na estreia da seleção brasileira, enquanto os fogos espocavam

Leia o texto completo »

UM TIME DE RESPEITO.

Imagem de 188361 por Pixabay Nos dois primeiros jogos da seleção brasileira, vimos apenas um time jogando: o Brasil. Não porque os adversários fossem fracos, nada disso. Tanto a Suíça quanto a Sérvia são seleções de respeito, que jogam uma bola redonda e que fizeram estragos nos torneios europeus. A questão é que o time brasileiro é muito bom, raramente

Leia o texto completo »

ANARQUISTAS EM CAMPO

Em 28-11-2022 o Brasil se classificou antecipadamente para as oitavas de final da Copa do Deserto. Teve seus méritos, evidentes, especialmente por estar sem sua estrala maior, o Neymar. Mas, convenhamos, o jogo contra os pernaduras suíços pouco ou nada tem de empolgante. Devemos brindar com chocolate suíço e se tiver amigo suíço, vale um pouco de gozação – mas

Leia o texto completo »

MILAGRE!

Final de jogo: Brasil 1 x 0 Suíça. Sem Neymar. Da minha sacada, vejo alguns vizinhos na rua. Estão alegres, se abraçam, riem. E de repente lembro que alguns são bolsonaristas e outros são petistas. Mas estão confraternizando! Semanas atrás se xingavam e agora se abraçam e comemoram a vitória da seleção. Milagre! Talvez seja essa a magia do esporte,

Leia o texto completo »

LGBT o quê?

O Joca me ligou dizendo que a mulher dele, a Sarita, estava viajando e convidou o Matogrosso e eu para assistirmos ao jogo entre Portugal e Uruguai, países simpáticos – um, colonizador nem tão querido assim e, outro, pequena província ao sul com quem mantemos laços afetuosos. A discussão era: torcer pra quem? Fiquei com o Uruguai sul-americano de gente

Leia o texto completo »

Você não entende nada

Parafraseando um antigo intelectual e ex-presidente da República, esqueçam tudo o que eu escrevi. Eu não entendo nada, mesmo. Sou uma palpiteira muito fajuta em matéria de futebol. Não foi à toa que um crítico literário me detonou logo na minha estreia em livro, quando lancei o romance “Segunda divisão”. Ele disse com todas as letras que eu não entendia

Leia o texto completo »

DIÁRIOS DO CASTELO NA COPA – 3

Infelizmente, o Galvão não teve acesso ao vídeo que mandei à Rede Globo. Nele, um rapagão mascarado do Talibã me jogava no lago de um oásis, de bruços, amarrado a 30 bolas de futebol. Antes, eu dizia à câmera, chorando: “se o Irã não ganhar a Copa, vão me deixar boiando aqui pra sempre”. Era a condição da rapaziada aqui

Leia o texto completo »

MINHA CHUTEIRA FLORIDA

MINHA CHUTEIRA FLORIDA Quem conhece Mário Quintana, já ouviu falar do seu divertido Sapato florido, livro em que a poesia, a prosa surpreendente, o surrealismo inesperado sempre dá as caras ou os pés. Há um texto que sempre admirei, sobre Mr. Wong: é um personagem chinês que mora dentro da gente, “nem bom, nem mau: gratuito”. Deixo o Quintana explicar:

Leia o texto completo »

Enquanto tem vida, tem jogo

Que maravilhosas sensações nos proporciona uma copa do mundo! Quando a gente assiste ao nosso time do coração, é normal que a gente passe o tempo todo torcendo pra que nossos “pombos” façam um gol, e logo outro, e outro, pra liquidar a partida. Difícil mesmo, nesses casos, é analisar as jogadas, pensando em cada passo, atitude de jogador, seja

Leia o texto completo »

As palavras em torno do esporte bretão

A bola vem voando e cai no peito do jogador. O narrador descreve que fulano matou a bola no peito. Tamanha sandice. Houvesse matado, o jogo seria interrompido. Lá nas peladas da minha rua, ele teria acabado, pois não tínhamos uma segunda para substituir a primeira em caso de morte ou, o que de fato ocorria, furo. Ah, meus amigos,

Leia o texto completo »

A finta e a rebeldia

Em 1958, o Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo, e anunciou ao mundo um estilo de jogo inconfundível. A brutalidade inglesa e a elitização da bola deixaram de ser a prioridade por aqui e o futebol brasileiro passou a ser exaltado por seu “futebol-arte” ou “futebol-poesia” como definiu o cineasta e poeta Pasolini. Se a seleção de 1958 fosse

Leia o texto completo »

A SUBVERSÃO EM CAMPO

A Copa de 1970 ficou marcada na História como a que apresentou ao mundo a melhor seleção de todos os tempos. Um desfile formidável de craques geniais, tão acima da média que se deu ao luxo de ter no time titular 5 meias, típicos camisas 10: Gerson, Rivelino, Jairzinho, Tostão e Pelé. O cabeça-de-área marcador e protetor da zaga, era

Leia o texto completo »

Prenderam o zebrelo!

O zebrelo, ou camebra, como queiram, vinha cantando alegremente: – São José da Costa Rica, coração civil, me inspire no meu sonho de amor, Brasil! Depois, mudando de tom, passou a entoar o mundialmente famoso palíndromo: – Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos! Quando foi detido pelas forças de repressão do país-sede, descontente com o estrago que o híbrido animal

Leia o texto completo »

A copa das cores e paradoxos: reflexões iniciais após uma semana

Completamos a primeira semana da Copa do Mundo do Catar e temos algumas interessantes constatações: há muito o mundial da Fifa ultrapassou apenas a condição de ser apenas um torneio de futebol. Simbologias, resgates de nacionalismos, brios, revanche, autoafirmação, tudo isso e mais, proporcionado pelo futebol emerge durante essas poucas semanas a cada quatro anos. Para começar com a polêmica

Leia o texto completo »

Você estava lá?

Existem acontecimentos que marcam época, que fazem o mundo parar para ver e comentar. Um desses momentos aconteceu exatamente às 17h30 da quinta-feira, 24 de novembro de 2022. O mundo tinha os olhos vidrados nos lances que aconteciam ali, no estádio Lusail, em Al Daayen, Catar. Jogavam Brasil e Sérvia. O jogo estava no campo de ataque da seleção brasileira,

Leia o texto completo »

MADAME AYSHA E O FUTURO DA COPA

MADAME AYSHA E O FUTURO DA COPA O livro “Quando É Dia de Futebol”, reúne crônicas e poemas de Drummond, publicadas no Correio da Manhã e no Jornal do Brasil entre as Copas de 1954 e 1986. Um olhar por vezes lírico, por vezes dramático do já nem tão nobre assim esporte bretão. O futebol sempre envolve drama e poesia,

Leia o texto completo »

De pombo e fênix

Dizem que futebol é uma caixinha de surpresas. Digo eu: o futebol é um ninho de surpresas. O pombo é da paz para milhões de brasileiros, que vêem surgir um vôo de esperança para alcançarmos o hexa. Fênix são a Argentina e a Alemanha que, em duas rodadas, foram do céu ao inferno e tudo indica que ressurgiram das cinzas.

Leia o texto completo »

Um juiz pra não chamar de Seo

As crianças estão alvoroçadas com a Copa. As meninas criam penteados diferentes e pintam o rosto com criatividade. Os meninos que estavam faltando voltaram a tempo de recuperar o sonho. A criançada substituiu as camisetas habituais pela amarelinha, sem temer mal-entendido. Aproximo-me da roda de conversa inicial da Sub-9. Um dos garotos olha pra mim e dispara: – Oi, aposentado!

Leia o texto completo »

Copa na casa do amigo

Quando vai chegando a época de Copa, o coração carrega ufanismo e nostalgia, é por isso que fico todo memorialístico assim. Tinham-se mais motivos para matar aula na escola do que estudar, e um deles era o de ir assistir os jogos na casa dos amigos. Fora de nosso habitat casual, a aventura da Copa do Mundo na casa do

Leia o texto completo »

Colecionador… de futebol

Desde que me conheço por gente sou um colecionador. A minha primeira coleção foi de tampinhas de refrigerante. Sim, a Coca-Cola lançou uma coleção fantástica, em que a parte de dentro da tampinha era uma foto colorida de um jogador de futebol. Lembro como se fosse ontem, a minha alegria quando o garçom, depois de um pedido desesperado para ele

Leia o texto completo »

A pelada tem seu lugar

Tem um tempão que estou tentando falar sobre peladas e não consigo, devido ao alto grau de tensão e emoção das últimas partidas desta Copa do Catar. Vejam hoje a dificuldade encontrada pela França, coroada, no entanto, pelo brilho de sua estrela maior, Mbappé (foto), aquele craque que, além de tudo, é um fofo. E o que dizer da Argentina?

Leia o texto completo »

Abertura

É cedo pra falar no Hexa e tarde pra comentar o jogo. Acho que, de novidade, restou só aquele botãozinho na gola. Alguém mais reparou? Já deram conta de tudo, inclusive dos memes. O goleiro sérvio mal foi buscar a segunda bola na rede e já tínhamos o Pombo voando nos Zaps. Rapidez e criatividade. “Que jogo e que golaço!!”,

Leia o texto completo »

PERMITO ME DIZER QUE TE AMO

Total respeito aos que não gostam de Copa do Mundo. Seja por protesto contra o Catar, a FIFA ou aos governos e aproveitadores. Seja por misturar futebol com política, seja por achar futebol chato mesmo. Mas por favor, não gastem eloquentes ou velados argumentos para me convencer do contrário, não me apontem o dedo rangendo entre dentes e olhares: “seu

Leia o texto completo »

UMA COPA DA LEITURA!

Das palavras mais emblemáticas que ouço desde uns tempos para cá, “leitura de jogo” deve ser das mais enigmáticas e não só por dar ao autor da frase um ar respeitável, pois, fornece ao mesmo uma certa aura de critérios científicos. São muitos os cronistas, comentaristas, jornalistas e filósofos do futebol que vaticinam definições e o ouvinte ou leitor ou

Leia o texto completo »

Futebol e política, tudo a ver

Escrever crônicas da Copa e ao mesmo tempo trabalhar nos projetos profissionais te coloca sempre no risco de ter tempo pra falar abobrinha e se ver no maior turbilhão de demandas justamente no dia do jogo do Brasil. Aconteceu comigo. Mais de 24 horas depois do show do Pombo, ainda não encontrei jeito de escrever sobre ontem – na verdade,

Leia o texto completo »

SUA SENHORIA, MEU GURI

Adoro esse pronome de tratamento: sua senhoria. É assim que se dirigem ao meu guri. Olha aí, ah, o meu guri, olha aí. Não é um juizinho qualquer, é árbitro e da entidade maior: FIFA. Só não foi nessa Copa por pura proteção com outros juízes menos qualificados. Mas, fazer o que no Catar? Um país que tem um problemão

Leia o texto completo »

Do extracampo, do queixo caído e de como torcer para o hexa.

Nenhuma partida de futebol é exclusivamente aquilo que acontece dentro de campo com a bola rolando ou com a bola parada, incluindo aqui a área dos reservas. É também aquilo que extrapola o que aconteceu em campo e que, nesta Copa no Catar, anda bastante evidente. Nesta Copa o extracampo anda vencendo de goleada. É mais sobre os protestos de

Leia o texto completo »

Pra variar, vamos falar de política? Brasil x Sérvia.

Copa do Mundo é uma coisa muito alienante, quiçá desimportante frente às mazelas do mundo, da sociedade, das famílias, do indivíduo. Portanto, vou destoar dos colegas cronistas e falarei agora exclusivamente das coisas que realmente são urgentes. Desta forma, analisarei o posicionamento e a atuação política dos atletas da seleção no primeiro jogo da competição. Vamos aos fatos: Alisson: foi

Leia o texto completo »

Juras e Promessas

“Tinha jurado à minha mãe, por toda vida, não me meter em mais nenhuma trapalhada”. Todas as vezes que abre a temporada de euforia com a perspectiva da Festa Literária de Paraty, lembro dos versos de Miguel Gustavo, cantados por Moreira da Silva. A analogia é simples. Todos os anos prometo não vir à festa e, sempre e sempre, como

Leia o texto completo »

Um novo tempo?

Acho que é cedo. – Cedo? – Sim. E se ele for… – Não é! Você sabia que ele pediu, publicamente, por urgência nas buscas pelo desaparecimento do Dom Phillips e do Bruno Pereira? – Pediu? – Sim. Ele se posicionou. – Isso é raro. – Tem mais: ele se tornou embaixador do USP Vida, aquele programa voltado para pessoas

Leia o texto completo »

UMA PAIXÃO CHAMADA WANDA

UMA PAIXÃO CHAMADA WANDA Só quem tem os olhos vendados não vê a propaganda que ronda os estádios da Copa. Como não tenho olhos vendidos e não entendo nada de renmimbi ou yuan, dinheiro chinês, não pretendo engrossar a conta do conglomerado Wanda, que anuncia sua marca na beirada dos gramados. Este texto vai wandar por outras paragens.Toda vez que

Leia o texto completo »

Novos garotos da camisa amarela

O presidente eleito, Lula da Silva, vestiu a camisa da CBF e vibrou com a vitória da seleção brasileira em sua estreia na Copa: 2 x Zero sobre a Sérvia. E, além de ter resgatado a camisa amarela para a cidadania e a civilidade, Lula ainda palpitou que o Brasil poderá ganhar essa Copa — que só precisamos tomar cuidado

Leia o texto completo »

Pombo com asa. Uma história de amor.

No futebol todos conhecemos a expressão “pombo sem asa”, aquele chute onde a bola vai em direção ao gol como uma pedrada, com violência irrefutável e arrebatadora. Agora, com o gol de Richarlison aos 73 minutos do tempo regulamentar da estreia do Brasil na Copa do Catar, contra a Sérvia, passamos também a ter a expressão “pombo com asa”, sim

Leia o texto completo »

Richarlison, tudo de bom!

Por diversos motivos, bem fáceis de identificar, não tinha visto muita gente animada com esta Copa. O que não impediu que o dia de hoje, de estreia do Brasil, fosse um quase feriado, pelo menos depois do meio-dia. Do almoço até as 16h, a tarde se arrastou, malemolente, pelo menos na rede aqui de casa, onde me joguei, que só

Leia o texto completo »

Voleio amarelo

Ensaiei para comentar o protagonismo da zebra na terra do camelo, que fez a festa em cima de nossos hermanos argentinos e de nosso algoz, Alemanha, mas achei melhor esperar o resultado do jogo de hoje entre Brasil e Sérvia. Embora eu tenha ciência da qualidade do futebol brasileiro, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém, já

Leia o texto completo »

Tudo pronto!

– E aí, vamos ver o jogo hoje? – Qual jogo? – Do Brasil! – Olha, pai, não sei mais se quero ver a Copa. – Por quê? – Porra, ninguém quer ganhar isso! Um monte de time merda ganhando dos times bons. A Alemanha perdeu pro Japão, a Argentina pra Arábia! O que é isso?! Hoje, o Uruguai empatou

Leia o texto completo »

Braçadeira proibidona

Depois que proibiram a bandeira de Pernambuco nos estádios porque ela lembra a do movimento LGBTQIAP+, desisti. Deviam mudar o nome de Oriente Médio pra Oriente Péssimo. Por isso acho esse mascote da Copa tão perfeito: diante de tantos constrangimentos apresentados pela comissão organizadora do Qatar e pelo comitê da FIFA, tudo devidamente escondido pelas transmissões das tevês oficiais, nada

Leia o texto completo »

A magia da Copa

Mineirão, 8 de julho de 2014. Eu era um dos 58.141 pagantes no Brasil X Alemanha. Tudo ia bem quando, aos 11 minutos, Thomas Müller marcou contra a Seleção. Deu-se o apagão. Uma energia muito pesada caiu sobre o lugar. Não saberia defini-la em palavras, nem usando a linguagem poética. Nesse momento, um homem alto, cabeça coberta por um capuz

Leia o texto completo »

O 7 a 1 é nosso (contêm muitos gatilhos de pura ironia)

O Brasil realmente não está bem. Como é possível uma sociedade conservadora, cultuadora do atraso, não sair às ruas protestar ou mesmo pagar para fechar as estradas – sempre pagam alguém para fazer o serviço. Não teve motociata, abraço à sede de CBF, e muito menos, durante à noite, com as lanternas de celulares, não houve qualquer tentativa de cifrar

Leia o texto completo »

SOBRENATURAL DE AL-MEIDA E A RAINHA DE COPAS

SOBRENATURAL DE AL-MEIDA E A RAINHA DE COPAS Nélson Rodrigues tornou imortal a figura de Sobrenatural de Almeida, aquele personagem misterioso que, num piscar de olhos, entra numa partida de futebol e muda todo o panorama do jogo. Há os clássicos no futebol, aqueles times que se equivalem e não há favoritos, qualquer um deles pode ganhar. Porém, há aqueles

Leia o texto completo »

Deu zebra até na cronista

Desde ontem, com a derrota da Argentina pra Arábia Saudita, que me ocorreu a imagem de um camelo listrado. Um meme que fundisse a famosa zebra do futebol com o animal típico das areias do deserto. Hoje, foi a vez da Alemanha perder pro Japão e a minha procura se intensificou. Até que encontrei duas: uma feita pelo genial Aroeira

Leia o texto completo »

Bê-á-bá do futebol

É o que sempre digo: o jogo acontece dentro das quatro linhas, mesmo porque, com a bola fora delas, será preciso bater um lateral ou um escanteio. Se este é contra a gente, requer então uma boa reza, no caso, multirreligiosa, um pouco de ave-maria, outro pouco de tambor, além, é claro, de zagueiros altos e goleiro atento. Respeitada essa

Leia o texto completo »

Torcendo com os dentes

Marquei a dentista justamente na hora do jogo entre Alemanha e Japão. Paciência. Depois eu assisto aos melhores momentos. Quando chego na doutora, os olhos puxadinhos dela sorrindo por trás da máscara, só aí é que me dou conta: Caramba, hoje é dia feriado pra ela! Procurei bandeirolas como lanternas vermelhas pelo consultório, não vi. Mas a televisão tela plana

Leia o texto completo »

Álbum de figurinhas

Há cinco meses o meu neto de seis anos não sabia muito bem o que era e nem dava a mínima para o futebol, apesar da insistência do seu avô, palmeirense, que teimava em lhe apresentar o esporte em toda sua complexidade.    As regras, os times, as modalidades, tudo muito confuso, principalmente no que tange aos campeonatos e suas

Leia o texto completo »

O milhão e a ilha

O jogo estava marcado para as 19h há quatro anos. Abertura da Copa. O time treinara algumas vezes nesse período, a cada três, quatro meses, sempre de noite, por uma hora e meia. O fato é o de que, a quatro horas do início da partida, só havia sete jogadores de linha disponíveis. Ninguém sabia o paradeiro de Hatem, Boudiaf

Leia o texto completo »

CUIDADOS PARA A ESTREIA

Nos tempos mais gloriosos do Botafogo, o ônibus da delegação entrava de marcha à ré no Maracanã. O time tomava gemada antes dos jogos, menos por fortalecimento energético, muito mais porque, uma vez servido o potente suplemento vitamínico, nunca mais o time perdeu, até ser campeão em 1957. Não sei se abandonaram a gemada, mas o cachorro Biriba entravava com

Leia o texto completo »

Ainda é futebol

Há pelo menos duas certezas nesta Copa. A primeira é a de que o Qatar não será campeão e a outra de que vamos reclamar (até o fim) da escolha equivocada do país sede. Todos os dias e com toda razão, alguém lembra o histórico de desrespeito aos direitos humanos e às mulheres, a repressão à comunidade LGBTQIA+, o tratamento

Leia o texto completo »

Risada de zebra combina com lágrima de canguru?

Nem consigo imaginar a decepção dos argentinos hoje, já que o dia desandou bem cedinho com bola e tudo. Mas difícil mesmo garanto que foi não poder nem tomar uma cervejinha pra empurrar goela abaixo a zebra das arábias, e é aí que mais entra o meu “não consigo imaginar”, porque decepção e tristeza a gente conhece, mas nunca associa

Leia o texto completo »

A ARGENTINA SENDO ARGENTINA.

Foto: Imagem de natanaelginting no Freepik De um lado um time invicto há quase mil anos, segundo os comentaristas ufanistas com a seleção dos vizinhos. De outro, um time árabe sem nenhuma tradição e disposto a perder de pouco. Aparentemente, um treino oficial para a seleção argentina. Mas, no futebol, nada se decide no papel, nem sempre o favorito leva

Leia o texto completo »

CRAQUES DE CHINELAS

Sou, acho que já posso dizer isso sem freios de modéstia, um redator publicitário bem-sucedido. Assim como meu amigo de décadas José Guilherme Vereza, ele mais do que eu porque ostenta em alguma estante em sua casa a estatueta de um leão, prêmio conquistado em Cannes, que equivale ao Grammy ou ao Oscar da publicidade mundial. Claro que nós dois

Leia o texto completo »

Dramático como só um portenho

Por conta do meu destino, um tango argentino me cai bem melhor que um blues, cantava Belchior no século passado. Também sou assim. É um sangue quente, é uma garra, é uma faca nos dentes e um brilho nos olhos. Guerra das Malvinas: derrota. Aquelas Falklands lá, como uma cicatriz a lembrar da humilhação. Ditadura sanguinária. Evita e Perón. Mercedes

Leia o texto completo »

Copa do mundo é isso! O tango argentino.

A invencibilidade, o favoritismo, a lógica, o bom futebol, o bolão da firma, o queixo do cronista. Tudo isso caiu hoje. Não vou fazer suspense, o mundo viu, atônito, a Arábia Saudita vencer a poderosa Argentina, de Messi, Di Maria e Lautaro. 2×1, de virada. Surpreendente? Não para quem realmente gosta de futebol e acompanha as Copas do Mundo. Já

Leia o texto completo »

Ginga, meu caro.

Caro Vini… Eu bem sei que os ataques que você tem sofrido não dizem respeito só a você. É um ataque mortal a todo nosso futebol. O fato de surgir alguém que baila e balança as redes sorrindo, faz com que as torcidas adversárias fiquem em choque e façam de tudo para menosprezar e tentar parar essa alegria. A maioria

Leia o texto completo »

Copa ou Koopa do mundo?

E a bola rola assim que o juiz apita! Nada de estranho, se ele não tivesse apitado no 2 da cronometragem. Ou foi a transmissão? Eu ainda estava tentando digerir a falta dos dois segundos, numa espécie de torpor – seria o fuso horário? Tudo rápido demais e, sim, já ouvi “gol”. O Equador abriu o placar da copa, mas

Leia o texto completo »

Entra o VAR, sai o arco-íris e a luta pela liberdade.

E prometiam que desta vez iria ser diferente, que o VAR iria varrer a demora, afinal são tantos sensores em tantas partes do campo, nos peitos dos jogadores, nas traves, nos postes, nas gramas, na cal, que desta vez não teríamos nada para esperar, desta vez, em instantes, a tecnologia iria decretar de bate-pronto o que um lance de gol

Leia o texto completo »

Bom começo, com muitos gols

Apita o árbitro e os dois primeiros dias de Copa do Catar foram de tirar o fôlego. Não graças à cerimônia de abertura, que foi chinfrim, com aquela luta de espadas Jedi, música paia e os Fulecos de todas as edições anteriores. Gostei do fantasminha catariano. O ponto alto foi o encontro de Morgan Freeman com Ghanim Al Muftah, o

Leia o texto completo »

Mashas, Nikas, uma braçadeira e o silêncio antes do apito

E lá vai a bola rolando outra vez nos gramados sob olhos atentos do mundo. Que horror! Repetem os que discordam das escolhas da FIFA. Nem cerveja! A escolha está feita e as obras monumentais erguidas. Sobre que bases? Haja escavações pra trazer à luz toda a verdade. E a essa altura já não importa. A bola deslizou macia obedecendo

Leia o texto completo »

Chuva inglesa no deserto.

Sabemos que o clima no Catar é árido, assim como o futebol do país. O primeiro jogo, contra o Equador, foi aquele 2×0 seco, ou seja, com poucas chances, quase nenhuma emoção. O Equador tentou, em alguns momentos, esquentar a partida, mas do lado catari, nenhuma gota de bom futebol. Pois bem, o tempo mudou logo no segundo jogo: Inglaterra

Leia o texto completo »

Pouca pele

Bem que eu tô tentando, mas tá difícil me empolgar com essa Copa do Qatar. Mas, buscando dentro de mim, vejo que o motivo desse meu desinteresse crescente pelo futebol em geral, vem de um tempo já. E nessa viagem sincera ao meu interior, descobri que é a falta de pele. Sim, os jogadores de agora vestem uniformes patrocinados pelas

Leia o texto completo »

Vai torcer com o quê?

Meu gastroenterologista, a pessoa que melhor me conhece por dentro neste mundo, disse-me um dia, analisando minha endoscopia no acrílico: “O estômago é o seu órgão de choque. Tudo você segura aí, absorve aí, ressente aí!”. Assustei-me com aquilo, mas não pude negar: foi ali que aprendi em definitivo que sentir é algo complexo e se dá via muitos órgãos.

Leia o texto completo »

Vazio existencial

Depois de fracassar em duas Copas e não ter sido eleito o melhor jogador do mundo em dez edições possíveis, Fefeu entraria na sua terceira Copa sem saber quanto vale a sua marca, o que muito o angustiava. Naquela noite, por exemplo, sonhara que seu colega de equipe, M., fora chamado para protagonizar uma campanha mundial de um desodorante-que-não-é-bom, subindo

Leia o texto completo »

Abertura, diversidade e inclusão

A Copa começou e eu aqui, da copa de casa organizando algumas coisas, pude observar de relance a organização na cerimônia de abertura. Foi no estádio Al Bayt, um baita estádio! Importante observar que numa cultura fechada como a do Catar, em que mulheres não devem andar com o corpo descoberto, e em muitos casos, dependendo do local, nem podem

Leia o texto completo »

Copa do Mundo 2030 Agora vai! É o Brasil em Dubai!

[Há uns 10 anos, escrevi uma croniqueta humorística sobre a realização de uma Copa do Mundo num país árabe. Aqui vem ela, pelo que valha, enquanto aguardamos o próximo jogo no Catar.] 1º Tempo — Boa tarde, Brasil: estamos de volta para acompanhar a seleção brasileira de futebol em mais uma batalha para ultrapassar as oitavas de final da Copa

Leia o texto completo »

Eu, torcedor (lembranças da minha primeira copa)

A primeira vez, a gente nunca esquece. Não parece muito promissor que o prólogo de uma crônica seja um aforismo mais velho que a Copa do Mundo de 1930. Bem, em tempos copeiros, tanto quanto o gol fatal do Rossi, em 1982, da mão divina de Maradona em 1986, ou da bola que Baggio atirou rumo ao céu – para

Leia o texto completo »

1 minuto de silêncio, por favor.

Antes dos jogos começarem, vamos respeitar o minuto de silêncio em homenagem… …aos trabalhadores imigrantes, mortos durantes as obras nas sedes da Copa do Catar. …aos gays cataris, que têm que se manter em silêncio durante toda a vida. …às mulheres, cobertas e escondidas, privadas e oprimidas, no Catar e em tantos outros Afeganistões. …à democracia, frágil e ameaçada em

Leia o texto completo »

Quem vai levantar a Taça do Mundo desta vez?

Muitos anos atrás, eu jogava futebol toda segunda à noite com amigos e depois tomava cerveja. Numa noite estrelada aparecem Bellini, esse mesmo, o capitão da seleção da Copa de 58 na Suécia, o da célebre pose imortalizada ao levantar a taça Jules Rimet, e Vaguinho, aquele mesmo, o ponta do Corinthians do Paulistão 77. — Podemos brincar? – disse

Leia o texto completo »

Hexagerado, eu?

Tá chegandhexa a horhexa e andam dizendo que só falo e penso no hexa. Que hexagero. Tanto que nem sei direito quais são os nossos craquhexas. Daí dei uma googlhexada e encontrei a listhexa do Tithexa. Os goleirhexas são o Alissonhexa, o Edersonhexa e o Wevertonhexa. A defeshexa tem dois Alexhexas, o Danihexa, o Danilhexa, o Bremerhexa, o Miltãohexa, o

Leia o texto completo »

Inspirada em Saramago

Esta semana foi centenário do Saramago e pensando nele e na correria em que ando resolvi escrever uma crônica inspirada na pontuação que o único Nobel da língua portuguesa adotava ou seja a falta de pontuação tá difícil porque o corre-corre começou quando parei tudo pra coordenar um imenso trabalho que me afastou até do futebol talvez tenha sido essa

Leia o texto completo »

A final de Copa que não assisti ao seu lado

O chão de taco em tom de cedro, a velha cômoda de madeira escura, o cinzeiro cheio de cinzas sobre ela, o restinho de cigarro aceso entre os dedos da mão direita, o cotovelo apoiado na cômoda e os olhos azuis de pupilas negras apertadas concentrados no jogo que passa na TV de tubo. Faz 20 anos que Padulão, meu

Leia o texto completo »

Pai de primeira Copa

O primeiro Mundial do qual tenho lembranças vívidas é o de 1990. Lembro-me com detalhes da lambança de Higuita contra Camarões, da dancinha de Roger Milla, do surpreendente artilheiro Totó Schillaci, dos pênaltis defendidos por Goycochea (e daquele mais decisivo, que ele não pegou por centímetros). Mas do que jamais esqueço mesmo é o que vivi fora da televisão. Nas

Leia o texto completo »

ABERTURA COM 200 CHIBATADAS

Toda Copa do Mundo prepara um espetáculo emocionante em sua abertura. Afinal de contas, é uma estreia assistida por quase dois bilhões de pessoas no planeta. Shakira cantou na Copa de 2010, Robbie Williams na de 2018, Jennifer Lopez no Brasil em 2014. Mas a maior estreia de Copas do Mundo foi no dia 15 de junho de 1958, na

Leia o texto completo »

Agora pode!

Agora pode! Ah, dona Maria, agora pode! Vista tua camisa amarela, pendure na janela aquela bandeira tão bela, afinal, é Copa do Mundo, agora pode! Antes era só psicopatia, apenas um sequestro das cores da nossa flâmula sagrada por um grupo que nem sabia catar feijão, não sabia fazer oração, não sabia amar com o coração. Mas, agora pode! Amarele-se

Leia o texto completo »

El Tigre

Arthur Friedenreich (1892-1969) A Seleção tem memória curta. Incontáveis 1329 gols. Ou seriam 1239? Ou 554 gols em 561 partidas, ao longo de quase 26 anos de bola? Só sei que El Tigre foi um grande artilheiro. E não deixou de vestir a camisa do Flamengo.

Leia o texto completo »

AGARRE A CÓLERA DOS DEUSES

AGARRE A CÓLERA DOS DEUSES Não, não se trata aqui de falar daquele incrível filme alemão do Herzog, de 1972, em que exploradores liderados pelo nobre Pedro de Ursua – interpretado pelo magnífico Klaus Kinski – vieram em busca do Eldorado, na Amazônia. Com perdão do trocadilho, mas o agarre aí está mesmo é ligado à condição do goleiro, que,

Leia o texto completo »

Da cabeça aos pés

Da cabeça aos pés *A poucos dias da Copa, homenageio a seleção de todos os tempos, pelo menos pra mim. A pose é a de um time de futebol de salão, três de pé com peito estufado e uma dupla sentada na frente. É fácil ver as mudanças que os mais de quarenta anos trouxeram nos cabelos, nas cinturas, nos

Leia o texto completo »

Diários do Castelo na Copa – 2

Como a Copa não começava decidi conhecer o Deserto das Arábias. Imaginava que fosse grande, mas aquilo é uma enormidade: o Pantanal, perto dele, é um Piscinão de Ramos. Acabei me perdendo. O jipe que aluguei era coberto por seguro antirroubo, anticolisão, antichamas, mas ficou coberto de areia, até o teto, e isso o seguro não cobre.   Sou meio

Leia o texto completo »

Figurinhas de Peso

Seu Jão era um dos poucos jornaleiros locais. Sua banca ficava na praça central e as crianças estavam sempre por lá, em busca das figurinhas da Copa. Seu Jão era cheio de prosa e dizia que tinha todos os álbuns, desde o tempo das carimbadas. Você viu? Nem eu. Seu Jão era bem malandro mesmo. Desde que surgiu o boato

Leia o texto completo »

Quando o país amarelou

A TV Globo vem exibindo a série de programetes “A Copa que eu vi”, com artistas, jogadores, jornalistas e celebridades variadas relembrando determinados jogos das diversas Copas. Aproveito o pretexto para recordar um momento marcante da Copa de 98. Era sábado, eu tinha ido ao saudoso Barnaldo Lucrécia pra bater uma poderosa feijoada e assistir a um jogo da Copa

Leia o texto completo »

Não dá Match!

Não tenho intimidade com o futebol. Tradicionalmente, avô e pai eram corintianos fanáticos. Em casa, nem marido nem filhos se interessaram pelo assunto. Demorei um tempinho para perceber a diferença entre um tiro de meta e um corner, batizado depois de “escanteio”, de canto. E “ficar para escanteio” virou expressão idiomática. Mas, quando se trata de Copa do Mundo, todos

Leia o texto completo »

QUANDO É A BOLA QUEM DRIBLA VOCÊ.

Pois é. Lá vem mais uma Copa do Mundo de Futebol chegando pertinho e a gente começa a imaginar os dribles que vai precisar dar. As pedaladas, os dribles da vaca, as firulas e os corta-luz. É que a gente tem um adversário temido e ameaçador: o tempo. Quem, como eu, trabalha há muitas copas, sabe que é complicado torcer

Leia o texto completo »

Day after no Catar

Abro a janela. Sim, ele está lá, o sol. Caramba. Esfrego os olhos e não acredito. Mas a despeito da minha retumbante tristeza, dos esquemas apáticos do Felipão, do Mick Jagger rindo na arquibancada, da escalação do Bernard e dos urubus ainda rodando em minha memória atada à esplanada do Mineirão, o sol, oito anos depois, nasce na minha janela

Leia o texto completo »

Molecada artilheira

Ronaldo. Tostão. Reinaldo. Coutinho. Leônidas. Fred. Casagrande. Careca. Juari. Adriano. Dario. Roberto. Adão. Luis Fabiano. Vavá. Nunes. Serginho. Jardel. Washington. Ricardo Oliveira. Túlio. Dodô. Gabriel. Romário. Fenômeno. Criativo. Diferente. Tabela. Diamante Negro. Carismático. Crítico. Habilidoso. Veloz. Imperador. Peito de Aço. Dinamite. Elegante. Fabuloso. Rompedor. Decisivo. Canhoto. Cabeceador. Casal 20. Pastor. Maravilha. Gol bonito. Gol. Baixinho. Filhos do Brasil.

Leia o texto completo »

As lágrimas de Thiago

Há oito anos atrás, Thiago chorou e foi crucificado. Tudo por expressar sua emoção em uma catarse pouco comum para os padrões masculinos. Thiago nos permitiu assistir ao vivo um choro humanizador e foi desprezado pela maioria. Até aí nenhuma surpresa. Inédito seria a exaltação da sua sensibilidade masculina. Buscando registros antigos encontrei apenas um texto, do jornalista Adão Júnior,

Leia o texto completo »

MÃOS AO ALTO: ISTO É UMA COPA!

O escritor uruguaio Eduardo Galeano era apaixonado por futebol. Sempre que chegava uma Copa, ele colocava uma placa na porta de casa: “fechado para futebol”. E só tirava de lá depois do fim da competição. Mas como surgiu esse esporte que to mou conta do planeta? Dois ingleses, Sir Paul e Sir Peter (inglês adora ser sir), andavam por uma

Leia o texto completo »

Mané não perdeu

Mané, quando foi preciso, elevou ainda mais nosso país. Mané era sim um patriota. Da cabeça ao coração na ponta das chuteiras. Mané, para assombrar o mundo e dar o Bi-Mundial ao Brasil, usou e abusou de suas pernas tortas e do talento de entortar qualquer cintura dura que aparecesse. Mané foi sempre à frente do seu tempo, sem precisar

Leia o texto completo »

O FANTASMA DE 66

Numa tarde de julho de 1966, eu era escoteiro (confesso e indesculpável deslize infanto-juvenil) em plena armação de um acampamento numa fazenda infestada de carrapato. À primeira estacada na barraca, apareceu do mato um dos chefes de patrulha. Gago. – Hun hun hun gria um a ze ze ro. Na segunda martelada, ele de novo: – Hun hun hun gria

Leia o texto completo »

Com que Roupa?

Não estou sozinho, aliás, estou bem acompanhado. Dizem que o poeta Carlos Drummond de Andrade, como eu, se enfeitava de camisa nova para ver os jogos da seleção brasileira. Gosto do ritual. Ir à loja desportiva mais próxima e comprar, por preço sem sempre justo para o consumidor, uma camisa da Canarinho, e nos dias de jogos, copos de cerveja

Leia o texto completo »

Vizinho

VIZINHO Quando vi meu vizinho pintar a bandeira do Brasil no meio da rua, logo desconfiei: estava chegando a Copa do Mundo. Animados, ele e os filhos repintavam a bandeira em cima do asfalto, depois de quatro anos. E renovavam as esperanças de poder gritar “campeão”. Os filhos são pequenos, nunca viram o Brasil ser campeão, acho até que duvidam

Leia o texto completo »

O resultado de sempre

Essa é uma copa que, após muitos anos, não assistirei em companhia de meu pai. Ele se foi em Agosto. Se ela tivesse sido em Julho, como sempre acontecia, ainda teria dado tempo. Embora nos últimos dias ele não estivesse mais tão interessado no esporte que mais gostava. Vivemos seus últimos doze anos de vida grudados. Aliás, toda nossa pequena

Leia o texto completo »

AMAR ELA

AMAR ELA Que seria do amarelo Sem o mundo paralelo? Que seria da amarela Se tivermos asco dela? Vou voltar ao tempo: usei a camisa amarelinha pela primeira vez na parada de 7 de setembro de 1958. Calção azul, camisa amarela, meias brancas, com beirada verde e amarela, e um miserável par de chuteiras apertadas. Até hoje me doem os

Leia o texto completo »

Sem apelidos

Era tarde quando liguei a TV. Os vinte e seis já tinham sido anunciados e os nomes com as fotos apareciam de tempos em tempos numa faixa sobreposta às imagens da entrevista coletiva. Dei a sorte, no entanto, de pegar esta faixa recomeçando com a lista naquele exato momento. E o começo das listas, todos sabem, é sempre com os

Leia o texto completo »

O que eu fiz com a 9 do Tostão

Logo depois da Copa de 70 no México, ganhei da minha namorada uma camisa da seleção brasileira de futebol. — É do Tostão! — Tostão? Nossa! Obrigado! A mãe dela conseguiu duas: a 9, do Tostão, e a 10, do Pelé. Tinha mania de colecionar camisas de jogador de futebol. Eu queria mesmo era a do Rei, mas tudo bem

Leia o texto completo »

Depois de Marrakesh, pra lá de Teerã

A Sandrinha não suportava que eu a chamasse pelo diminutivo (“um desprestígio”), mas, agora que me abandonou por causa da Copa, que importância tem? Depois que Sandrinha partiu, ruídos para os quais nunca dei atenção ganharam vida. Imagino-a voltando quando ouço passos na escada, a cada toque do celular suponho que seja mensagem dela. Noite dessas, a ouvi, da rua,

Leia o texto completo »

Batendo figurinha

Copa do Mundo não é só sobre futebol, pelo menos de dentro dos portões da escola. Que moleque nunca quis ter o álbum daquela tão comentada tal Copa do Mundo que vai rolar este ano!? Então existe um campeonato mundial de nações jogando futebol entre si!? É tudo muito novo e diferente, então, bora participar do jeito que criança adora:

Leia o texto completo »

Minha irmã manja de futebol

Lembro-me muito bem da Copa de 1970. Eu era um moleque de quase nove anos e, para assistir à competição, fiz uma estripulia. Nosso vizinho, seu Jerônimo – acho que era esse o nome, sei que ele era pai do Rolando, mas pode ser que não, que fosse pai do Marcelo –, enfim, esse senhor trabalhava numa loja de eletrodomésticos

Leia o texto completo »