Birimbola na Rede

Pronto! Acordei! O Brasil fez 4 a 1 na Coreia do Sul e eu não dei nem uma pescadinha.
Dois gols logo de cara, no comecinho do primeiro tempo, era tudo que eu e o Brasil precisávamos para dar aquela animada.
Até a Heineken zero bateu com Vini Jr., Neymar, Richarlison e Paquetá balançando a rede (do gol, se fosse a de casa eu dormia). E ainda teve a dancinha do Pombo, com direito a participação do Tite, pra deixar tudo com mais cara de Brasil.
O ex-jogador irlandês, Roy Keane, não gostou da festa. Pra ornar com o clima conservador e chato do Catar, afirmou que as comemorações com coreografia eram desrespeitosas. Keane, daqui de onde a gente veio, gol é pra comemorar, sim. E fica melhor se for ao som do “Pagodão do Birimbola”, executado à exaustão nos mais eruditos salões do Tik Tok.
Alegria a gente não economiza, esbanja mesmo. É melhor que torcer contra a recuperação de um jogador, falar mal do técnico, da seleção, da escalação. Bem melhor que ficar duvidando do nosso talento, achando o gramado artificial do vizinho mais verde que o nosso.
Motivo pra chorar nunca faltou no nosso país e umas boas reboladas, no campo ou na sala de casa, são perfeitas pra gente respirar um pouco e lembrar o que temos de bom. Como bem disse Raphinha: “Problema de quem não gosta, a gente vai continuar fazendo”.
O jogo de ontem trouxe de volta um pouco da malemolência apagada pela nossa recente (e prolongada) casmurrice.
Deixa a gente comemorar, Keane. Se joga e vem dançar a derrota da Tik-Taka com passinhos do Tik Tok. Bora comemorar o gol do Paquetá, a vitória do Marrocos, o expediente mais curto na segunda e o happy hour antes da hora na sexta. Aqui é Brasil, porra!

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