NO VOSSO E EM MEU CORAÇÃO

Hasteada a bandeira feminina, neste final da Copa, relembro Manuel Bandeira daquele poema que fala da Espanha no coração: “Espanha da liberdade:/ A Espanha de Franco, não!”
Falando francamente, nesse domingo meu coração não estava na Austrália: só vi o segundo tempo da disputa entre Inglaterra x Espanha, pois, para usar uma expressão cara à minha mãe, estava com sentido no jogo das onze horas, no Maracanã, entre Vasco x Atlético Mineiro. E vencemos!
Mas gosto mesmo é das coincidências: pois não é que ganhei de uma concunhada um aparelhozinho chamado Alexia, todo mundo sabe o que é, mas eu sabia pouco dessas modernices. E acordei pedindo pra Alexia tocar Os Mutantes, “Minha menina”, pois era um domingo de sol, cheirando alegria, e acordei pensando nela, na vitória. E quando ligo a televisão, olha só quem entra em campo pela seleção espanhola: Alexia Putellas. Putz.
Espanha ganhava de 1×0, dando-se ao luxo de perder um pênalti. Resumo da ópera: Carmona fez o gol. Não foi a Carmen, mas a Carmona. Ouvi castanholas, flamencos na memória e o Vasco vencendo.
Sim, a Espanha mereceu. Foi uma bela Copa, que ficará no vosso coração e no meu coração. Mas meu combalido coração estava mesmo era no Maracanã.
Adios, chicas y muchachos.