Cezar Fittipaldi

Crônicas publicadas no projeto.

A efêmera ilusão da glória vã

Reflexões no calor da hora sempre são subjetivas demais e correm o risco de perpetrarem injustiças. Passadas as críticas 24 horas desde a eliminação da seleção feminina do Copa do Mundo de futebol, podemos então fazer algumas observações. Toda crônica é, por excelência, subjetiva. E a minha, claro, não poderia ser diferente. Sempre fui meio “ovelha negra”, rés rebelde do

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Madalena

Madalena Eu confesso: fui criado como e, fui machista! Até, que duas coisas aconteceram em minha vida e me fizeram rever conceitos: Madalena e ser pai de meninas. Eu era um desses homens que tinham reservas quanto ao papel das mulheres nos esportes e quiçá, na sociedade. Isso diminuiu muito, felizmente, e ainda estou em processo de melhoria de conceitos

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Cezar Fittipaldi

O Rei maior

Morreu Pelé. Morreu parte de minha identidade como pessoa e principalmente, brasileiro. Desde pequeno, meu pai mencionava o quanto Pelé era diferenciado enquanto jogador de futebol. Mas ele era, naturalmente, muito mais do que isso. Lendas ou fatos a seu respeito existem aos milhares. A de que foi capaz de causar um armistício temporário numa guerra entre dois países africanos

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Cezar Fittipaldi

O moto perpétuo e o mito de Sísifo

É uma coisa tão velha quanto andar para a frente: se repetimos sempre os mesmos erros, como poderemos acertar finalmente? Eu sei, você sabe, todos sabemos. Todos? Bem, não parece. Fácil ser profeta do passado, mas desde o começo a coisa não cheirava bem. Um técnico discutível, no mínimo, refém (voluntário ou não) das muitas maquinações sinistras da CBF. Sinistra

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Cezar Fittipaldi

O sósia

– No meu time você não joga mais! – o grito assustou os jogadores, mesmo aqueles que estavam acostumados aos rompantes de mau humor de Tite, técnico da seleção brasileira na Copa do mundo do Catar. Olhares atônitos seguidos por um silêncio sepulcral. O vocativo, ou seja, o sujeito receptor da ira do técnico era justamente a sua maior estrela:

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Cezar Fittipaldi

A copa das cores e paradoxos: reflexões iniciais após uma semana

Completamos a primeira semana da Copa do Mundo do Catar e temos algumas interessantes constatações: há muito o mundial da Fifa ultrapassou apenas a condição de ser apenas um torneio de futebol. Simbologias, resgates de nacionalismos, brios, revanche, autoafirmação, tudo isso e mais, proporcionado pelo futebol emerge durante essas poucas semanas a cada quatro anos. Para começar com a polêmica

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Cezar Fittipaldi

Khaby Lame e a salada de ideias que me assolam pré Copa

Como muitos sabem, Khaby Lame é o nome daquele jovem senegalês que se tornou um fenômeno do Tik Tok e da internet sem dizer uma palavra sequer! Fenômeno e milionário, diga-se de passagem! Por isso hoje ele é o motivo de minha inveja (inveja do bem…calma lá!), pois para causar uma ínfima parte da comoção que ele causa eu tenho

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Cezar Fittipaldi

O radinho

O radinho Gervásio não se considera supersticioso. Passa por debaixo de escadas, não se preocupa com gatos pretos cruzando à sua frente, sextas feiras treze ele tira de letra. Mas, como não poderia deixar de ser, Gervásio tem uma pequena, minúscula, superstiçãozinha: desde a final da Copa de 1994, em que estava de serviço como segurança de um depósito de

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Cezar Fittipaldi

A peneira

Anoitecia e ele ainda não havia comido nada desde o frugal café da manhã, pão amanhecido e café preto. Para economizar havia cruzado a imensa cidade a pé, cansando-se bastante, mas não a ponto de desanimá-lo. Sabia que as coisas não lhe seriam oferecidas de bandeja desde que se entendia por gente, desde que seu pai os havia abandonado, sua

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Cezar Fittipaldi

A bola veio alta

A bola veio alta, e o brilho dos holofotes lhe dificultava a visão. Seria sua última chance, talvez não apenas no jogo, mas sim no clube. Já avistara Deraldo, seu substituto, aquecendo-se ao lado do banco de reservas. Não marcava há seis partidas, o que para um centroavante era muito tempo. Estava pensando em encerrar sua carreira de altos e

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Crônicas publicadas no projeto.

A efêmera ilusão da glória vã

Reflexões no calor da hora sempre são subjetivas demais e correm o risco de perpetrarem injustiças. Passadas as críticas 24 horas desde a eliminação da seleção feminina do Copa do Mundo de futebol, podemos então fazer algumas observações. Toda crônica é, por excelência, subjetiva. E a minha, claro, não poderia ser diferente. Sempre fui meio “ovelha negra”, rés rebelde do rebanho. Por isso abomino quase tudo da cultura woke, do

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Madalena

Madalena Eu confesso: fui criado como e, fui machista! Até, que duas coisas aconteceram em minha vida e me fizeram rever conceitos: Madalena e ser pai de meninas. Eu era um desses homens que tinham reservas quanto ao papel das mulheres nos esportes e quiçá, na sociedade. Isso diminuiu muito, felizmente, e ainda estou em processo de melhoria de conceitos e relativizações. Parte do amadurecimento, acredito. Ainda bem! Bom, mas

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O Rei maior

Morreu Pelé. Morreu parte de minha identidade como pessoa e principalmente, brasileiro. Desde pequeno, meu pai mencionava o quanto Pelé era diferenciado enquanto jogador de futebol. Mas ele era, naturalmente, muito mais do que isso. Lendas ou fatos a seu respeito existem aos milhares. A de que foi capaz de causar um armistício temporário numa guerra entre dois países africanos para que os combatentes pudessem assisti-lo jogar pelo Santos. O

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O moto perpétuo e o mito de Sísifo

É uma coisa tão velha quanto andar para a frente: se repetimos sempre os mesmos erros, como poderemos acertar finalmente? Eu sei, você sabe, todos sabemos. Todos? Bem, não parece. Fácil ser profeta do passado, mas desde o começo a coisa não cheirava bem. Um técnico discutível, no mínimo, refém (voluntário ou não) das muitas maquinações sinistras da CBF. Sinistra CBF, que pleonasmo. Convocações muito estranhas maquinadas por empresários (não

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O sósia

– No meu time você não joga mais! – o grito assustou os jogadores, mesmo aqueles que estavam acostumados aos rompantes de mau humor de Tite, técnico da seleção brasileira na Copa do mundo do Catar. Olhares atônitos seguidos por um silêncio sepulcral. O vocativo, ou seja, o sujeito receptor da ira do técnico era justamente a sua maior estrela: Neymar! – Mas, professor…! – – Não tem mas e

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A copa das cores e paradoxos: reflexões iniciais após uma semana

Completamos a primeira semana da Copa do Mundo do Catar e temos algumas interessantes constatações: há muito o mundial da Fifa ultrapassou apenas a condição de ser apenas um torneio de futebol. Simbologias, resgates de nacionalismos, brios, revanche, autoafirmação, tudo isso e mais, proporcionado pelo futebol emerge durante essas poucas semanas a cada quatro anos. Para começar com a polêmica da escolha da sede. No Brasil, em 2014, os governantes

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Khaby Lame e a salada de ideias que me assolam pré Copa

Como muitos sabem, Khaby Lame é o nome daquele jovem senegalês que se tornou um fenômeno do Tik Tok e da internet sem dizer uma palavra sequer! Fenômeno e milionário, diga-se de passagem! Por isso hoje ele é o motivo de minha inveja (inveja do bem…calma lá!), pois para causar uma ínfima parte da comoção que ele causa eu tenho que gastar todo o meu parco repertório lexical e mais,

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O radinho

O radinho Gervásio não se considera supersticioso. Passa por debaixo de escadas, não se preocupa com gatos pretos cruzando à sua frente, sextas feiras treze ele tira de letra. Mas, como não poderia deixar de ser, Gervásio tem uma pequena, minúscula, superstiçãozinha: desde a final da Copa de 1994, em que estava de serviço como segurança de um depósito de gás na periferia de Guarulhos, ele escuta o final da

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A peneira

Anoitecia e ele ainda não havia comido nada desde o frugal café da manhã, pão amanhecido e café preto. Para economizar havia cruzado a imensa cidade a pé, cansando-se bastante, mas não a ponto de desanimá-lo. Sabia que as coisas não lhe seriam oferecidas de bandeja desde que se entendia por gente, desde que seu pai os havia abandonado, sua mãe e seus outros cinco irmãos menores, havia cerca de

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A bola veio alta

A bola veio alta, e o brilho dos holofotes lhe dificultava a visão. Seria sua última chance, talvez não apenas no jogo, mas sim no clube. Já avistara Deraldo, seu substituto, aquecendo-se ao lado do banco de reservas. Não marcava há seis partidas, o que para um centroavante era muito tempo. Estava pensando em encerrar sua carreira de altos e baixos, pontuada por algumas contusões, mas ainda não se sentia

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