Final de jogo: Brasil 1 x 0 Suíça. Sem Neymar.
Da minha sacada, vejo alguns vizinhos na rua. Estão alegres, se abraçam, riem. E de repente lembro que alguns são bolsonaristas e outros são petistas. Mas estão confraternizando! Semanas atrás se xingavam e agora se abraçam e comemoram a vitória da seleção. Milagre!
Talvez seja essa a magia do esporte, principalmente quando se trata da seleção. “Todos ligados na mesma emoção, parece que todo o Brasil deu a mão…” — os mais velhos devem lembrar-se dessa música…
É claro que pode ser que eu esteja tendo apenas uma ilusão de ótica, que aqueles risos não são sinceros, que os abraços não são apertados… Mas não importa, podem ser os primeiros passos no caminho de retorno à civilidade e à paz social.
Continuo olhando quase sem acreditar. Na primeiro vitória não teve isso, mas agora as crianças se misturam e vão jogar bola no campinho. As mulheres conversam animadas. Os homens fazem planos para ver o próximo jogo reunidos.
De fato, o ser humano é um ser de paixão. Ou melhor, de paixões. Mal sai de uma, já embarca em outra. Nada muito racional, mas quem liga? Se for para alcançar uma convivência pacífica, tudo bem.
Agora começo a torcer de verdade para a seleção. Mais uma vitória e, principalmente, a conquista da taça, e o meu bairro vai virar um paraíso, pelo menos por algum tempo. Obrigado, Richarlyson, Casemiro, Neymar, Vinicius e todos os outros. E vamos lá, pra frente, Brasil! — grita meu coração.
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Douglas Tufano
Olá! Eu sou o Douglas Tufano, professor de português e redação para vestibulares há mais de 50 anos!... Não se espantem, é que comecei bem cedo e ainda estou na ativa, agora on-line. Sou também autor de muitos livros didáticos e paradidáticos nessa área, publicados pela Editora Moderna. Até meus 30 anos, gostava muito de jogar e assistir futebol, de ir a estádio, de torcer fanaticamente pela seleção... Depois, fui tomando juízo e hoje ainda gosto mas sem grandes paixões. Há tantas outras coisas boas para usar o tempo... Não conhecia a Fernanda, mas conheci muito o pai dela, o Reinaldo. Éramos vizinhos na Mooca e jogamos muita bola juntos. O convite da Fernanda me surpreendeu um pouco. Embora trabalhando com literatura há tanto tempo, nunca pensei em escrever crônicas, e muito menos sobre futebol. Vou tentar. Espero que gostem. Sou paulistano, mas mudei para Jundiaí, onde vivo há 42 anos. Agora, tenho mais tempo de vida como jundiaiense do que como paulistano. Mas é claro que, se eu saí de S. Paulo, S. Paulo não saiu de mim. Acho que ser paulistano é um estado de espírito. Um abraço! Douglas.
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