De repente, do riso fez-se o pranto

Bastaram alguns minutos para os torcedores brasileiros ficarem tristes. Quando vi meu vizinho e seus filhos chorando sentados na calçada, entendi melhor o que é ser torcedor.
O garoto menor não se conformava. Acho que pensava: como pode ser isso? De repente, assim sem mais nem menos, o time do Brasil vai voltar pra casa? Acabou o campeonato? E a festa que estava programada para os próximos jogos? E a expectativa gostosa de mais uma vitória, de mais gols do Pombo, do Neymar, do Vini? Tudo isso acabou? Onde vou guardar as bandeiras, a corneta? O sonho acabou?
Mas de tudo fica um pouco, como disse o poeta mineiro. Fica talvez a aprendizagem de que a vida não tem um roteiro claro e imutável. Não há esse roteiro e muitas coisas acontecem sem que a gente possa interferir nem prever. O esporte pode ser uma amostra dessa insegurança que nos acompanha ao longo dos anos. A vida não tem começo, meio e fim, não tem intervalos nem possibilidade de prorrogação. A vida é alegria misturada com tristeza. Choramos quando estamos alegres e choramos quando estamos tristes. As lágrimas são as mesmas.
Fiquei com pena dos meninos e do meu vizinho. Ficaram tão alegres e entusiasmados por alguns dias que agora o tombo parece bem maior.Mas sei que isso vai passar, como das outras vezes. Logo estarão rindo e brincando e… torcendo novamente. Porque o desejo de ser feliz é muito forte nos seres humanos. Somos seres de riso e lágrimas. E é isso que nos mantém vivos e com esperança. A pintura da bandeira na rua vai durar uns quatro anos.
Até a próxima Copa!

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