A Copa das Sete Mulheres

As mulheres saíram para a luta nesta Copa do Mundo 2022, desafiando todos os preconceitos. Renata Silveira, primeira narradora numa Copa do Mundo na TV Aberta; Ana Thais Matos, dividindo a telinha com o Galvão e o Júnior durante os jogos do Brasil; Barbara Coelho, dando um baile nos comentaristas de bancada; Karine Alves, arrebentando na cobertura da Seleção; sem contar inúmeras outras que estão dando seu show lá no Catar.

Elas são as caras das transmissões/programas esportivos da TV brasileira, antes dominadas apenas pelos rostos masculinos e que agora começam a abrir as portas para essa nova forma de pensar, enxergar e sentir os Esportes.

Todas elas, exemplo para muitas mulheres que amam Futebol, sofrem muito nas redes antissociais. É um ataque aqui, uma perversão por ali, um preconceito acolá, uma normalização de condutas masculinas, cuja surpresa maior não é ela ocorrer, mas sim a quantidade de apoios que o ofensor pode receber.

Pela primeira vez, um trio de árbitras foi escalado para apitar uma partida da Copa do Mundo. A francesa Stéphanie Frappart, a mexicana Karen Diaz e a brasileira Neuza Back foram os nomes escolhidos para apitar Alemanha x Costa Rica. Um jogo doido que culminou com a eliminação dos nossos algozes, mas, principalmente, um dia histórico na Copa dos contrastes. Demoramos 22 Copas do Mundo para termos mulheres apitando uma partida. Talvez, a mesma demora para lembrarmos que havia sido nossa Marta a primeira atleta de futebol a marcar gols em 05 Copas do Mundo consecutivas.

Demoramos quase um século para colocarmos um trio de árbitras numa partida masculina de Copa do Mundo; já estamos atrasados há mais de século para enfrentar os preconceitos e abusos que as mulheres sofrem.

Lembrei aqui destas sete mulheres, mas seriam realmente apenas sete? São milhões delas que lutam diariamente. No seu lar. No seu ambiente de trabalho. Na sua comunidade.

São aquelas mulheres iranianas que tentam protestar no Catar, tentam, porque até lá começaram a ser perseguidas.

São centenas de milhões delas que sofrem. Não apenas durante a Copa dos contrastes.

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