Vamos falar de Brasil – Capítulo Final

Foram 17 textos no pré, durante e pós Copa do Mundo 2022. Destes, 05 foram publicados apenas no Instagram e antes de eu fazer parte do time do “Crônicas da Copa”. Logo após, a escrita amadureceu e (imagino!?) construí uma história com mais 12 crônicas publicadas por aqui. Pensar além das análises dos fatos, trazer interpretações pessoais com olhares poéticos, às vezes humorados, em outros críticos, tudo isso era o objetivo proposto pela Fernanda, Fernanda de Aragão Ramirez, uma das idealizadoras deste projeto.

Conheci pessoas fantásticas por meio das mais diversas crônicas que li e reli. Temos um time de cronistas que sonharam em ser jogador de futebol, botafoguenses, professores, publicitárias, advogados, psicólogas, nativos de Caruaru, autores de livros, poetas, contistas, cronistas, escritores premiados; no fundo somos um pouco de tudo, mas sobretudo brasileiros.

Só falei com uma delas: a própria Fernanda e o melhor deste papo se resume aos questionamentos dos nossos respectivos cônjuges: “Você o conhece? Convida, porque o projeto precisa de mais futebol!” – falou Marcio Assênsio Araújo, outro idealizador do “Crônicas da Copa”. Já aqui em casa a pergunta havia sido da onde eu conhecia este site. Respostas semelhantes foram dadas: “Nos conhecíamos há três dias.”

O desafio era enxergar aquilo que ninguém havia visto, mas também falar daquilo que todos viram, mas ninguém tinha reparado. A minha caminhada aqui no “Crônicas da Copa” foi além da paixão pelo Futebol e Copa do Mundo. Tornou-se uma verdadeira ode ao Amor.

Hoje, encerro este meu ciclo de escritas da Copa dos contrastes. Gostaria de estar exaltando nosso hexa, mas caímos nas quartas de final para os croatas. Até aquele dia, havia ainda uma esperança no ar e sonhávamos o devaneio de que a Seleção voltasse a unir este país.

Parecia-me que poderia ocorrer e demos alguns passos neste sentido. Ter de volta o orgulho de usar a camisa amarelinha, cantar o Hino ou tremular nossa bandeira; ser convidado para uma festa de aniversário com decoração verde amarela era tudo que precisávamos (e fomos convidados!!). Era a chance de resgatar a identidade dos nossos símbolos nacionais.

Talvez, o hexa tivesse resolvido a questão, talvez, não. O ressentimento político ainda é muito grande neste país. Nos dois lados da rua. Da época do mensalão, passando pelas manifestações da turma do “Não vai ter Copa” até o impeachment da presidente, chegamos na Lava-Jato, no antipetismo e na eleição de 2018. Vermelho, verde, amarelo, rosa ou azul. As cores passaram a ser motivos de brigas por todas e quaisquer esquinas do Brasil. Famílias se afastaram, amizades foram desfeitas.

Ainda somos um povo ressentido. Com o Neymar e Tite; com o Lula e Jair; com a traição do Vitor Pereira, estamos ressentidos com e por tudo.

O amor não venceu o ódio e a luta ainda será árdua. De um lado, aqueles que ainda não conseguiram perdoar; lá do outro lado, os que esperam um milagre às portas dos quarteis. Estão todos ressentidos com seus próprios ressentimentos.

Qual Brasil nos espera em 2023? Em 2026? Será que os símbolos nacionais voltarão a ser de todos os brasileiros? Será que teremos chance de lutar pelo hexa?

A resposta começará (na verdade, já começou) a ser dada em primeiro de janeiro de dois mil e vinte e três.

Precisamos de paz e união. Respeito e empatia. Perdão e acolhimento. Responsabilidade fiscal e social. Revolução e revolucionar. Desenvolvimento com Justiça Social. Precisamos ser criativos e pensar de um jeito diferente, seja na Política ou no Futebol.

Uma responsabilidade para os dois lados da rua, sem exceções, até para aqueles que teimam em andar de bicicleta entre a Direita e a Esquerda.

Uma responsabilidade de todos nós brasileiros, das “Crônicas da Copa” ao Planalto Central.

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