Ave Di Maria

A Copa do Mundo é de Messi. Tá certo, não se discute. O troféu mais importante do futebol nas mãos do craque que encantou o mundo tantas vezes jogando pela seleção e, principalmente, pelo Barcelona. Com a 10 herdada de Maradona e discípulo de Ronaldinho Gaúcho, deu no que deu.

Uma final de arrepiar, já chamada de a “mais emocionante/dramática/épica da era moderna” das Copas. Com todos os requintes de crueldade para deixar torcedores de lado a lado prendendo a respiração durante praticamente todos os minutos possíveis de um jogo com grandes acréscimos, prorrogação e pênaltis.

Os hermanos começaram dominando totalmente as ações e foram os donos do jogo no primeiro tempo inteiro. Com uma entrega digna do que se espera em uma final de Copa do Mundo, combatendo cada palmo de grama pela bola.

E ainda neste primeiro tempo, mesmo com a genialidade de Messi totalmente em dia, quem tocou o terror na França foi Di Maria.

Enquanto ele esteve em campo, os jogadores franceses não deram um sorriso sequer.
Dembélé que o diga.

A coisa estava tão feia por ali que o técnico francês fez logo duas substituições ainda no primeiro tempo.

Mas a essa altura um dos gols mais bonitos da Copa já havia sido pintado:

Em um contra-ataque onde a bola passa pelo pé esquerdo de Messi, claro, ele limpa a jogada até acelerar o jogo numa triangulação onde outro atacante já estava se projetando pela direita.

E foi assim, em uma disparada alucinante pela esquerda, acompanhando toda a jogada que acontecia do lado direito do campo, que Di Maria chegou absoluto para receber um passe cruzado dentro da área adversária e, batendo de primeira, anotar o segundo gol argentino no jogo.

No replay em câmera lenta dá pra ver o tamanho das pupilas de Di Maria observando a bola chegar aos seus pés. O olhar fixo, a concentração, a confiança, o instinto matador.

Quantas vezes ele já deve ter feito este mesmo gol, depois da mesma arrancada, recebendo a bola com a mesma força, do mesmo jeito, no mesmo lugar? Tantas vezes e nenhuma. Nenhuma com tanta responsabilidade. Mas ele finaliza a jogada com a segurança acumulada de todos os outros gols que já fez na vida. Um golaço!

Assim como para Messi, essa vitória também é a consagração da carreira do camisa 11. Uma foto na internet lembra os dois meninos juntos ainda na seleção olímpica.

Di Maria chora na comemoração do gol.

Di Maria chora ao ser substituído.

Di Maria chora ao ver o empate da França.

Di Maria chora com o pênalti convertido por Montiel.

Di Maria chora nos braços de Messi após a conquista, ovacionados pelo estádio Lusail.

Como chora esse Di Maria. Imaginem se tivessem perdido.

Na Argentina, apesar da também chamada “final do enfarto”, as abuelas fazem a festa por todo o país.

Messi é D10S. Ave Di Maria.

Olhando Di Maria e todo seu futebol, fico imaginando o que ele faria se jogasse pelo Flamengo.

Mas aí me lembro que já temos Bruno Henrique.

Tá tudo certo.

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