Enquanto tem vida, tem jogo

Que maravilhosas sensações nos proporciona uma copa do mundo!
Quando a gente assiste ao nosso time do coração, é normal que a gente passe o tempo todo torcendo pra que nossos “pombos” façam um gol, e logo outro, e outro, pra liquidar a partida. Difícil mesmo, nesses casos, é analisar as jogadas, pensando em cada passo, atitude de jogador, seja ela individual e ou em equipe, vendo o quadro geral do jogo, pra quem ele está mais favorável, essas coisas. Pelo menos, é assim pra mim, pobre torcedora amadora.
Mesmo os mais entendidos no esporte, narradores, repórteres, comentaristas, ficam, eu imago, o tempo todo vivendo esse dilema entre a análise fria, técnica, em meio à efervescência de pensamentos e sentimentos que cada bola na rede ou na trave provoca.
Para quem joga futebol ou dirige um time, deve haver quem consiga tirar ensinamentos e estudar milimetricamente o desempenho dos jogadores, dos times, com o objetivo de aprimorar o seu próprio desempenho ou de sua equipe.
Mas além desse aspecto de aprendizado técnico, eu diria que cada jogo é uma aula, não necessariamente de futebol. Pensei nisso hoje, ao acompanhar atentamente o jogo entre Camarões e Sérvia.
Pude notar que no início, ambas as equipes estavam cuidadosas, pois, não haviam sido bem sucedidas em suas primeiras partidas, tinham perdido o primeiro jogo e se sentiam na obrigação de cada uma encontrar logo a vitória, num campeonato cujo tempo voa e, piscou, tá fora.
Tendo tido uma baixa horas antes do início da partida (o goleiro titular expulso da delegação por indisciplina!?) imagine, então, a alegria de Camarões, quando, aos 28 minutos do primeiro tempo, depois de ser ameaçado algumas vezes pelo adversário, consegue fazer o primeiro gol da partida e sair na frente na disputa.
Depois de alguns minutos em desequilíbrio emocional, a Sérvia vai pra cima pra tentar reverter o resultado. E isso acontece ainda no primeiro tempo, com um gol de empate aos 45 e, dois minutos depois, mais um nos acréscimos.
Fim de primeiro tempo, dando Sérvia de virada. Começa o segundo e, aos sete minutos, mais um golaço da Sérvia – 3 a 1 no placar. Aí quem tá assistindo pensa, será que agora vem goleada? Não, se depender do técnico camaronês, que mexe no tabuleiro e coloca em campo uma peça importantíssima para o jogo.
Essa peça que, com uma jogada inusitada, autêntica e belíssima diminui a diferença e traz ainda mais empolgação pra aquele time guerreiro. Tanto que, aos vinte minutos, novo ataque efetivo, iguala o placar da partida.
Na reta final, a disputa esquentou, mas não o suficiente pra trazer a vitória pra nenhum dos lados. Um ponto pra cada um e ambos continuam ainda com chances de classificação.
E nesses poucos momentos, o que eu aprendi foi: não importa em que situação você esteja, ganhando, perdendo ou empatando, no jogo da vida, tem que continuar correndo atrás. Se você ainda está em campo, se a bola ainda tá rolando, tudo é possível!

*Foto Adrian Dennis – Fonte G1

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