Quando vai chegando a época de Copa, o coração carrega ufanismo e nostalgia, é por isso que fico todo memorialístico assim.

Tinham-se mais motivos para matar aula na escola do que estudar, e um deles era o de ir assistir os jogos na casa dos amigos.

Fora de nosso habitat casual, a aventura da Copa do Mundo na casa do amigo começava pelo canal.

Meu pai, sempre exigente com os comentaristas que gostava, cultiva o conservadorismo com seu canal favorito ao assistir a Copa como gosta. Na casa do amigo era sempre diferente, a família alheia assistia em um canal diferente, então eram novos ângulos, novas opiniões, novidade pura!

Na casa do amigo havia sempre snacks para filar durante o jogo: Doritos, Ruffles, Negresco e outros gordurosos mais, sujavam a mesinha de centro tinha uma mesinha de centro na frente do sofá na casa do amigo.

Jogo da Copa diferente era esse, quando o comentarista era só o da TV, e isso já significava um grande ponto positivo! Durante os intervalos, folheávamos os álbuns de Copa, rolava uns minicampeonatos de bater figurinha, ou combinávamos de depois, jogar um Fifa.

A farra que durava no máximo duas horas no horário de Brasília, mas pareciam cinco na cabeça imaginativa da infância.

Como pode-se perceber, não era pelo esporte, ufanismo, muito menos por causa do Ronaldinho Gaúcho que assistia a Copa na casa do amigo: era pela novidade, pela novidade de um novo ponto de vista!