Comer ouro, cortar prego

Ver nossos jogadores ostentando ouro sobre carne em restaurante da moda em plena Copa me deu a impressão de que não iremos muito longe no Qatar.

Tite se mostrou fraco nesse episódio. Agrobusiness, garimpo, neoliberalismo e escravagismo: tudo de ruim numa mesma foto, que possui muitas camadas de estupidez. Nem me refiro mais à fome que assola o país pra não ser chamado de dramático, X9. E na cafonalha também não me meto.

Todo adulto pode fazer o que bem entender, é responsável por si, evidentemente. Mas num torneio de tiro curto como esse, é melhor fazer em privado ou depois do evento, rir por último, como se diz. Não peço consciência social, são todos milionários agora e jogam no time dos ricaços. Nem por inteligência apelo, mas apenas por uma palavra de bom senso. Falta um mentor ali, para “fechar o grupo”, como nos explicam todos os grupos vencedores depois, com a taça na mão.

Esse moleques vieram do nada, seu maior sonho invariavelmente era só tirar a mãe da favela. Viraram o fio de sua origem antes da hora, queimaram a largada da festa. Essa bazófia soa prepotente, pode arruinar todo o grupo, por falta de um comando mental razoável. Como diria o Muricy, a bola pune.

Tomara que eu esteja bem errado, torço pelo Brasil, antes que me chamem de estraga-prazeres. Mas creio que baixaram a guarda, de bobeira, por pura vaidade, essa droga pesada. “Cara, como você é burro”, resumiria Caetano ao Adenor.

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