Meio a zero

Camisa 10, mão no peito, hino à capella. Com ela em campo começamos ganhando de meio a zero. Cinco minutos: A narradora anuncia um milagre: Panamá faz 1 x 0 na França, resultado que classifica o Brasil.
O milagre dura até os 20 minutos, quando a França faz o primeiro, o segundo e coloca o multiverso do futebol feminino de volta no seu lugar comum. Enquanto isso a Jamaica não assusta, seu momento de maior surpresa foi quando a comentarista falou que o time está fazendo uma vaquinha e contando com o apoio da família Marley pra pagar as despesas do Mundial. O problema é que a seleção é um poço de passes errados e jogadas afobadas. Prefiro escrever pra aliviar a tensão e o medo.
Presta atenção, juíza! Pisaram na Marta!
Como fazer gol em time que ainda não sofreu nenhum nessa Copa?
Resolvi mudar de canal. Será que ajuda? Fim do primeiro tempo. Ainda estamos com meio a zero. E agora Brasil?
Voltamos! Com a Bia Zaneratto e um jogo sem novidades. Que zagueira essa Rafa! A melhor em campo, mas nessa partida precisamos daquela finalização pra correr pro abraço. O jogo vira literalmente um ataque-contra-defesa. Jamaica quebra todas as bolas na centroavante Shaw, a capitã, que visivelmente joga no sacrifício. Enquanto a arqueira Spencer não é muito exigida.
Acorda Pia! Mexe no time! Cadê a Cris, meu Deus?
Desespero… Desespero…
A Marta sai do jogo e o placar muda pra 0 x 0. O resultado da morte.
Quatro de acréscimo. Só, isso?
Pois é, não deu…
O jogo acabou e não conseguimos fazer o meio virar um.
Essa Copa só valeu por eu descobrir que ainda consigo chorar assistindo um jogo de futebol.

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