Figurinha rara

Escalada como quarta mãe – depois da Mamãe, da Babá e da Vovó – eu sempre aguardava no banco a hora de entrar em campo.

Naquela tarde, fora convocada para buscar a “filhinha” na escola.

Dez minutos me aquecendo na porta e nada!

A coordenadora de entradas e saídas já tinha anunciado seu nome pelo microfone umas sete vezes e…

7 para a Alice, 0 para a bandeirinha. Nenhum sinal da garota!

Pedi licença e entrei para ver o que estava acontecendo.

Do alto da escada do pátio, flagrei a menininha de saia de tule turquesa com pompons coloridos, debruçada na mesa dos moleques, em torno do álbum de figurinhas, toda empolgada.

Líder nata, do alto dos seus seis anos, ela capitaneava as trocas.

Chamei, avisando que ia se atrasar para a aula de música, mas ela resistiu bravamente:

– Ah, que chato! Agora que eu estava conquistando uma rara!

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