O futebol moderno parece não ter espaço pro talento. Resultadismo, força, velocidade, time reativo, estratégia, jogo sueco e Pia.
Os entusiastas do vencer de qualquer forma que me perdoem, mas beleza é fundamental.
O Brasil contra a França não deu uma caneta, um chapéu, um drible da vaca, um sorriso. Só vi um chapéu e quem deu foi uma jogadora francesa.
E o Brasil tem a melhor jogadora de todos os tempos no banco. A mais habilidosa, criativa e brasileira. Mas a técnica que foi contratada pra vencer escolheu colocar o time mais fechado, casmurro, sisudo e tático.
O Brasil jogou mal e perdeu. Espelhou o estilo europeu e perdeu. Teria perdido mesmo se tivesse ganhado com esse futebol triste e de cara amarrada, como de sua técnica.
A sensação é de derrota. Derrota do futebol alegre. E nesse momento uma frase clichê cabe. Perdemos para nós mesmos.
Só nós temos Marta. É preciso descolonizar. Chutar o viralatismo e dar canetas, chapéus, tabelas, gols bonitos e alegria para o povo.