Da altura de seus 91 anos do segundo tempo, mas prevendo longa prorrogação e infinita cobrança de pênaltis, o apreciador de futebol meu sogro Pedrinho está eufórico com a vitória do Botafogo sobre o PSG. E ele me provoca, dizendo que o PSG parecia ser dirigido pelo técnico do Vasco, o Diniz, inclusive as iniciais do time francês parecem indicar Passes Sem Gols.
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Porém, Pedrinho anda perturbado com os times dessa Copa de Clubes. Há três times latindo, me diz ele: Al Haly, Al Ain e Al Hilal. Procuro dizer que não são das Ilhas Canárias, cujo nome não se relaciona às aves, mas aos cães. Explico que um é do Egito, outro dos Emirados Árabes, outro da Arábia Saudita. Péssimo em Geografia, Pedrinho diz: Fiquei na mesma.
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Ele me pergunta qual o time que vou torcer, já que o Vasco, inexplicavelmente, está fora desse torneio. Respondo que meus preferidos são três: o Wydad Casablanca, porque moro num lugar chamado Casa Branca; o River Plate da Argente, porque tem faixa diagonal que nem o Vasco; o Borussia Dortmund, porque a camisa parece a do Criciúma, onde moram meus netos.
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Pedrinho me pergunta a respeito da entrada dos jogadores no campo: aquela apresentação está parecendo desfile de moda ou convidados para a premiação do Oscar.
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Por fim, Pedrinho, botafoguense, me questiona: Por que diabos o Botafogo joga tão tarde da noite? Vou tentar explicar o fuso horário, mas também me perco, porque em cada lugar o horário é diferente. Tento cantarolar Vandré: quem sabe faz a hora, não espera acontecer…
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Caio Junqueira Maciel
Caio Junqueira Maciel nasceu em Cruzília, MG. É mestre em Literatura Brasileira pela UFMG. Autor de vários livros de poemas, entre eles, Pele de Jabuticaba, Os sete sábios da Grécia & outros poemas safados e Igrejinha do Rosário (Urutau & Hecatombe). Contista de Cartões de crédito para gastar no inferno (Urutau Hecatombe), Micros-Beagá (Pangeia). Romancista de Um estranho no Minho (editora Viseu). Ensaísta de A escritura do tempo na poesia de Dantas Mota (Appris), O sangue que rejuvenesce o conde Drácula (Caravana). Participou de várias antologias de poemas e contos, entre as quais Jovens contos eróticos (editora brasiliense); Entrelinhas, Entremontes: versos contemporâneos mineiros (Editora Quixote)Todos os Saramagos (Páginas editora) Letrista musical, tem parceria com Zebeto Corrêa nos CDs Trilhas da Literatura Brasileira, Recados de Minas e Era uma voz: sonetos só pra netos. Em 2022 publicou o livro de crônicas Dia das mãos (editora Urutau) e lançará brevemente, para a coleção BH: a cidade de cada um, o livro Floresta(ed. Conceito).
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