Copa 2022

Sou brasileiro, sou coreano

Meu pai, que era do Recife, filho de pai potiguar e de mãe guarani desposada por africano de Angola, conheceu minha mãe que, em Lisboa, viu o mundo pela primeira vez com os dois grandes olhos azuis herdados do pai suíço de Genebra. Fui concebido no pós-guerra arrasado pelos escombros, mas prenhe de esperança, em Hiroshima (mon amour) e vindo à luz em Seul, na Coréia do Sul. Apreciador do

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Campeonato de Fifa

Sou um perna de pau quando o assunto é futebol, mas graças ao bom pai, nasci no século XXI, quando as possibilidades são infinitas, até mesmo quando o corpo físico não limita a nossa vontade. Ao juntarmos os amigos, os primos, ou algum conhecido que tem videogame, normalmente é para jogarmos um Fifa no PS4. Com o avanço da tecnologia, da inteligência artificial, está cada vez mais real a jogabilidade,

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O BOBO DE ALBION

O BOBO DE ALBION Estão dizendo aí que não há mais bobo no futebol. Mas vejo um tolo na colina que vê o mundo girar feito uma bola. A bola, jogada com os pés, brotou lá na velha Albion. Aliás, encontro numa passagem de Rei Lear, de Shakespeare, um trecho em que, em seu delírio, o Bobo afirma: “Quando os usurários contarem dinheiro ao ar livre/ e os alcoviteiros e

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Futebol com código de barras

Não é de hoje que a venda precoce dos craques brazucas pra Europa é um tema preocupante. Muitos acreditam que essa lógica tira a identidade da seleção e torna certo jogadores desimportantes. Há quem diga que isso deixa a seleção mais fraca e menos comprometida com a torcida. Logo depois da conquista da Copa de 1958, Nelson Rodrigues criticou o assédio dos times de fora em cima dos nossos craques.

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Mbappé: difícil de pronunciar, fácil de amar

Saltei a crônica de ontem devido à falta de graça dos jogos vencidos por Argentina e Holanda, que provavelmente farão uma quarta de final mais emocionante do que foram as partidas contra Austrália e Estados Unidos. Ontem foi devagar quase parando. Enquanto hoje o bicho pegou, e tudo afinal aconteceu. Claro que estou falando de Mbappé, mas também dos gols históricos de Kane, Giroud, Lewandowski, dos desempenhos convincentes dos vitoriosos

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Comer ouro, cortar prego

Ver nossos jogadores ostentando ouro sobre carne em restaurante da moda em plena Copa me deu a impressão de que não iremos muito longe no Qatar. Tite se mostrou fraco nesse episódio. Agrobusiness, garimpo, neoliberalismo e escravagismo: tudo de ruim numa mesma foto, que possui muitas camadas de estupidez. Nem me refiro mais à fome que assola o país pra não ser chamado de dramático, X9. E na cafonalha também

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Pelé Eterno

Não vi Pelé jogar, mas falaram que ele foi o melhor. Vi Michael Jordan, mas falaram que Pelé foi o melhor atleta do século XXI. Vi Messi, mas posso falar que Pelé é maior que ele. Se tivesse nascido em Wakanda, Pelé seria o Pantera Negra, adorado por todos. Como nasceu no Brasil, é Pelé. O Pelé amado pelo mundo inteiro, inclusive Wakanda. Gênio e perfeito. Como nasceu no Brasil,

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País dos bordões

A crônica esportiva brasileira trabalha com uma série deliciosa de clichês adoráveis, nosso patrimônio simbólico, ancorado nas antigas transmissões radiofônicas de Fiori Gigliotti, “o tempo passa, torcida brasileira”, Osmar “pimba na gorduchinha” Santos e nas crônicas rodrigueanas de Mário e Nelson, para citar apenas os mais icônicos. Pois bem, a Argentina fez o segundo gol e agora precisa “valorizar a posse de bola”. Não é maravilhoso? Por que? A Austrália

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Sexta-Feira, 02 de Dezembro

Preciso cuidar da saúde, fazer exames médicos, mandar lavar o carro, fazer compras, tocar a vida cotidiana, mas hoje é sexta-feira, é o Dia do Samba, tem jogo do Brasil. Suspeito que há uma conjunção universal em defesa da preguiça, da irresponsabilidade. O problema é que o calendário está fixado na parede, já sem a foto de Rose de Primo, denunciando minha idade. Aliás, acabei de confessar minha faixa etária,

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UMA TARDE DE MERDA.

Imagem de wirestock no Freepik Tomei coragem, coloquei minha camiseta verde e amarela e fui todo serelepe para o boteco. Eu estava tão animado que cheguei antes dos donos do bar, tudo bem, sentei na mureta e fiquei aguardando. Resolvi não beber porque estava muito concentrado na partida. Começou com o Brasil tocando a bola, estudando o adversário, como todo bom time faz no inicio de partidas oficiais. A cabeçada

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