Copa 2022

Diários do Castelo na Copa – 2

Como a Copa não começava decidi conhecer o Deserto das Arábias. Imaginava que fosse grande, mas aquilo é uma enormidade: o Pantanal, perto dele, é um Piscinão de Ramos. Acabei me perdendo. O jipe que aluguei era coberto por seguro antirroubo, anticolisão, antichamas, mas ficou coberto de areia, até o teto, e isso o seguro não cobre.   Sou meio claustrofóbico, confesso. Quando vi aquele areal todo em cima do

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Figurinhas de Peso

Seu Jão era um dos poucos jornaleiros locais. Sua banca ficava na praça central e as crianças estavam sempre por lá, em busca das figurinhas da Copa. Seu Jão era cheio de prosa e dizia que tinha todos os álbuns, desde o tempo das carimbadas. Você viu? Nem eu. Seu Jão era bem malandro mesmo. Desde que surgiu o boato de que os envelopes que vinham com figurinhas especiais pesavam

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Quando o país amarelou

A TV Globo vem exibindo a série de programetes “A Copa que eu vi”, com artistas, jogadores, jornalistas e celebridades variadas relembrando determinados jogos das diversas Copas. Aproveito o pretexto para recordar um momento marcante da Copa de 98. Era sábado, eu tinha ido ao saudoso Barnaldo Lucrécia pra bater uma poderosa feijoada e assistir a um jogo da Copa nos tevês instalados no salão principal. E vibrei com a

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Não dá Match!

Não tenho intimidade com o futebol. Tradicionalmente, avô e pai eram corintianos fanáticos. Em casa, nem marido nem filhos se interessaram pelo assunto. Demorei um tempinho para perceber a diferença entre um tiro de meta e um corner, batizado depois de “escanteio”, de canto. E “ficar para escanteio” virou expressão idiomática. Mas, quando se trata de Copa do Mundo, todos se pronunciam, torcem, sofrem. Acredito que o entusiasmo seja mais

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QUANDO É A BOLA QUEM DRIBLA VOCÊ.

Pois é. Lá vem mais uma Copa do Mundo de Futebol chegando pertinho e a gente começa a imaginar os dribles que vai precisar dar. As pedaladas, os dribles da vaca, as firulas e os corta-luz. É que a gente tem um adversário temido e ameaçador: o tempo. Quem, como eu, trabalha há muitas copas, sabe que é complicado torcer pela Seleção Brasileira, especialmente nos horários diurnos, sem prejudicar o

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Day after no Catar

Abro a janela. Sim, ele está lá, o sol. Caramba. Esfrego os olhos e não acredito. Mas a despeito da minha retumbante tristeza, dos esquemas apáticos do Felipão, do Mick Jagger rindo na arquibancada, da escalação do Bernard e dos urubus ainda rodando em minha memória atada à esplanada do Mineirão, o sol, oito anos depois, nasce na minha janela e me diz, com sua cara de pau em chamas:

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Molecada artilheira

Ronaldo. Tostão. Reinaldo. Coutinho. Leônidas. Fred. Casagrande. Careca. Juari. Adriano. Dario. Roberto. Adão. Luis Fabiano. Vavá. Nunes. Serginho. Jardel. Washington. Ricardo Oliveira. Túlio. Dodô. Gabriel. Romário. Fenômeno. Criativo. Diferente. Tabela. Diamante Negro. Carismático. Crítico. Habilidoso. Veloz. Imperador. Peito de Aço. Dinamite. Elegante. Fabuloso. Rompedor. Decisivo. Canhoto. Cabeceador. Casal 20. Pastor. Maravilha. Gol bonito. Gol. Baixinho. Filhos do Brasil.

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As lágrimas de Thiago

Há oito anos atrás, Thiago chorou e foi crucificado. Tudo por expressar sua emoção em uma catarse pouco comum para os padrões masculinos. Thiago nos permitiu assistir ao vivo um choro humanizador e foi desprezado pela maioria. Até aí nenhuma surpresa. Inédito seria a exaltação da sua sensibilidade masculina. Buscando registros antigos encontrei apenas um texto, do jornalista Adão Júnior, valorizando essas lágrimas. Adão argumentou que Thiago, menino negro que

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MÃOS AO ALTO: ISTO É UMA COPA!

O escritor uruguaio Eduardo Galeano era apaixonado por futebol. Sempre que chegava uma Copa, ele colocava uma placa na porta de casa: “fechado para futebol”. E só tirava de lá depois do fim da competição. Mas como surgiu esse esporte que to mou conta do planeta? Dois ingleses, Sir Paul e Sir Peter (inglês adora ser sir), andavam por uma estrada e encontraram uma bola. Sir Paul deu uns chutes

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Mané não perdeu

Mané, quando foi preciso, elevou ainda mais nosso país. Mané era sim um patriota. Da cabeça ao coração na ponta das chuteiras. Mané, para assombrar o mundo e dar o Bi-Mundial ao Brasil, usou e abusou de suas pernas tortas e do talento de entortar qualquer cintura dura que aparecesse. Mané foi sempre à frente do seu tempo, sem precisar jamais ir à frente de qualquer tiro de guerra. Sua

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