Copa 2018

O dia seguinte

Ajudo minha mãe de 95 abençoados anos a se sentar no sofá para ver o jogo. Dou-lhe almofada, manta e um pratinho de doce de coco caseiro com ameixa. “A Bélgica joga bem?”, me pergunta. Os “belgicanos”, como dizia um sujeito da minha cidade, não querem mais ser coadjuvantes, eu respondo. “Trata-se da melhor geração da história belga; não perde há dois anos – 24 jogos. É o adversário mais

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O Doutor e o Galinho

Quando Sócrates chegou ao Flamengo, Zico ainda jogava. Na reestreia de Zico e, salvo engano, estreia de Sócrates, o Flamengo venceu o Fluminense por 4×1. Eu estava na arquibancada. No pré jogo, Zico havia sido amplamente provocado. Dizia-se que ele não se recuperaria jamais de uma grave lesão sofrida contra o Bangu. Zico respondeu aos críticos como um craque faria: fez um gol de cabeça, outro de falta e outro

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TRISTEZA DO CÃO.

Cachorros são bichos sensitivos. Absorvem os sentimentos das pessoas que os amam. Passei um fim de semana jururu, quieto no meu cantinho. Achei que a tristeza da eliminação do Brasil na sexta feira fosse passageira. Afinal, sou um sujeito – assim suponho – maduro, equilibrado, com uma certa experiência para entender que a vida é feita de frustrações e realizações, avanços e revezes, conquistas e fiascos, dores e delícias. Mas

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Explorar caverna

Li que quatro dos 12 meninos saíram da caverna tailandesa. A escuridão não os deteve. Poderão voltar a jogar futebol. A vida venceu a morte mais uma vez. Explorar caverna. Coisa de menino. Os meninos, que têm entre 11 e 16 anos, ficaram 15 dias expostos à incerteza do dia seguinte. Seus amigos e treinador, um jovem de 25 anos, continuam lá. Devem sair. Precisam sair. Têm de sair. Da

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Salada russa ou sopa de letrinhas para abrir o apetite?

Que me perdoem os que simpatizam com o país anfitrião ou com o time mais fraco, mas fiquei muito feliz com derrota da Rússia hoje. E que me perdoem também aqueles que não simpatizam com trocadilhos, pois vou agora abusar deles. A coisa já tinha ficado russa pro nosso lado ontem e, caso os donos da casa se classificassem, também ficaria russa para o bom futebol. Afinal, uma semifinal de

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Futebol derrota pé frio

Ávida de ideias, a cronista respira aliviada quando Vida marca e parece encaminhar a classificação da Croácia. Mas não há trocadilho que segure a garra e a energia dos donos da casa antes do apito final, e o fato de ser Mário – que Mário? o brasileiro! – a converter o tento salvador facilita ainda mais a vida da cronista até então sem inspiração. Porque antes de tudo veio a

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Perdebilidade

Eu conheço alguns Tite. Podem não ser “o” Tite, mas operam exatamente como ele. Explico melhor a você, desencantado torcedor brasileiro. No mundo empresarial onde transito há décadas pululam dezenas de Tite. São indivíduos que expressam-se muitíssimo bem, são donos de um imenso carisma e uma gigantesca capacidade de envolver audiências. No entretanto, na hora de passar o traço na conta, não entregam o resultado esperado. Se Tite dirigisse grupos

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O Sul é meu Norte

Das tristezas que eu trago da vida, uma foi a derrota da Colômbia, que perdeu para o time inglês e o juiz americano. Sofrendo eu mentalizava a fala do artista uruguaio Torres Garcia “o Sul é meu Norte!” e tentava inutilmente inverter o mapa e o relógio, pra que quem sabe o juiz revisse a jogada. Mas não tinha jeito, tinha vídeo, e ele não via porque ninguém queria, fora

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Puf!

No filme “Não por acaso”, estrelado por Rodrigo Santoro, uma das personagens, no caso, sua mulher, morre atropelada. Ele pediu para que ela ficasse mais dois segundinhos naquela manhã. Um instante. É surreal pensar nos efeitos, na nossa existência, do que não fizemos ou fizemos. Há decisões que tomamos que têm um impacto profundo, perene. Só sabemos disso depois. Demoraria um átimo de tempo para derrubar Lukaku. Falta tática é

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Torcidas brasileiras

Há os que torcem contorcendo-se. A ponto de, no pós-jogo, ficarem com torcicolo. Esses são do grupo dos apoiadores silenciosos. Uma categoria semitímida, mezzo pessimista, mezzo arredia – mas que nunca deixa de dar a maior força à sua equipe. Já cheguei a ver uma moça, do tipo calada, que, nos lances mais decisivos, vibrava. Quero dizer, ela tremia-se inteira, feito uma lavadora desregulada, toda vez que a Seleção fazia

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