Sábado de inverno no sul do país, saio da cama as 6 horas para estar prontinho para entrar em campo com a seleção as 7 horas. A temperatura está em 8 graus, frio e úmido.
Faço café, sento na frente do computador e ligo na tv aberta. As papagaiadas de sempre, o Olodum tocando seus tambores no pelourinho, a família da jogadora tal concentrada na sala com todo mundo paramentado e cheio de animação nessa manhã de sábado.
O adversário é sabidamente superior, nunca perdeu para o Brasil, mas sabe como é? A gente sente que agora será bem diferente, que ganharemos com folga das blues.
Ledo engano. O jogo começa e as diferenças surgem imediatamente. De um lado um time coeso, que toca bem a bola, que está em todas as divididas com empenho, De outro, onze jogadoras correndo que nem loucas sem conseguir manter o domínio da bola, perdendo-a em lances bobos e quase infantis.
1 x 0 no primeiro tempo foi pouco. Nossa arqueira salvou dois gols quase certos. Nosso time tentou ataques esporádicos e com pouca agressividade.
Volto para o segundo tempo bem desanimado, mas o time me surpreende. Começa a ter mais controle da bola, continua perdendo lances bobos, mas bem menos do que no primeiro tempo.
A seleção começa a crescer e o empate acaba acontecendo. Um belo gol deixa tudo igual.
Pouco mais de 10 minutos depois, gol da França de bola parada. Escanteio, a marcação falhou e a zagueira francesa cabeceia sozinha.
Vamos correr atrás novamente. Agora com a Marta em campo para delírio da torcida.
Vamos ver se conseguimos o empate e, claro, a vitória que seria o máximo para compensar essa manhã gelada na frente da telinha.
Não deu, vou cair da cama na madruga de quarta novamente. Tomara que dessa vez a gente ganhe e vamos em frente até a final.