“Amor em japonês”

Por um lado, ficamos perplexos com uma certa ‘brincadeira’ de um grupo de brasileiros com uma jornalista russa, que de tão viralizada não merece mais nenhum comentário. Que grotesco! Que repúdio! Já por outro lado, como se não bastasse a mesma atitude na Copa de 2014, em terras tupiniquins, novamente amamos a finesse da torcida japonesa, que dessa vez foi seguida por outra, no caso, da torcida do Senegal. Que belo exemplo!

Tais atitudes viralizaram novamente, pois pelo visto, não aprendemos há quatro anos, quando os criadores do haicai, que aqui estiveram com suas bandeiras nos estádios – retirando no entorno dos seus assentos, todos os lixos produzidos pelos mesmos durante o jogo, dignificaram um dos mais belos momentos da Copa passada. Digno de nota! E que nota!

Pelo visto, temos ainda como sociedade, muito a educar – muito a aprender. Talvez nós nos preocupamos muito em ensinar a raiz quadrada de um número qualquer em sua inércia, enquanto pouco educamos nossas crianças e nossos jovens nos mais simples atos cotidianos, mesmo sabendo que figuramos nas últimas posições quando o assunto é interpretação de texto, leitura, matemática e ciências. Há alguma coisa de podre no reino da Dinamarca! Ops, ledo engano, pois os dinamarqueses venceram o Peru, mesmo não merecendo…

Ah, esqueci! Durante o intervalo do jogo em questão, abri o livro Toda Poesia de Paulo Leminski (A palmeira estremece, palmas para ela que ela merece) e li alguns haicais (Amar é um elo entre o azul e o amarelo), acompanhado da bela voz da paraense Lucinha Bastos, cantando Amor em japonês – ‘O vento do outono abriu teu quimono pela primeira vez. Bebendo saquê fizemos amor em japonês’ – belíssima canção da dupla Nilson Chaves/Eliakin Rufino. Recomendo!

Robson Veiga

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