Da favela para o Ouro

Não é ainda a Copa, mas o coração da gente já está em festa com o ouro inédito para o Brasil de Rebeca Andrade na ginástica artística em Liverpool, na Inglaterra. A terra dos Beatles vibrou, nesta histórica quinta, 3 de novembro, com o “Baile de Favela”. Não sobrou pra ninguém no individual geral. Confirmando o favoritismo, a vice-campeã olímpica da prova passou a ser a primeira brasileira campeã mundial da prova mais tradicional da modalidade. A ginasta de 23 anos agora é a nova a número 1 do mundo.

E tem mais: Rebeca é a primeira atleta do Brasil a ganhar duas medalhas numa mesma edição das Olimpíadas. Até então, o melhor resultado do Brasil na prova havia sido a medalha de bronze conquistada por Jade Barbosa no Mundial de Ginástica de 2007. Além do ouro inédito, Rebeca também quebra uma hegemonia dos três principais países da modalidade: Estados Unidos, Rússia e Romênia.

Com 1,45 m e 45 quilos, essa garota de 23 anos, nascida em Guarulhos, em São Paulo, e que compete pelo Flamengo, literalmente barbarizou. Com a bandeira do Brasil no solo da arena de Liverpool, Rebeca comemorou a conquista histórica, e emocionou a todos ao fazer questão de ressaltar o orgulho de representar mulheres pretas no topo do pódio com uma música tão emblemática.

“É pra mostrar do que o preto é capaz, né!? Eu me sinto muito orgulhosa de levar essa música para o mundo tudo. No Brasil, todo mundo que entende as dificuldades que uma atleta preta tem, que uma pessoa preta tem de chegar no alto rendimento de ter possibilidades, oportunidades… De certa forma tentar ajudar essas pessoas. Para chegar aqui hoje, tive muita ajuda no início. Dos meus vizinhos, quando eu morava junto com a minha mãe, de emprestar dinheiro, de condução, de ficar na casa dos outros para eu conseguir treinar”, recordou, emocionada.

É isso aí, pretinha! Você é o nosso orgulho e exemplo. E o teu prêmio veio se somar a uma semana em que nós, brasileiros, comemoramos a derrocada da extrema-direita no Brasil, e o nosso coração se encharca de orgulho e esperança.

Crédito foto: Ricardo Bufolin/CBG

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