A crônica de hoje é rápida e desimportante como uma partida de terceiro lugar. Não vale nada, apenas serve como registro em um livro no fundo da estante mais profunda, mas lá está. E há de se registrar, nessa Copa da Rússia, a passagem da Bélgica, que merecia um palco mais nobre para despedir-se da competição. Que time, que futebol!
Hazard, o maestro, faz o time jogar, protege a bola como ninugém, dá passes milimétricos, verticais e objetivos. É talentoso e perigoso, como seu nome pode soar aos ouvidos ingleses. Registrado.
Lukaku, lá no front, foi o soldado brigador, aquele que carrega os companheiros nos ombros quando necessário. Fez isso justamente diante da nossa seleção, puxando o contra-ataque fatal. Fez gols também, mostrou força e categoria. Registrado.
De Bruyne, um segundo maestro. Como um time pode ter dois e ainda assim não ser campeão? Craque em todos os sentidos: tem visão de jogo, faro de goleador (e que gol fez contra o Brasil!), toca de ouvido. Hoje, deu uma assistência perfeita, no contra-tempo da zaga. Jogou muita bola nessa Copa. Registrado.
Courtois, o goleiro jogador de vôlei, imenso, foi quase imbatível. Quase, infelizmente, não ganha jogo. Contra o Brasil, foi decisivo. Registrado.
Os demais coadjuvantes mantiveram a orquestra vermelha afinada, com destaque para Kompany, sempre seguro, Fallaini, Witsel e Mertens, garantindo um meio-campo sólido. Registrado.
Neste sábado, véspera da partida mais importante da Copa, a Bélgica entrou em campo contra a Inglaterra para um jogo sem grandes motivações. Mas jogou bem mesmo assim, dominou, envolveu, marcou. Tocou de lado, deixou-se envolver e matou a peleja em mais um contra-ataque perfeito. Registrado.
Se essa disputa de terceiro lugar nada vale, o cronista tira da cartola um bom motivo. Foi só para dizer: “Valeu, Bélgica!”