Só o improviso salva

Como era de se esperar, o onze oriental veio com uma cínica Muralha da China. A Alemanha, também não fugiu do seu chavão, e veio com seu costumeiro toque de bola maquinal. Posse do couro pra lá e pra cá, mas nada de varar a amurada rígida. Zero a zero manjado, coluna do meio.

A China bem que tentou enredar, com contra-ataques bem alinhavados, e a sua camisa 9 Yang Li jogando uma afável primeira etapa, incluindo aí uma bola no poste. Agradava a simpática torcida chinesa, em maior número no estádio, e cheia de plumas.

Para quem é bom de história (e os alemães costumam ser) é sabido que a única forma de se invadir o território chinês é através das coreias, adentrando pela região da Manchúria, o que se pode chamar de flanco direito da China. Realmente. Foi por ali que a coisa pareceu ser um pouco mais mole.

A lateral-esquerda alemã, Giulia Gwinn, não é da posição. Pura fibra, ela é destra, e foi parar lá improvisada, coisa que não é do feitio germânico. Mas não é que deu certo a gambiarra alemã? Gwinn proveu uma maioridade de peças pelo lado direito da defesa chinesa, e na sobra, acertou um petardo que derrubou a muralha. É até engraçado ver a coisa toda desmoronar, peça por peça, conforme o tijolaço da garota Gwinn, de dezenove anos, vai esfarelando a empada chinesa pra morrer no fundo do gol.

Só o improviso salva.

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