Palpitando sobre o impalpitável

Dar pitaco é típico dos boleiros de samba-canção, afundados nos sofás, homens de olhos rubi estatelados em frente ao televisor.

Este ofício de confeccionar crônicas esportivas durante um dos maiores eventos do planeta também é um chute e tanto.

Nunca fui muito fã dos comentaristas dos jogos. Sejam eles de futebol, olimpíadas, basquete, ou de um Fifa 2018 no PlayStation 4, sempre tiro os malas dos fala-falas chacrilongos e deixo os barulhos dos pés escorregando no chão, as bolas batendo no peito dos jogadores virtuais.

Um palpite a qualquer hora: meu pai quando vê jogo vive discordando dos comentaristas. Bom, meu pai e o time todo do New York Knicks.

Por quê gostamos tanto de dar pitaco? Nunca entendi esta estranha mania de ter fé no jogo.

Futebol e política não se discutem minha gente, esporte só é legal pela emoção do que vai acontecer, não é!? Assistimos fanaticamente um bate-bola pela imprevisibilidade?

Pode dar 0x0, 1×0, 7×1 (não ia deixar de perder a piada), só não pode sair na mão no fim do jogo senão é 0x0 para a civilidade!
Se há animosidade que lutas gregas, entre gladiadores ou mais sangrentas que ataques de tubarões, com certeza é o fanatismo de torcedor. É sangue nos olhos meu amigo, é assunto para mais um texto, creio eu.

Já palpitei demais para alguém que cai só de sentir uma bola preta e branca (ou seria branca e preta?) entre os pés.

Textos como este servem para dizer, ‘’há aqui um grande palpiteiro do esporte: alguém que não se sente a vontade com esportes, mas não perde a oportunidade de ficar quieto, e escrever mais crônicas sobre algo que não tem o mínimo de conforto.

Só faz quem arrisca: eis aqui o resultado:302 palavras e 1737 caracteres de puro lero-lero.

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