Admito que sou viciada em futebol. por isso assisto com o mesmo fervor a um jogo de Copa do Mundo ou a um da Série B. Até da C. Por isso comecei a maratona em torno do maior espetáculo da Terra pensando ver um bom e velho clássico goiano. Foi com jeito de Vila Nova e Goiás no Serra Dourada (de Moscou) que começou a peleja de abertura. Se os primeiros minutos me davam a impressão de que viria joguinho por aí, rapidamente a sensação passou e começou o jogão.
Entendo por jogão uma partida cheia de gols, belas jogadas, alternativas. Rússia e Arábia Saudita não chegaram a tanto, embora a goleada por 5 a 0 dos donos da casa tenha enterrado qualquer pessimismo pela campanha pífia que antecedeu sua estreia. Mas lembremos sempre do Dentucinho (“quando tá valendo…”) e vejamos que, na comparação goiana (inspirada pelo meu sobrinho Bernardo), o esmeraldino anda mesmo mal das pernas…
A festa de abertura passou tão depressa que mal deu pra ver o (ou a, não sei) porta-bandeira brasileiro(a). Mas a música agradou, os efeitos surpreenderam, havia uns foguinhos ao fundo, e o jogo começou logo – que era o que interessava de verdade.
No Brasil é tão legal a formação étnica e cultural múltipla que a gente vê um jogo feito esse e enxerga brasileiro por toda parte. Todo mundo, lourão, negrão, árabe, moreninho, qualquer um deles poderia jogar no Vila ou no Verdão. E o mais engraçado é que estava mesmo cheio de brasileiro: Mário Fernandes na lateral direita da seleção vitoriosa, Sandro Meira Ricci de quarto árbitro, Catatau de massagista dos sauditas…
Tem quem não queira, este ano, torcer pra nossa seleção. Tem quem grite Brasil-sil-sil até ao ver o Fofômeno de terno. Eu, fanática, por enquanto mantenho a minha torcida por quem mais merece: a bola. Viva a Rússia, primeira anfitriã a aplicar mão cheia no convidado. Pode não ser muito gentil, mas o futebol agradece.