O que vocês vão ler agora é uma crônica postada neste site, Crônicas da Copa, mas não trata sobre futebol, não fala sobre a copa feminina de futebol que acabou há pouco. Também não é apenas uma crônica. É além disso um ato de desabafo, não de acusação, mas de apoio, de empatia, uma identificação entre fatos recentes. Trata-se de um beijo. Um ato na maioria das vezes tão prazeroso,
E a Copa Feminina terminou. Escrevo com atraso, o que não combina com o gênero “crônica”, cuja escrita é deve ser instantânea e sua graça decorre justamente disso: a reflexão igualmente instantânea, fruto do aflorar das emoções! Diz a lenda que Nelson Rodrigues escrevia suas crônicas de modo peculiar: nunca via as partidas que assistia, embora estivesse presente no estádio. Sua inspiração vinha da fervura natural de uma partida de
NO VOSSO E EM MEU CORAÇÃO Hasteada a bandeira feminina, neste final da Copa, relembro Manuel Bandeira daquele poema que fala da Espanha no coração: “Espanha da liberdade:/ A Espanha de Franco, não!” Falando francamente, nesse domingo meu coração não estava na Austrália: só vi o segundo tempo da disputa entre Inglaterra x Espanha, pois, para usar uma expressão cara à minha mãe, estava com sentido no jogo das onze
Talvez seja desonesto escrever uma crônica sem ter assistido ao jogo final. Tenho uma desculpa que não vale a pena compartilhar e tenho também desculpas por ter perdido a disposição em acompanhar a Copa. Depois da derrota brasileira, até tentei redirecionar meu ânimo para as japonesas destemidas e as colombianas vizinhas. Não deu certo. O Japão perdeu da Suécia e as colombianas na virada da Inglaterra. Que pena! Com as
Foi com muita determinação e profissionalismo que as jogadoras espanholas chegaram ao topo da Copa do mundo feminina de futebol. Mesmo enfrentando sérios problemas de relacionamento com a equipe técnica, majoritariamente masculina, elas conseguiram mostrar um belo futebol. Como obtiveram esse sucesso? Pergunta difícil de responder. Arrisco a dizer que foi blindando seu emocional das dificuldades. Não se deixando abater por elas. Não esquecendo o que haviam aprendido durante sua
Acordei antes do despertador tocar. É dia de final. Uma tradição de grandes eventos. Dia 20 de agosto de 2023. Acordar cedo é um ritual do esporte. Preparar o café ouvindo o pré-jogo. Espanha x Inglaterra. Final inédita. Sem choro nem vela. O couro comendo. Bola pro mato que é jogo de campeonato. O jogo começou vibrante, chances de gol, bola na trave, torcidas infladas e gritaria. E meu café
Está chegando ao fim mais uma copa do mundo. Foi uma boa copa, com bons jogos, boa cobertura, num país que está no futuro, e com um fuso muito difícil pro proletariado brasileiro, pelo menos pra mim foi muito difícil. Tomará que a próxima copa do mundo seja por aqui, imaginem só, copa do mundo no Brasil é bom demais. Mas sem a Pia, e sem as grandes construtoras lavando
Espanha x Suécia. Esse é o melhor jogo que perdi até agora, superando outros grandes jogos que perdi durante essa copa. Perdi também a eliminação da minha favorita, do meu coração, Colômbia e também perdi a eliminação dos EUA, que gostaria de ter visto, perdi tantos jogos que me faltam dedos. E a primeira semifinal perdi, perderei a segunda também? E isso me corta o coração. Não achem que é
COLOMBIANA, AONDE VAI VOCÊ? A minha gangue só me chama de palhaço, palhaço, mas a minha colombiana que é você não quis saber de iê iê iê e acabou deixando a Copa mais cedo, ah, Linda Caicedo! Não quero incorrer aqui nos estereótipos da colombiana interpretada pela outra linda, a Sofia Vergara, a “Glória”, de Modern Family, mas que embrulhada aprontou a outra linda Catalina Pérez e demais defensoras naquele
Qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez? Como é gostoso e perigoso a primeira vez, inusitado, inesperado, fustigante, frustrante, delirante, barbante, saxofone, sei lá. É a primeira vez. E nela cabe qualquer coisa, é uma tela branca, um jeito novo, jeito outro, não é passível de avaliação, é a primeira vez, você se lembra da sua primeira vez? Como foi? E depois? O que todes