
1970: noventa milhões em ação.
Havia uma nuvem negra sobre o país, mas se não percebia. O menino de pouco mais de oito anos que se esgueirava pelas ruas ingênuas de uma cidade do interior pernambucano não alcançava a tensão daquelas horas. Tudo recendia à tranquilidade inexistente. Éramos noventa milhões em ação, como cantavam os versos de Miguel Gustavo. Compositor de hilariantes sambas-de-breque cantados por Moreira da Silva, Miguel se entregara ao ufanismo em voga.