Copa 2018

1970: noventa milhões em ação.

Havia uma nuvem negra sobre o país, mas se não percebia. O menino de pouco mais de oito anos que se esgueirava pelas ruas ingênuas de uma cidade do interior pernambucano não alcançava a tensão daquelas horas. Tudo recendia à tranquilidade inexistente. Éramos noventa milhões em ação, como cantavam os versos de Miguel Gustavo. Compositor de hilariantes sambas-de-breque cantados por Moreira da Silva, Miguel se entregara ao ufanismo em voga.

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Sem seleção, o Brasil para.

Naquele domingo à tarde, a seleção brasileira entraria em campo para seu primeiro compromisso na Copa da Rússia. A disputa aconteceria em Rostov; o adversário, a Suíça. Mas a seleção não apareceu. O juiz decidiu dar alguns minutos de prorrogação e aguardou a presença do escrete canarinho. 15 minutos passaram-se e apenas o time suíço aquecia-se no estádio. Os bandeirinhas então dirigiram-se ao vestiário para averiguar o acontecido. A expectativa

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De volta para o jogo

Não chorei, mas doeu, na alma, no psicológico. Não chorei, mas achei uma merda, fiquei revoltado, perder no Mineirão, em casa de 7 é dose. Estava em um bar vendo o jogo com meu pai, expectativa grande, fantasiado, com o rosto de verde e amarelo. 50 pessoas olhando para a tv e vendo a maior chacota do futebol brasileiro criando forma, era um monstro crescendo. 1, 2, 3, 4, 5,

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1O coisas para se fazer caso o Brasil saia, de cara, da Copa

Sim, sempre há uma possibilidade de dar tudo errado. Sempre pode haver uma aparição inesperada de Mick Jagger numa arena. Uma intervenção direta do Papa Chico com o chefe em favor da Argentina.  Ou pior: a camisa pesando tanto que nem o doutor Lasmar vai conseguir fazer nada pela coluna dos jogadores. A menos que você seja um bookmaker na bolsa de apostas de Londres ou um juiz da Fifa,

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Festa do alienado

Talvez a primeira vez que ouvi a expressão copa do mundo tenha sido em 1958, menina pequena, descobri pela animação do meu pai, que algo importante estava acontecendo. Aos poucos foram chegando alguns vizinhos e a euforia tomou conta do pequeno grupo que se acomodou em algumas cadeiras em torno de um rádio de pilhas, se a lembrança estiver certa, arranjado especialmente para a ocasião e assentado em um caixote

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Que vença o melhor, desde que seja a gente.

Nasci antes da primeira conquista, sou então veterano em ganhar esse caneco.   Na primeira vez, ouvi pela rádio Nacional  o banho contra a Suécia. Era muito pequeno e não entendia bem o porque daquela euforia nas ruas e praças da minha cidade.   Na segunda, no Chile, acompanhei novamente pelo rádio. Não sei se por mandinga, mas eu ouvia o jogo sozinho em cima do telhado de uma casa

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Vai ter Copa sim! (de novo)

Acontece a cada quatro anos. Impreterivelmente. Quando a gente percebe, eles já estão em campo, peito estufado e a certeza de que, desta vez, sairão vencedores. E olha que dessa vez as chances são grandes. Estão treinando há muito tempo. Desde antes da Copa de 2014. Obviamente, não estou falando do esquadrão brasileiro, que se reuniu há apenas alguns dias.  Me refiro à seleção daqueles que fazem de tudo para

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Delírio Juvenil

“Cuando así me acosan ansias andariegas Qué pena tan grande me dá ser mujer!”                                         Juana de Ibarbourou   Quando já tudo estivesse perdido, campo-santo em silêncio abandonado, na terrível agonia de um sonho esvaído na arena embandeirada, então eu sentiria que ela vinha, minhas pernas ouviriam o silvo finíssimo da

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Tentando driblar a Copa

A gente até tenta se alienar do noticiário massacrante e repetitivo, das pautas sem imaginação que a imprensa em geral nos despeja, enquanto se prepara para faturar, junto com os patrocinadores, no maior espetáculo da Terra. Mas não tem jeito. De repente se aproxima a Copa do Mundo e a gente, quando se dá conta, já comprou o álbum, já cola as figurinhas com brilho nos olhos, já engole em

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O capitão sobe aos céus

– Ué. Que lugar é esse? – Não me diga que não sabe. – Hein?! Que susto! Quem é você? – Você pergunta isso desde o dia 21 de junho de 1970. – D-desculpa, não me lembro. – Claro que sim. Há 46 anos você se pergunta, afinal, quem levantou aquela bola. – A bola? – Aquela, com 12 gomos pentagonais e 20 hexagonais, pretos e brancos, que Pelé rolou

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