Copa 2018

Tambores de Senegal

Corremos para chegar a tempo de ver o jogo. Ela se instalou na sala com seus tambores e ligou a TV, enquanto eu apressava uma saladinha para o nosso almoço semanal. Um encontro a que nos obrigamos diante da correria desse tempo louco. A pressa se justificava porque ela torce por times africanos. Perdeu o encanto pelos nossos jogadores desde que o dinheiro e o marketing se apossaram de suas

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Dois toques

Começa o jogo, e na Copa do Mundo o objetivo é um só. O gol. Quando tem aquele toca de um lado, toca de outro, a gente reclama, resmunga, ressente, porque vira um jogo de vírgulas, meio campo pra defesa, que lança a bola ao alto, cabeça pra lá, cabeça pra cá, o jogo não anda e nada vai acontecendo até ir se encaminhado pro final. Entretanto, para chegar na

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DA BOLA DE MEIA PARA OS TEMPLOS DO FUTEBOL.

Imagine um garoto da periferia correndo atrás de uma pelota feita em casa e imaginando que está disputando a final da Copa do Mundo? Esse é o sonho da maioria dos garotos que nasceram em berço de palha. Para eles, o futuro tem um só caminho: o da bola. Eles sabem que outros caminhos existem, mas são todos tortuosos e cheios de buracos. Não que correr atrás de uma bola

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“Amor em japonês”

Por um lado, ficamos perplexos com uma certa ‘brincadeira’ de um grupo de brasileiros com uma jornalista russa, que de tão viralizada não merece mais nenhum comentário. Que grotesco! Que repúdio! Já por outro lado, como se não bastasse a mesma atitude na Copa de 2014, em terras tupiniquins, novamente amamos a finesse da torcida japonesa, que dessa vez foi seguida por outra, no caso, da torcida do Senegal. Que

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É melhor vestir a camisa do que vestir Louis Vuitton

Eu tinha uma esperança de que tudo fosse diferente, de que seria goleada, e só pra tirar da minha cabeça aqueles gols, aqueles sete gols, aquela porrada, aquela bordoada bem dada e aliviada pelos alemães que podiam mais, queriam mais, mas que, por educação, deram um breque na vergonha alheia. Eu tinha essa esperança de que nesse Brasil-Suíça a rede balançaria muitas vezes, e de um lado só, do lado

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Pra trás Brasil.

Nunca soube diferenciar muito bem os sons de alguns fogos com os de tiros. Fico na dúvida se me abaixo para não ser atingida ou se vou à janela admirar o show de luzes. Credito essa confusão aos hábitos do meu pai, que costumava comemorar os gols da seleção brasileira com tiros do seu velho 38. Ia até a varanda de casa e dava três tiros para o alto. Eu

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A Copa mexe com a gente

Não adianta pintar a rua com as cores da Argentina, desligar a TV, xingar o Neymar ou marcar um retiro espiritual no dia do jogo do Brasil: é quase impossível passar indiferente à Copa. Já me vi acordando de madrugada para ver os jogos da Seleção no Mundial do Japão e Coreia, quase perdendo um emprego porque o chefe não queria dispensar a galera no Mundial de 2014 e pagando

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Dostoievskiana

Outro dia ouvi um Ph.D em artes dizer que a literatura brasileira nunca chegaria à densidade da literatura russa. Nunca teria a dramaticidade implícita à língua de Dostoievski, temperada em séculos de catástrofes, guerras, pestes e os Romanov mamando no Estado. Discordo da teoria. Até porque, tirando os czares e os Romanov, nossa situação não é tão diversa à da Rússia do século 19. Reparando bem, a diferença entre uma

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“É a vaidade, Fábio, nesta vida”

O ex-zagueiro são-paulino, Lugano, como um bom uruguaio, assim como o escritor Eduardo Galeano – autor do brilhante livro As veias abertas da América Latina – já havia disparado, para a perplexidade da imprensa esportiva brasileira, que Tite, atual técnico da seleção brasileira, não passava de um grande encantador de serpentes. Convenhamos, o sujeito realmente tem um discurso bem pegajoso, além de circular, ao extremo. Mas, o que nos interessa

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Já é Copa?

Nossa, sério que já é Copa? disse há poucos dias a um amigo. Não, eu não estava no clima. Mesmo. De-fi-ni-ti-va-men-te. E aceitando como nunca esse descompasso com o coletivo, que costuma apresentar-se em épocas como o Natal. O que importa é esse friozinho, a lua minguando, a alegria de re-costurar aqueles contextos que apenas a solitude ilumina. Muito embora pudesse ser bom também aproveitar um tempo para observar o

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