Copa 2018

Alô, mãe! Fiz um goooool

Igual a todo brasileiro, levantei cedo nesta sexta-feira. Ainda atordoada, fiquei em dúvida entre o amarelo e o azul. Vesti azul, uma cor que me cai bem nesse tempo em que o amarelo anda em baixa. Enquanto tomava café dei um passeio pelos portais de grandes jornais, como faço todos os dias. Hoje não é um dia qualquer, foi o que me disseram. Não apenas porque a seleção brasileira entra

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Disfarça e chora, Neymar

A crônica de hoje vai ser conduzida com a elegante companhia musical de Cartola. O Brasil enfim venceu, de forma dramática como nossos melhores sambas, com sofrimento, lágrimas e uma exultante alegria triunfal, tal qual apoteose carnavalesca. Chora, disfarça e chora/ Aproveita a voz do lamento/ Que já vem a aurora. Que todo o sofrimento dos dias, dos anos anteriores sejam expurgados nessas lágrimas, agora. Tudo o que te transformaram,

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MEU PAI VEIO.

Há exatamente 8 anos, num 22 de junho, meu pai se despedia da vida, em plena Copa do Mundo. Seus últimos dias foram estranhos. Já não reconhecia as pessoas, não falava coisa com coisa, repetia histórias da sua vida remota a cada cinco minutos, como se estivesse vivendo a infância, ali, naqueles agoras. Mas a tristeza de percebê-lo numa despedida inconsciente era superada pela magia da Copa do Mundo que

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Gritos que poderiam ser de Munch.

Dia lindo e comprido. Lá estava ela em São Petesburgo para torcer pela seleção brasileira. Pela seleção da Costa Rica. Da Argentina. Pela seleção de botões da Rose. De botões do irmão. De botões da camisa social do chefe coxinha. O negócio era torcer. Sentia que precisa gritar. Berrar por aí: Vai Brasil, Vai Brasil, Vai Neymar, Vai Orlando, vê se me beija, Vai computador, vê se liga, Vai internet,

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Torcida da Costa Rica

Oto, meu morcego confidente e mensageiro me disse que morcegos de uma outra caverna pediram para ver o jogo do Brasil contra a Costa Rica na nossa caverna. Ele deixou e eu também não vi razão para recusar. Faltava uma meia hora para o jogo começar quando os visitantes chegaram. Quietos, um tanto desconfiados, se arranjaram de cabeça para baixo numa parede lateral de onde se podia ver bem a

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Costa rica brasileira

Mais de 8 mil quilômetros de costa, riquíssima em praias e belezas naturais. Mais de 200 milhões de costas, de joelhos, de olhos fechados, de olhos bem abertos, de lágrimas brotando, de gritos engasgados, de um grito solto aos 46 do segundo tempo e outro aos 52. Vai ser sufoco, Brasil. Vai ser dureza, Brasil. Vai, Brasil!!! Vai ser assim sempre. Pode cair Neymar, pode cair até o Tite. Mas

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Copa a copa

Seu olhar atravessa a vidraça e aterriza na copa de uma árvore do pátio. Seus ouvidos atravessam minha voz de professora e atentam para a Copa acontecendo nos pés de um ou outro jogador, que atenta quase que exclusivamente para a bola, sem dar atenção à voz do juiz. Não importa tanto o jogador ou a cor de sua camisa. Se ele coloca a redondinha pra girar, o Brasil para

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O radinho

O radinho Gervásio não se considera supersticioso. Passa por debaixo de escadas, não se preocupa com gatos pretos cruzando à sua frente, sextas feiras treze ele tira de letra. Mas, como não poderia deixar de ser, Gervásio tem uma pequena, minúscula, superstiçãozinha: desde a final da Copa de 1994, em que estava de serviço como segurança de um depósito de gás na periferia de Guarulhos, ele escuta o final da

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Crônica (ou conto) da Fada dos Dentes

Ontem, assim por acaso, acabei tomando ciência que os colegas de blog, Carlos Castelo e Fernanda de Aragão, estavam tramando um desafio de crônicas sobre os dotes dentários do Luis Suárez. Movido, não por ciúmes, mas pelo sentimento de dever com o público, não pude tomar outra atitude senão enfiar-me junto a tantos caninos, molares para, incisivamente, contar tudo que sei sobre o assunto. Por isso, ao invés de continuar

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Arcada

Estes meus dentes de café estão tímidos nessa Copa. Estão amarelando mesmo. Acovardados, meus dentes sem placa de porcelana, sem carvão turbinado, com um ou outro bicarbonato de sódio de vez em quando. Estes meus dentes de chá preto estão assustados. É tanto dente branco demais, cândido demais, plástico demais que os meus estão acuados, não conseguem fugir da marcação, pressão o campo todo, o noticiário todo, todos os apresentadores,

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