A primeira fase da Copa está acabando e muitas seleções já se preparam para voltar aos seus países.
No momento em que escrevo esta crônica, Egito e Arábia Saudita, mesmo já desclassificados, lutam para fazer uma última partida digna. Salah, o “faraó” da seleção egípcia, lida com a frustração de um rendimento abaixo do esperado.
No sábado passado, assistimos à batalha da Alemanha para vencer a Suécia e se manter viva. E a Argentina já se aterroriza com a ameaça da desclassificação precoce.
Não é fácil largar o osso, ou melhor a bola. Depois de tanta dedicação, de tanto treino, tantas expectativas, é difícil admitir que falhamos. De nada adianta chorar, se jogar no chão, xingar: não foi desta vez. Talvez não seja da próxima também. Às vezes, o melhor que temos a fazer é dar aquele chutão pra frente e desapegar.
Sabe aquele lance que parecia perfeito, digno de replay? Quem sabe se, dando uma segunda olhada, chamando os árbitros de vídeo e conferindo bem de perto, não seja possível perceber os erros?
Quem sabe aquele que escalamos como craque, a quem demos moral de capitão. Aquele que nos ganhou de lavada, por quem e com quem suamos a camisa, não valha sequer uma figurinha repetida do álbum de 2014?
Então, me inspiro na torcida do Panamá e lanço o desafio. Que nós possamos comemorar as pequenas vitórias, mesmo que seja um gol marcado quando estamos perdendo de goleada. Que possamos aprender com as experiências e sair de cabeça erguida, não importa qual tenha sido o resultado.
E se tivermos que pegar o ônibus de volta pra casa com o coração em pedaços, que saiamos maiores e melhores com isso, mesmo que a torcida esteja decepcionada, mesmo que tenhamos sonhado com algo maior. A próxima partida – ou o próximo partido – pode ser nosso.
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Andréa Martins
Andréa Martins ataca de publicitária, já foi escalada como roteirista e recentemente deixou o time dos paulistanos para jogar em Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. Em 2021, conquistou o título de escritora com o lançamento de seu primeiro livro “Uma cadeira na varanda – Crônicas e memórias do interior”. Já se considera veterana neste projeto, tendo entrado em campo no Crônicas da Copa do mundial masculino de 2018 e feminino de 2019 e no Crônicas Olímpicas de 2021. Com a convocação para a edição de 2022, já está preparada para gritar “É TEEEETRAAAAAA!”.
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