Que lições e quais verdades podemos extrair do campeonato mundial de clubes, que reuniu 32 clubes representando todos os continentes?
Para quem achava que seria um passeio dos gigantes europeus, fortes, ricos e vitaminados, não foi bem assim e a diferença, embora latente, não é tão gritante quanto o nosso complexo de vira-lata faz pensar. A parte técnica dá para encarar. Parte física, idem. Medicina esportiva, ibidem. E, mesmo levando em conta que não é usual, dá até pra ganhar dos melhores, dependendo as circunstâncias. Houve partidas os europeus ganharam no detalhe, o que diminui em muito a diferença!
Mas em muitos aspectos os grandes europeus ganham de lavada, por exemplo, a disponibilidade de recursos, em todos os níveis e graus. Curiosamente, o dinheiro é importante, mas não é o elemento determinante – se o fosse, os árabes do Al-Hilal ou os chineses estariam entre os melhores. Eles tem dinheiro, é verdade, mas o mais importante é que sabem o que fazer com o dinheiro.
Uma das consequências diretas da disparidade de recursos é que cai por terra o argumento de que são 11 contra 11 jogadores. Não é! São 11 em campo, mas tem mais 5, 6, 7 ou 10 jogadores no banco de reservas prontos para entrarem em campo e manterem ou aumentarem o nível do futebol praticado. Eu não tenho dados (isto é com o PVC), mas acredito que pelo menos metade dos gols marcados pelos grandes europeus foram feitos por jogadores saídos do banco de reservas!
Outro aspecto é o da organização e neste caso, o desempenho não é diretamente ligado a recursos existentes, mas da aplicação dos recursos existentes (não custa lembrar que o técnico da seleção brasileira é o mais bem pago do mundo: quatro milhões de reais mensais, livres de impostos, mais mimos, mais auxilio moradia, passagens aéreas, de metrô e busão, etc. Só o Neymar ganha mais, mas, nesse caso entramos no reino dos mistérios incompreensíveis, mesmo se visto de um ponto de vista da des-razão).
Quanto a organização, um razoável grupo de estagiários seriam capazes de, por exemplo, fazer um calendário nacional de futebol com um pequeno laivo de inteligibilidade.
Perguntar não ofende: quem foi o gênio – ou a Comissão Genial – que marcou rodada do campeonato brasileiro no mesmo dia da final do campeonato mundial de clubes? Podem dizer, “ah, mas não tem time brasileiro na final!” Tá bom, mas, e se tivesse?
Uma final que acontece a cada 4 anos (é o que a FIFA diz) deveria merecer certo cuidado e dar ao torcedor comum a oportunidade de assistir a um jogo que tem tudo para ser imperdível. Custava antecipar a rodada para sábado?
Afinal, tudo pode acontecer: o PSG, mantido por um fundo árabe (Brics) vai dar mais uma goleada? Ou o Chelsea , mantido por um oligarca russo (Brics), mesmo debaixo do pano, pode engrossar?
Lembrar que pode não acontecer nada! Pode ser um jogo de perna-dura só pra inglês ver….
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Joca
Sociólogo, ex funcionário público. Autor d'A Invenção da Palavra e Pequena História do Mundo (Fábulas voltadas para o universo infantil e infanto juvenil). A publicar: O Presidente Que Burlou o Golpe (fábula política).
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