No filme “Não por acaso”, estrelado por Rodrigo Santoro, uma das personagens, no caso, sua mulher, morre atropelada. Ele pediu para que ela ficasse mais dois segundinhos naquela manhã. Um instante.
É surreal pensar nos efeitos, na nossa existência, do que não fizemos ou fizemos. Há decisões que tomamos que têm um impacto profundo, perene. Só sabemos disso depois.
Demoraria um átimo de tempo para derrubar Lukaku. Falta tática é o nome disso. Interromperia o indefectível contra-ataque belga, anunciado dias atrás contra os japoneses. Com Lukaku esparramado, me safaria de armazenar na memória, a contragosto, a progressão da bola que culminou no gol de De Bruyne. Por quanto tempo terei de hospedar esse contra-ataque? Ainda me lembro do terceiro gol do Paolo Rossi, livre na área, que desligou, também numas quartas, a seleção canarinho do Telê. Faz 36 anos!
A seleção brasileira foi atropelada. Lukaku no chão. Puf! Falta. Só sabemos disso depois.