Que vença o melhor, desde que seja a gente.

Nasci antes da primeira conquista, sou então veterano em ganhar esse caneco.

 

Na primeira vez, ouvi pela rádio Nacional  o banho contra a Suécia. Era muito pequeno e não entendia bem o porque daquela euforia nas ruas e praças da minha cidade.

 

Na segunda, no Chile, acompanhei novamente pelo rádio. Não sei se por mandinga, mas eu ouvia o jogo sozinho em cima do telhado de uma casa vizinha com o radinho portátil gritando gol só pra mim. O cara que explodiu tinha um nome engraçado, Amarildo, não sei porque, mas me lembrava nome de doce, talvez um tablete colorido, mas com o amarelo dominando.

 

O tri me pegou em SP, logo no meu primeiro ano na cidade. Lembro que a seleção saiu daqui com a desconfiança geral de que seria um fiasco maior do que o de 66 na Inglaterra. Acompanhei o primeiro jogo no banco onde trabalhava e ninguém acertou os 4X1 contra a poderosa Tchecoslováquia.

Já no segundo jogo o povo estava na rua e a catarse só foi crescendo com as vitórias espetaculares da seleção.

 

A final contra a Itália repetiu o placar do primeiro jogo e foi um banho de alegria pelas ruas de São Paulo.

 

O tetra nos Estados Unidos foi meio sem graça. Ganhar nos pênaltis é uma coisa brochante. Mas, valeu, de novo fui para as ruas comemorar com o povo.

 

O penta teve gosto de café da manhã. Não dava para ficar de porre às 7, 8 da matina. Vi a final na cama, sozinho, vibrando contido para não acordar a namorada ao lado.

 

No meio disso tudo teve o sofrimento de 82. Baita seleção, baita técnico, uma derrota inexplicável para uma seleção meia boca que vinha capengando e acabou campeã graças aos 3×2 em cima de nós.

 

Talvez o amargor dessa derrota tenha sido mais intenso do que o doce do tetra e do penta.

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