A mãe continua on!

A Copa do Mundo representa o auge de quem joga bola. Na concepção do técnico Muricy Ramalho a diferença entre quem é craque e quem é bom jogador é o fato de ter participado de uma Copa. Nos últimos anos, com a longevidade cada vez mais prolongada de muitas atletas, a Copa tem servido também como aquela homenagem final, pra aquecer a quebra de algum recorde e fazer grandes despedidas.
Nossa camisa 10, a Rainha Marta, está passando por essa apoteose, na chance de fazer mais gols, continuar sendo a maior artilheira de todas as Copas e receber uma despedida digna. Na Copa anterior, em 2019, a meio campo Formiga foi a homenageada e recordista da vez, sendo a atleta que mais jogou uma edição de Copa, sete vezes, e a mais velha a entrar em campo e marcar um gol nesse tipo de torneio.
Só lamento pelo fato da atacante Cristiane, que disputou cinco Copas e foi a principal atacante do Brasil nos últimos vinte anos, ao lado de Marta, não ter a chance de ter uma despedida a sua altura nesta edição. Cris, é a maior artilheira do futebol feminino na história dos Jogos Olímpicos, foi eleita duas vezes a terceira melhor do mundo, em 2007 e 2008, e é a segunda maior artilheira da história da seleção.
Mas há quem diga que seleção é momento, então neste caso a técnica Pia poderia considerar que, em 2022, Cris foi a artilheira do Brasileirão, eleita melhor jogadora do Paulistão e que na atual temporada ajudou o Santos chegar na semifinal do campeonato nacional, sendo artilheira da equipe e jogando boa parte dos jogos, demonstrando estar em plena forma. Como dizem a cada gol seu na Sereias da Vila: A mãe tá on!
Compreendo que Pìa acerta ao apostar em uma renovação da seleção e que como a Cris não vem sendo convocada é natural que ficasse de fora, mas como a nossa artilheira não está no rol de jogadoras que precisam de testes, sua convocação seria coerente.
Sei que já passou da hora de chorar o leite derramado, a Copa já está a mil e é importante concentrar a torcida pras atacantes que foram convocadas, como a Ary, Bia Zaneratto, Andressa, Debinha, Nycole, a Rainha Marta e cia, mas confesso que ligar a TV e não ver a Cris, com sua eterna camisa 11, me dá a sensação que algo está faltando.
Cristiane é craque! Definitivamente um dos principais nomes do futebol feminino de todos os tempos, e sua importância está pra além de estar ou não nesta seleção, pois ela representa a história dessa modalidade.
Portanto, esse texto não é só em tom de reclamação por sua ausência na Copa, mas principalmente por reconhecer e agradecer por sua carreira, seus gols e por seu legado no mundo do futebol. Gratidão, Cris!

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