Salada russa ou sopa de letrinhas para abrir o apetite?

Que me perdoem os que simpatizam com o país anfitrião ou com o time mais fraco, mas fiquei muito feliz com derrota da Rússia hoje. E que me perdoem também aqueles que não simpatizam com trocadilhos, pois vou agora abusar deles.

A coisa já tinha ficado russa pro nosso lado ontem e, caso os donos da casa se classificassem, também ficaria russa para o bom futebol. Afinal, uma semifinal de Copa do Mundo entre Inglaterra e Rússia seria uma gelada. E não estou falando de cerveja belga, que é uma delícia, ainda que um pouco amarga demais para o paladar brasileiro.

A Inglaterra, apesar de ser uma campeã mundial (apesar de ser um título roubado), nunca encantou. Nunca nunquinha mesmo.  Sempre foi aquele futebol só pra inglês ver, we are the champions, inventamos o football e tal, mas no final, bola pro alto que o jogo é de campeonato.

A Rússia só jogava bola quando era União Soviética. Talvez a perspectiva de fazer concentração em um Gulag obrigasse os camaradas a tirar dribles da cartola. No caso, ushanka, aquele gorro engraçado de pele de coelho. Já nesta Copa, o desempenho da seleção anfitriã foi uma verdadeira montanha russa. Começaram disparando gols para tudo que é lado, depois tomaram um belo sacode do Uruguai. Na fase eliminatória, os russos mudaram para a tática roleta russa. Armaram uma retranca contra a Espanha e ganharam nos pênaltis. Foram ao ataque contra a Croácia e perderam nos pênaltis. Muita raça, muitas surpresas e pouca qualidade. Foram abatidos, quem diria, por um tiro mal disparado de um brasileiro, o Mario. Nessa altura, o mundo inteiro sabe qual Mário, o Fernandes. Tenho certeza que a toda a nação vermelha ficou orgulhosa do seu esquadrão. Nem o presidente deve ter ficado assim tão Putin com a derrota.

Portanto, para o bem daqueles que gostam de um belo espetáculo, passou a Croácia. Não digo que estejam apresentando um jogo vistoso, mas o time dos Balcãs é bem mais técnico, além de também render boas troças. Uma linha com Modric, Rakitic e Kramaric sempre estará quite com os trocadilhos russos. Aliás, ainda que o Tite tenha feito suas malas ontem, nossa identificação com os croatas foi mantida ao escalarem Sandro Meira Ricci para o apito. Não sei como a Rússia permitiu um quase nepotismo desses.

Fique tranquilo, prometo não fazer rimas inflamatórias, apesar dos ânimos ficaram sempre assim, inflamados, em partidas decisivas. Inglaterra e Croácia certamente não será um encontro de gentlemans. Com Lingard e Mandzukic em campo a porrada pode rolar, caso se necessite. Também não acredito em um jogo modorrento, pois os croatas contam com a arma secreta dos nossos caminhoneiros contra o sono, Rebic. Fora isso, o confronto tem tudo para ser equilibrado e emociontante. Quer um palpite?  Esqueça! Sem favorito, o cronista aqui se omite.

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