Eu, você, sim, você, vai admite, hoje é sexta, já passa das seis, a sua mãe, a minha mãe, a mãe do seu amigo, do seu inimigo, da sua ex, do seu ex, os fãs da Barbie, a Barbie, o Ken, o corpo de bombeiros da Casa Verde, os gangster de gravata, as gangues das ruas , os meliantes, as meretrizes, os traficantes, os salafrários, as freiras do mosteiro da Tiradentes, os padres do colégio Santo Américo, os esquisitos de plantão, as endinheiradas de carros grandões, os pobres coitados de nós, as desmioladas, os cafajestes, os serenos, as intelectuais, os jornalistas literários, as jornalistas de política, as escritoras, os sem-vergonha, os escafandristas, os elefantes brancos, as baratas, os hippies da paulista e seus cachorros, os flanelinhas que aceitam cartão, as crianças sem educação, as estátuas vivas, as estátuas sem vida de cimento, os telefones públicos se eles ainda existissem, os instagrans bugados, os cardeais da arco verde, os cadeados esquecidos trancados nos vestiários, os livros velhos, as maçanetas de banheiros limpos, as vidraças que ainda não foram quebradas, os varais tortos que a gente vê da janela do ônibus nos prédios do minhocão, os plurais, as concordâncias erradas, os esquecidos, os ansiosos e as ansiosas, os medicados, todos nós, admitamos.
Todos nós, só pensamos em Brasil X França amanhã às sete horas da manhã.