Messi é o último praticante ativo da arte no futebol.
Marta também.
Messi foi eleito 5 vezes o melhor do mundo.
Marta foi 6.
Messi não tem títulos de campeões mundiais vestindo a camisa do seu país.
Marta também não.
Messi ainda tem chance de ganhar uma Copa do Mundo, no Qatar em 2022.
Marta também, na certa a última chance, agora na França.
Marta fez bonito contra a Itália. Um gol de pênalti, batido com batuta da maestrina, que a fez a maior artilheira de todos os tempos em Copas do Mundo, entre meninos e meninas.
Não ter uma Copa do Mundo é incompatível com que jogam Messi e Marta. Uma Copa do Mundo, uma só, mesmo assim, é pouco pelo que eles jogam.
Impressionante como os Deuses do Futebol não abençoaram esses dois como mereciam. Faz bem aos olhos ver Messi em campo, seus toques, sua inteligência, suas escaramuças, seus lançamentos, seus dribles, sua precisão, seu jeito de tratar a bola, sua leitura de jogo, sua magia. Faz bem aos olhos ver Marta em campo, seus toques, sua inteligência, suas escaramuças, seus lançamentos, seus dribles, sua precisão, seu jeito de tratar a bola, sua leitura de jogo, sua magia.
Assim como Zico, Cruijff, Puskas e Platini, é possível que Messi e Marta entrem para a história do futebol em estado de arte como gênios que nunca levantaram um caneco pelas suas seleções. Uma pena. Um despautério.
A título de curiosidade, só para citar brasileiros, lembro que Moacir, Oreco, Pepe, Zequinha, Jair da Costa, Jair Marinho, Coutinho, Jurandir, Mengálvio, Leão,
Ado, Baldochi, Dadá Maravilha e Rogério Ceni foram Campeões do Mundo pelo Brasil sem jamais terem colocado as chuteiras em campo. Todos respeitáveis e alguns até craques inesquecíveis, mas nenhum com o brilho encantador de Messi e Marta, o que me faz supor ser o futebol um poço de injustiças tanto quanto uma caixinha de surpresas.
Mas ainda há um filete de esperança.
Marta entrou em campo contra a Itália para contrariar a má vontade dos tais deuses e, quem sabe, partir com a bola dominada em direção a sua primeira Copa do Mundo.
Torço muito pela Marta sempre. Quero muito que ela ganhe uma Copa do Mundo. Pelo Brasil, pela arte do futebol, por ela mesma, pelas mulheres e pela justiça.
Só não torço para o Messi porque ele é argentino. Querer que ele ganhe uma Copa seria querer que o Brasil perca mais uma.
Desculpe, Messi.
Compartilhar:
José Guilherme Vereza
José Guilherme Vereza é publicitário, redator, diretor de criação, escritor, ficcionista, cronista, roteirista. Pós graduado em Pedagogia, acrescentou o “professor” nessa lista de coisas que gosta de fazer. E não para por aí. É pai de quatro (objetiva e subjetivamente), avô de dois, metido a cozinheiro, botafoguense típico, ama escrever. Ter sido convocado para o timaço do Crônicas da Copa é seu imodesto gol de placa.
Todas as crônicas do autor
Curta nossa página no Facebook e acompanhe as crônicas mais recentes.
Crônicas Recentes.
Joca
22/08/2023
Caio Junqueira Maciel
21/08/2023
Maria Alice Zocchio
20/08/2023
Fátima Gilioli
20/08/2023
Marcelo da Silva Antunes
20/08/2023
Marcelo da Silva Antunes
18/08/2023
Marcelo da Silva Antunes
15/08/2023