A HORA É DA ONÇA PINTADA OU DO TIGRE?

Acabou a primeira fase e as cenas dramáticas e de alegria festivas se multiplicam. Ao apito final de cada jogo decisivo, é como se o mundo inteiro escorresse por entre os dedos, como se a sorte tivesse sido decidida numa roleta russa: anos de preparação, tudo se torna irreversível com a classificação ou desclassificação.
Surpresas? Muitas! A recuperação da Argentina foi uma delas. Depois da desastrosa estréia, se reafirma como força. E a Alemanha? Despencou. E de novo junta cacos inacreditáveis. Tentam se mostrar sóbrios, mas o baque foi grande. Se o time tem algo da história do povo, são acostumados à luta de reconstrução. Mas será que compreendem que terão de recomeçar do zero? Parecem não se dar muito conta disso, não acreditam. Um líder como Manel Neur se mostrar tão atrapalhado como nos últimos gols que engoliu será o suficiente para a Alemanha – enquanto seleção nacional – necessariamente repensar sua relação com a bola? Os alemães não se mostraram afáveis com a pelota e a mesma se vingou!
Foi também curiosa a maneira de como a soberba foi castigada. A França pôs reservas em campo e tomou um bico na canela. Bem feito para a arrogância simbolizada por Mbappè! Só não achava que o mesmo ia se dar com o Brasil. Mas não esperava que o Brasil colocasse em campo um time totalmente reserva, isso foi inédito (a não ser que realmente não se importasse com a derrota, o que pareceu não ser verdade.) Os entendidos do riscado dizem que tem o lance do conjunto. E, ademais, é um torneio curto, 30 dias somente e não é recomendável mudar radicalmente, pois o mundo está de olho. Derrota nunca é indiferente. Agora, queira-se ou não, o Brasil entra em campo com a obrigação de ganhar. Podem ter arrumado sarna pra se coçar!
Perdemos para Camarões e não era para ter perdido, pois a diferença técnica e a tradição estão a anos-luz de distância. (Mesmo com toda boa vontade que o mundo inteiro encara os divertidos Leões Indomáveis, que se arriscam só para fazer espetáculo, como fazia Roger Milla.) Mesmo com reservas, o Brasil poderia ter ganho o jogo, se não tivessem perdido tantos gols, se não tivessem vacilado tanto, o que nos põe a todos em alerta: como se pode vacilar em Copa do Mundo.
Poderíamos ter ganho “se”… Mas o “se” não foi escalado! O Daniel Alves foi, a cristalização da soberba, usando uma Copa do Mundo para rechear seu currículo! (Será que isso era necessário? Ele tem uma carreira vitoriosa! Não é o bastante?) É nessas horas que fico meio azedo, pois parece que a Seleção não é do Brasil, é do Tite, então ele convoca quem ele quer e fim de papo!
Vamos enfrentar a Coréia do Sul de barbas de molho. O Uruguai era o previsto e previsível, tinha uns caras preparando o canto final do cisne – Cavani e Suarez – e não me parecia difícil neutralizá-los: era não deixar o De Arrascaeta pensar e parte do problema estaria resolvida .
Da Coréia pode vir surpresas – ou não, dependendo da sede da Onça na hora de beber água. A Coréia afia as garras e o imponderável está aquecido a beira do campo, louco pra fazer história! A verdade é que na hora “H” em Copa do Mundo nunca existem realmente surpresas na hora decisiva. Tomara! Mas, fica esperto, Brasil. Somos a Onça indo pro bebedouro, mas eles são Tigres.

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