Bastaram alguns minutos para os torcedores brasileiros ficarem tristes. Quando vi meu vizinho e seus filhos chorando sentados na calçada, entendi melhor o que é ser torcedor.
O garoto menor não se conformava. Acho que pensava: como pode ser isso? De repente, assim sem mais nem menos, o time do Brasil vai voltar pra casa? Acabou o campeonato? E a festa que estava programada para os próximos jogos? E a expectativa gostosa de mais uma vitória, de mais gols do Pombo, do Neymar, do Vini? Tudo isso acabou? Onde vou guardar as bandeiras, a corneta? O sonho acabou?
Mas de tudo fica um pouco, como disse o poeta mineiro. Fica talvez a aprendizagem de que a vida não tem um roteiro claro e imutável. Não há esse roteiro e muitas coisas acontecem sem que a gente possa interferir nem prever. O esporte pode ser uma amostra dessa insegurança que nos acompanha ao longo dos anos. A vida não tem começo, meio e fim, não tem intervalos nem possibilidade de prorrogação. A vida é alegria misturada com tristeza. Choramos quando estamos alegres e choramos quando estamos tristes. As lágrimas são as mesmas.
Fiquei com pena dos meninos e do meu vizinho. Ficaram tão alegres e entusiasmados por alguns dias que agora o tombo parece bem maior.Mas sei que isso vai passar, como das outras vezes. Logo estarão rindo e brincando e… torcendo novamente. Porque o desejo de ser feliz é muito forte nos seres humanos. Somos seres de riso e lágrimas. E é isso que nos mantém vivos e com esperança. A pintura da bandeira na rua vai durar uns quatro anos.
Até a próxima Copa!
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Douglas Tufano
Olá! Eu sou o Douglas Tufano, professor de português e redação para vestibulares há mais de 50 anos!... Não se espantem, é que comecei bem cedo e ainda estou na ativa, agora on-line. Sou também autor de muitos livros didáticos e paradidáticos nessa área, publicados pela Editora Moderna. Até meus 30 anos, gostava muito de jogar e assistir futebol, de ir a estádio, de torcer fanaticamente pela seleção... Depois, fui tomando juízo e hoje ainda gosto mas sem grandes paixões. Há tantas outras coisas boas para usar o tempo... Não conhecia a Fernanda, mas conheci muito o pai dela, o Reinaldo. Éramos vizinhos na Mooca e jogamos muita bola juntos. O convite da Fernanda me surpreendeu um pouco. Embora trabalhando com literatura há tanto tempo, nunca pensei em escrever crônicas, e muito menos sobre futebol. Vou tentar. Espero que gostem. Sou paulistano, mas mudei para Jundiaí, onde vivo há 42 anos. Agora, tenho mais tempo de vida como jundiaiense do que como paulistano. Mas é claro que, se eu saí de S. Paulo, S. Paulo não saiu de mim. Acho que ser paulistano é um estado de espírito. Um abraço! Douglas.
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