Quarto jogo: A batalha contra o mascarado coreano

Em época de Copa do Mundo, os chatos espalhados por todas e quaisquer esquinas deste Brasil gostam de aparecer. Alguns chatos históricos; novos chatos; chatos de plantão; o chato supersticioso; aqueles que são tão legais, mas se tornam chatos.

Tem o chato do contra. Tudo está errado para ele, não concorda com ninguém, um verdadeiro negacionista. Se deixar, torce até contra.

Tem o chato otimista. O Brasil só vai dar show e ganhar de goleada. Às vezes, ele grita gol antes da hora.

Tem o chato narrador. Ele narra todo lance que incomoda o chato que fica quieto no seu canto, torcendo em silêncio. Geralmente, estes dois chatos assistem ao jogo lado a lado numa conversa que apenas um dos chatos tem voz.

Tem o Galvão Bueno, que continua muito chato, mas é a voz do Brasil nas copas do mundo.

Tem o chato que fica postando stories e memes pelas redes antissociais. O jogo passando na telinha, todos torcendo e ele fazendo selfies.

Tem ainda aquele chato que escreve durante as copas e olimpíadas.

Tem o chato que torce, fica nervoso, comemora, abraça, anda de lado a lado, rói as unhas e grita gol pela janela.

Todos os chatos do Brasil estão felizes. Até aquele chato, que está torcendo escondido.

Tinha também aquele coreano mascarado chato, mas logo fizemos quatro gols no primeiro tempo e os despachamos de volta para Seul.

Vencemos nossa quarta final contra Coréia do Sul.

Sexta-feira, nossa quinta final: agora é a Croácia, com sua camisa quadriculada.

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