Eis os porquês

Pode parecer inacreditável, mas tenho algumas lembranças da Copa do Mundo de 1982 e das Olimpíadas de 1984. Assisti com plenitude à Copa do Mundo de 1986 e, depois disso, não parei mais. Foram Olimpíadas, Copas do Mundo, Campeonatos Paulistas, Brasileiros, todos os Esportes. Se tem uma TV ligada com alguma transmissão esportiva, lá estaria com os olhos atentos como criança, jovem ou adulto.

Chutei muitas bolas. Fiz muitos arremessos. Corri, andei de bike. Pulei muros. Quebrei ossos, rompi ligamentos. Me sugira uma prática esportiva que lá estarei tentando praticar. Por isso, ficar parado há quase seis meses por conta do meu pé direito só me traz angústia. Muita.

Enfim, eram os álbuns de figurinhas; jogos de botão e a paixão mais recente como colecionador de camisas. Os Esportes davam a volta em mim e por mim passavam no passado, presente e futuro.

Tudo isso era eu (ou sou eu), mas não explica os porquês de sermos tão apaixonados por Esportes neste lar, doce lar. Aliás, até explicaria, mas vocês, caros leitores, não conhecem a real história que nos acompanha.

Posso falar que tudo começou com um Corinthians e Cruzeiro em 2005 no saudoso Pacaembu. Foi o dia que Camilla (são paulina) conheceu o tamanho da torcida corinthiana.

Posso falar ainda de um São Paulo e São Caetano em 2006 naquele Morumbi vazio. Foi o dia que Camilla entendeu que a torcida corinthiana era diferenciada.

Mas o ideal é fazer o tal relógio do tempo correr até 2013. No meio das manifestações, estávamos nós dois passeando pela Copa das Confederações. Fomos campeões juntos no Maracanã, arrasando a Espanha. Já contei esta história antes.

2014 seria o ano da Copa das Copas. Foi o nosso ano e viajamos pelos cantões deste país. Vivemos a plenitude da Copa. Desde o primeiro jogo, um mesmo Brasil e Croácia, Camilla foi colocada como uma das musas da Copa. Milhares de vezes, vocês me ouviram falar da lenda de BH.

Não era para ser esta a história.

2014 era para ser o ano da nossa primeira gestação, mas foi o ano da perda gestacional. Parece um mito e ninguém fala deste assunto. Os pais sofrem em silêncio e o assunto é mais corriqueiro do que imaginamos. Só não falamos dele. Estima-se em 31% o número das perdas gestacionais e tenho certeza que você conhece um casal que passou por isso, às vezes, sofrendo em silêncio.

Sim, tivemos uma perda gestacional sofrida.

Sim, decidimos viver a Copa das Copas e tocar esta bola adiante.

Sim, Pedro nasceu em março de 2015 e, desde então, temos um filho da Copa aqui em casa, além, é claro, de uma das musas da Copa das Copas.

Foi uma vitória. A cada ultrassom, sentia-me como Romário na final da Copa de 1994. A cada preparação, a caminhada até a marca penal. O chute, bola na trave e o gol: era o coração do Pedroca que batia firme e forte.

Foi a nossa conquista do Mundial.

A Copa do Mundo passou a ser nosso momento de comemoração.

Veio 2016 e as Olimpíadas/ Paralimpíadas do largado olímpico. Veio o tão sonhado ouro no futebol, todos no Maracanã, reunidos, tal qual naquela final da Copa das Confederações em 2013. Agora, com os três juntos.

As Olimpíadas/Paralimpiadas também passaram a ser nosso momento de comemoração.

Os Esportes deixaram de ser meros Esportes nesta casa. Trata-se de uma celebração da vida pelo passado, pelo presente e pelo futuro.

Eis os porquês de sermos como somos, apaixonados pela Copa do Mundo.

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