Chamar Camarões de Tubarões pode ser um trocadilho ruim, mas o jogo contra os crustáceos era, na verdade, contra peixe perigoso e Tite levou os meninos pra pular ondas no mar. Não era brincadeira e a seleção morreu na praia. Alex Telles saiu machucado e os outros todos meio perdidos. Houve um esforço, não vamos negar. Gabriel Martinelli quase fez o jogo sozinho e Ederson trabalhou mais que Alisson em duas partidas.
Ficou parecendo que nosso banco reserva de luxo nem é assim tão chique ou precisa de um capitão mais entrosado que jogue de verdade em vez de só treinar em time que nem é o seu. Depois do jogo, este capitão Daniel Alves disse que não existe nenhum rival fraco e que todos jogam alguma coisa sempre. É clichê e uma grande verdade. Estas palavras, no entanto, devem ser ditas, repetidas e absorvidas antes de entrar em campo. Confiança muita, às vezes, complica e Copa do Mundo também é respeito.
A lição de hoje tem que servir para o jogo de segunda-feira. Vamos respeitar a Coreia e lembrar que ela fez quatro gols na primeira fase e o Brasil só dois. Estamos indo para as oitavas com uma derrota, o menor saldo de gols de todas as competições e o peso da história de que só vencemos em Copas nas quais nunca perdemos nenhum jogo na etapa dos grupos.
Crendices à parte, nada impede que esta seja nossa primeira Copa a quebrar esta tradição e nada impede que o bom futebol, que se desenhou na partida de estreia, volte mais forte nas oitavas, inclusive com a recuperação do Neymar. Tá valendo tudo pra gente conseguir o Hexa e recuperar um país mais satisfeito. Até pensar nos princípios da homeopatia. Semelhantes se curam pelos semelhantes. Neutralizar a rabugice dos amarelos acampados com a alegria dos amarelos em campo. Por falar em cores e crendices, a camisa azul é bem bonita e não tem culpa alguma pelo resultado de hoje.