O REAL MADRI BRINCOU COM A SORTE?

Um jogo valendo vaga para a semifinal do mundial interclubes entre Real Madrid e Borussia Dortmund é daqueles jogos que eu assisto com um pé atrás. Pode ser uma barbada ou pode complicar. Pode acontecer como foi na primeira fase em que o Botafogo, pato feíssimo, jogou contra o campeão da Europa, o todo poderoso PSG, não teve vergonha de dar bicão e canelada, fez um gol aproveitando a única chance que teve e ganhou o jogo. E pode acontecer um branco geral (ou tremedeira) e virar prêsa fácil.
Começa Real e Borússia. Faço esforço para não ouvir os comentaristas de obviedades. Alguém já reparou que os comentaristas de futebol falam o óbvio? Com exceção de uns poucos, que usam recursos técnicos ou intelectuais, especialmente fazendo analogias para que possamos compreender, a grande massa de comentaristas de TV diz coisa do tipo: “o time A está atacando pela direita!” Ora, eu, telespectador, estou vendo o jogo e estou vendo o time A atacando pela direita… Precisa ele falar? A não ser que ele esteja fazendo uma descrição da partida ou ele pensa que está comentando para o radio…
Mal chegamos aos 10 minutos, nem bem me acomodei no sofá e o Real faz o primeiro gol. 10 minutos depois, o segundo. 2 X 0 e começo a pensar que é covardia. Se mantiver essa média – um gol a cada 10 minutos – a coisa vai ficar feia.
Mas ficou por aí. No máximo ouvimos uma daquelas “Máximas” do futebol: 2 X 0 é um placar perigoso. Realmente! Pode ser indício de goleada!
Não posso dizer se os 45 minutos regulamentares do tempo regulamentar foram monótonos porque mal assisti… apesar de estar diante da TV! A impressão que me causou é que nada de importante aconteceu, com exceção de uma ou outra tentativa, desbaratada sem muita emoção. Assim termina o tempo normal e só conseguia pensar que os minutos de acréscimo seriam a pá de cal na mesmice.
Mas, eis que no segundo minuto dos acréscimos, o borussiano Maximilian Beier (ia escrevendoo beer!) acerta um chute, a bola entra e o próprio marcador do tento faz cara indiferente, nem comemora. Parece não quer se iludir – apesar da máxima que os comentaristas óbvios nunca esquecem: “2 X 0 é perigoso.” De fato. Um descuido, uma confusão qualquer, um chute desviado e pode acontecer o empate, o que seria a consagração de uma reviravolta beirando o impossível. Mas, os alemães nem tiveram tempo de se assanharem; o craque Mbapé fez o que sabe, um golaço e pareceu dizer para o Borússia se colocar no devido lugar! 3 X 1 é confortável, só esperar o apito final, daqui a minutos!
Mas um ataque alemão provoca um penalty. O guineano que joga pelo Borússia fez cara feia, encarou o gigante Courtois como quem diz que não estava pra brincadeira e, pimba, pega essa papudo! 3 X 2 e mais alguns minutos de jogo. Agora nem respiro! O Real parecia atordoado. Eu também!
Os alemães ainda tinham pelo menos mais um ataque e esse jogo maluco tira do sério qualquer um! E não é que um chute de dentro da área tinha endereço certo? Era o empate heroico, mas quando se mencionou a palavra herói, o goleirão Courtois – literalmente, o homem tem 1,93 de altura e é rápido! – ergueu a mão e gritou! “Deixa comigo!” e fez uma defesa quase impossível, que ele e seu time comemoraram como se fosse um gol marcado a favor, no último lance!
Nota: se o nosso Wanderley Luxemburgo, o Luxa, fosse técnico do time alemão iria declarar que o jogo terminou empatado: o Real ganhou o primeiro tempo (2X0) e o Borússia ganhou o segundo (2X1). Questão de detalhes!
Cheguei a esboçar tirar uma casquinha dos palmeirenses que perseguem a todo custo um Mundial, mas é melhor não cutucar Onça. Na volta do campeonato brasileiro eles vão jogar justamente contra o meu time que não está com essa bola toda e com certa vocação para cortejar outras séries…

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