CABÔ!!!!

Não há como disfarçar, fingir que não é comigo, que futebol é um jogo onde se ganha ou perde ou empata.
Existem incontáveis e outras variáveis onde tudo – ou nada! – pode acontecer: o resultado é uma combinação dessas tais variáveis que a gente, às cegas!, tenta alcançar, ao menos para entender o que acontece, o que é isso que nos deixa triste ou alegre com o simples resultado de um jogo de bola!
A verdade sincera e simples é que, egoisticamente, queria que o time da seleção brasileira de futebol ganhasse hoje e se classificasse e continuasse alimentando o sonho de ganhar uma Copa para as meninas: nada mais ou menos que a Copa, o título. Como explicar que dentre as muitas ja citadas variáveis, “perdemos sem perder”? Perdemos pra França, é verdade – portanto, a pecinha de xadrez das tais variáveis, escondidinha num canto do tablado, se impôs e nos derrotou de modo cruel. Quem pode, em sã consciência, admitir que um time que marcou apenas um gol se classificou e o Brasil que fez cincos, não? Afinal, o que vale é bola na rede ou regulamento debaixo do braço? Já sei, já sei! O choro é livre! Poderia ficar até amanhã batucando esse teclado tentando compreender racionalmente um fenômeno basicamente passional…
Perdeu. Perdemos.
Ou melhor, não soubemos ganhar. Ou fomos derrotados para os nossos nervos, quando tentamos incorporar a sisudez sideral da treinadora sueca e fazer valer a vantagem técnica que tínhamos de sobra. Mas a frieza objetiva que nos faria trocar infinitos passes com a frieza de um Bjorn Borg, o tenista sueco que trocava bolas até a exaustão e quando o adversário distraía, pimba! Na paixão futebolística, nosso time era quem ficava tenso, se perdia no nervosismo e errava fatalmente o último passe.

Cabô!
Acabou o sonho.
Foi frustrante ver a Marta naquela que seria sua coroação terminar sem mostrar um único lampejo de sua genialidade.
Por outro lado, as jamaicanas merecem loas por terem feito o dever de casa e cumprido à risca a missão de anular as adversárias. Devemos reconhecer que foram heróicas. Ainda mais quando ficamos sabendo de suas dificuldades financeiras quando tiveram de obter ajuda para poderem viajar e competir.

Resta um mero consolo: reinventar a teoria que reza ser o futebol uma “caixinha de surpresas”. Não é “caixinha”, é um conteiner de surpresas, culminada de modo trágico: na seleção mais preparada de todas, quando antes do início do torneio estávamos, grande parte da nação futebol, empenhados na escolha se deveríamos ser primeiro ou segundo para enfrentar ou não a Alemanha… Se Garrincha estivesse entre nós e o consultássemos, ele diria: “Tem de combinar com os russos.” Ou melhor, com as jamaicanas!

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