Venho pensando na extensão territorial dos países da nossa chave na Copa. A ideia é boba, nada original e fácil de provar. Somando a área dos três adversários, eles cabem com sobra dentro do Brasil. A França é um tiquinho menor que a Bahia. Panamá tem mais ou menos metade do Acre e a Jamaica mede pouco menos que meio Sergipe, o menor estado brasileiro. No futebol, não são os quilômetros quadrados que contam. Dentro do campo, a medida é igual pra todos e minha intenção era a de entrar na ladainha do Brasil gigante, mas não deu.
O Brasil começou pequeno. Estava tímido, fechado, não desenvolveu bem as jogadas, deu passes errados e mostrou falta de domínio. O time parecia nervoso e aos 17 minutos, Eugenie Le Sommer fez o primeiro gol da França. Uma decepção que tentei contornar com um gole de café frio, como se a bebida me fizesse entrar no time feito um reforço. Para o jogo, esta torcida remota e supersticiosa não serve pra nada. Pra mim, serve como um teste de persistência. Fica quieta aí, não desiste que a coisa ainda vai mudar. Mudou pouco, mas melhorou. Aos 22 minutos, tivemos uma bela chance da Adriana com um passe da Debinha e acho que foi só.
A seleção voltou outra na segunda etapa. O time começou mais corajoso e conseguiu empatar. O gol de Debinha aos 10 minutos assustou a França, mas o Brasil, com chances de virar o jogo, vacilou numa cobrança de escanteio. A zagueira Winnie Rennard , a mais alta jogadora em campo, foi pouco marcada , aproveitou a bola e marcou de cabeça. O Brasil ainda conseguiu alguns ataques, mas não deu tempo e a França terminou aliviada.
O alívio poderia ser nosso. Estaríamos agora pensando nas oitavas de final. Não deu e vamos precisar enfrentar a Jamaica para seguir na Copa. Mais do que isso, vamos precisar vencer ou vencer. Se consertarmos os erros de hoje, nossas chances contra o país caribenho serão do tamanho da nossa extensão territorial, mas sei não, acho melhor um pouco de cautela. Lembrei agora do filme “Jamaica Abaixo de Zero”, mas acho que nem devia contar.