A verdade é uma só: não dá para ser campeão de nada – de futebol a curling – sem disputar o clássico. E na Copa do Mundo, já nas quartas de final, surge o clássico regional Inglaterra versus França. Sim, regional e com mais tensões históricas de fora do campo do que dentro dele. Por isso é regional.
O clássico mundial é outro nível e ainda está por vir. Se os orixás do futebol entrarem em acordo na próxima etapa teremos Brasil versus Argentina.
Briga de cachorro grande é uma das definições para esse clássico. Um fala português, o outro espanhol mas em campo todo mundo se entende. Pode pesquisar: sempre que esses dois se encontram tem jogo bom.
Intenso e disputado. Com lances memoráveis de jogadas deslumbrantes até momentos da mais pura catimba (essa é do fundo do baú!). Nos constantes contatos físicos sai faísca para todo lado.
Pela sua importância não se escalam reservas. Só os melhores tem direito a defender suas cores ante o maior dos adversários. Ah aquele craque se machucou? Pode esperar uma recuperação milagrosa e quando o apito do juiz soar o cidadão estará em campo, dando pulinhos e pronto para o que der e vier.
Se xingam em português, espanhol, portunhol, esperanto, latim, aramaico e qualquer outro idioma que puder ser usado para ofender a mãe do adversário. Sim, porque em jogo como esse as respectivas mães estão lá também.
O volume de testosterona dessa partida chega a ser tão denso que dá para cortar com a faca. Em resumo, o pau come.
Ao final, a vitória é a glória. Já a derrota….
Perder esse jogo é quase tão ruim quanto tomar uma goleada camoniana – como aquele 7 a 1 sofrido contra a Alemanha – ou sofrer um vexame qualquer (no caso argentino as derrotas para Arábia Saudita, Camarões etc e por aí vai).
Parece que a derrota no clássico fica reverberando na memória dos torcedores. Ela lateja, desliza pelos caminhos da memória sem perder sua força. O torcedor é capaz de esquecer tudo menos a derrota no Brasil versus Argentina.
Os empates em 0 a 0 não merecem ser mencionados jamais. Se vai empatar que seja com gols, afinal Brasil versus Argentina sem gols é como uma partida que não existiu.
E antes que eu me esqueça: escrevi o texto antes das duas partidas e na fé que Brasil e Argentina vão vencer seus respectivos adversários.
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Fernando Neves
Fernando Neves (Fernando Antônio Rodrigues Neves) é carioca, nascido em 24 de setembro de 1965, na cidade do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Mora na cidade de São Paulo, continua Tricolor de Coração, é separado duas vezes e tem filhas gêmeas do segundo casamento. Jornalista profissional, desde os tempos no Colégio Pedro II sempre se interessou pelas letras, seja como leitor ávido seja como aprendiz de escritor. O jornalismo abriu a oportunidade de escrever e praticar mas não foi suficiente para seu desejo de escrever cada vez mais. A opção de forma é o conto e o estilo adotado pelo autor compreende um arco que inclui suspense, humor, conspiração e realismo fantástico.
beijos
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