Um amigo meu viu de dentro do campo e ficou emocionado, achando França x Bélgica um jogaço. Eu, daqui da geral, senti foi tédio. Me vi diante de uma daquelas partidas do Corinthians em 2017, quando o time de Carille ficava quietinho, dando a posse de bola pro adversário, fazia 1 x 0 num escanteio, voltava lá pra trás, e assim saiu campeão.
A França tinha mais futebol que isso, mas nessa semifinal provou que o pragmatismo é uma praga universal. Assim como o centroavante burrão, estilo poste ou cone, que assola os gramados daqui, dali e d’além-mar.
Que jogo chato! A Bélgica, que contra o Japão já havia passado aperto e contra nós soube ser superior, experimentou o próprio veneno e caiu com as mesmas aparentes qualidades que nós diante deles. Posse de bola, toques, tentativas… vãs. Todas vãs.
Não houve trocadilho que chegasse pra dar sorte à turma do Hasard. Nem pra segurar Umtiti quem havia contido outro Tite e seu time inteiro. Pra não dizer que foi tudo um horror, havia Mbappé. Menino, moleque, talentoso, sem juízo, mas vencedor. E no futebol, ao final, entra pra história quem vence, gostemos ou não do caminho traçado nessa direção.
Amanhã veremos se novamente prevalecerá o pragmatismo ou se o talento, a criatividade, a alegria e a fome de gols entrarão em campo. Hoje, infelizmente, eles passaram longe.