Dois toques

Começa o jogo, e na Copa do Mundo o objetivo é um só. O gol. Quando tem aquele toca de um lado, toca de outro, a gente reclama, resmunga, ressente, porque vira um jogo de vírgulas, meio campo pra defesa, que lança a bola ao alto, cabeça pra lá, cabeça pra cá, o jogo não anda e nada vai acontecendo até ir se encaminhado pro final. Entretanto, para chegar na meta não pode enrolar muito não, tem que soltar a bola. Futebol requer períodos curtos. Toca e passa. Recebe e chuta. Gol.

Não tem sido assim na Copa da Rússia, com a nossa seleção e com outras, que insistem em criar longos períodos com a posse de bola, só proseando, proseando, o famoso tic taca da Espanha, campeã com essa tática, que hoje já ficou meio cansativa, enjoadinha. Queremos dois toques. Pá, pum. De primeira. Ponto.

Vi um jogo assim. Bélgica e Panamá. Um forte, outro fraquinho. Pode ser por isso, mas foi bonito. Jogo bem tramado, a frase indo adiante sem frescura. Hazard pra Lukako, pro gol. Fora. Hazard pra Mertens. Chuta! Pega o goleiro. E insiste, pra frente, e a bola sobra num recuo malfeito. Dois passos, chute. Quase! Fim de primeiro tempo.

Recomeça o jogo e o Panamá bem que tenta articular uma frase, mas…a Bélgica interrompe. E rompe. E Mertens cruza, cabeça na bola. E outra testada. E a bola flutua dentro da área e o tempo parece parar o necessário para o craque calcular a força e o jeito que deve tocar para a redonda efetuar sua trajetória parabólica no ar. Pronto, pode voltar. Mertens chuta. De primeira. Gol. Sem palavras. ”          !”

E a Bélgica não pára. Recebe e toca. E dribla e passa e, de repente, De Bruyne nem se ajeita, mete uma trivela de jeito. Lukako. Cabeça. Rede.

E não para por aí, o Panamá se joga à frente, tentando, tentando. De Bruyne rouba e toca. Witsel recebe e toca. Hazard bota a bola pra correr. E corre. Um. Dois. Três. Quatro. Cinco. Lança. Lukako, adivinhe! De primeira. Gol.

Que maravilha ver a Bélgica jogar. Jogo fácil, dirão, o Panamá. Tem Túnisia, massacre marcado. E depois, a Inglaterra e aí poderemos vislumbrar se a história dos vermelhos nessa copa será escrita em várias linhas com o ponto só lá no final do dia 15 de julho.

E para nossa seleção, um conselho em dois toques: pro gol!

 

 

 

 

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