Surnaturel du Carlos

O jogo é só amanhã, mas já vou cravar: Vamos nos estrepar contra a França. Eu garanto.

Veja bem, não se trata de uma crítica. Longe disso. Não é uma questão de esculhambar a falta de suporte ao futebol feminino brasileiro, enquanto as francesas tem campeonato organizado e tudo o mais.

Vamos tomar uma ripa da França pelo simples fato de uma tremenda urucubaca, isso sim. Vocês vão dizer que estou exagerando. Mas não é não. Insisto.

Ora, se Nelson Rodrigues imortalizou o Sobrenatural de Almeida, algoz espantoso do Fluminense, nomeio aqui o Surnaturel du Carlos.

Reparem bem. Tudo coneçou na Copa de 86. Fomos eliminados pelo onze francês nos penais. Até aí muito que bem. A questão é a seguinte: no penal batido por Bellone, a bola carimba o poste do nosso goleiro Carlos. Estávamos salvos. Mas, eis que a pelota, cínica, só e simplesmente só, bate nas costas de Carlos e entra no gol. Esse tipo de lance nunca tinha acontecido antes. Repito, nunca. Tanto é que não existia uma regra para tal. O juiz validou o gol. Hoje em dia, não seria mais válido. Pois bem. Foi aí, nesse estranho penal, que conhecemos nosso Surnaturel du Carlos.

Depois, em 98, tomamos uma violenta ripa do escrete liderado por Zidane. Foi merecido? Francamente, não sei. Todos se lembram do que aconteceu com Ronaldo 24h antes da partida. Estava lá, incólume em campo, nosso Surnaturel du Carlos.

Aí vem 2006. Novamente eliminados pelos azuis, em um gol que Henry apenas empurra o couro pro gol, livre, desmarcado, só e simplesmente só. Porque Roberto Carlos não acompanhou o delanteiro? Estava ajeitando o meião. É isso. Estava no bico da grande área AJEITANDO O MEIÃO. Até hoje esse é o gol mais difícil de engolir. Pois você já deve saber quem desarrumou as meias do RC não é? Ele mesmo. Surnaturel du Carlos.

Poderia parar por aqui. Mas insisto. Na última copa fomos eliminados pelos Belgas. Oras, a Bélgica nada mais é que o sovaco da França. Percebam apenas que Casemiro não jogou aquela partida, suspenso. E quem marcou o primeiro tento belga? Fernandinho, substituto de Casemiro, num espantoso gol-contra.

Mas, venhamos e convenhamos, essa maldição nada tem que ver com o jogo de amanhã. São causos do escrete masculino. Amanhã é o onze de Marta e Formiga que entra em campo. Certo?

Pois não quero nem saber. Dessa vez vou chamar seu Zé Pilintra virado na esquerda Exu tranca-ruas.

Já dizia João Saldanha que se macumba ganhasse jogo, o campeonato baiano terminaria empatado todos os anos. Não importa.

Já comprei arruda, espada de são jorge, comigo-ninguém-pode, e quebra-demanda. Valei-me São Jorge guerreiro.

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em escanteios eles possam me fazer mal.

Esqueçam o que eu disse no começo.

Que venha a França! Saravá!

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